20 de setembro de 2024

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Notícias admin 4 de outubro de 2010 (0) (116)

Maratona e Meia Disney: sucesso entre brasileiros

Há pelo menos sete anos que os brasileiros vêm demonstrando a vontade de correr no mundo encantando do Mickey. E os números do evento denominado Disney Marathon Weekend, que sobem a cada edição, estão aí para comprovar isso. A edição de 2010 bateu recorde de inscritos, com 55 mil no total, considerando todos os eventos. Foram 24 mil na maratona e 23 mil na meia, sendo 7,5 mil só no Desafio do Pateta, ou seja, fazer as duas provas. O restante dos inscritos se dividiu nas provas infantis e competição de 5 km, que são eventos paralelos aos principais.

O Brasil, que continua sendo a segunda maior delegação estrangeira na competição, com 724 participantes, ficando atrás somente do Canadá, que lidera o ranking com mais de mil inscritos, mais do que duplicou a quantidade de inscritos em relação ao ano passado, quando totalizou 314 participantes. Do total de brasileiros na edição de 2010, foram 368 na meia maratona, mais 192 na maratona e o incrível número de 164 inscritos no Desafio do Pateta. Todo esse crescimento dos brasileiros na Disney até justifica. Afinal, não há evento melhor para unir as férias de janeiro da família com a possibilidade de correr num lugar tão encantado e repleto de magia. Os 532 brasileiros que completaram a meia e os 356 que fizeram a maratona estão nos quadros a seguir.

Se não falta diversão em Orlando nessa época do ano, não faltam também opções de distâncias para os corredores. A semana do evento começa na sexta-feira com uma corrida para as crianças (Mickey's Marathon Kids' Fest – Disney Kid's Race) e outra para curtir com a família (Disney/Pixar UP & Away Family Fun Run 5K), segue no sábado com a meia maratona e termina no domingo com a maratona.

 

BRASILEIROS NUMA FRIA NA DISNEY. Para a edição de 2010 do evento, o que ninguém esperava era o frio, que tomou conta dos Estados Unidos e de boa parte do sul da Flórida e que teve seu pico máximo bem nos dias das duas competições principais. Na meia, a temperatura chegou a 2 graus negativos na largada, dada às 5h40 da manhã. Não bastasse a temperatura abaixo de zero no início da prova, o que deixou os corredores ainda mais em apuros foi um princípio de neve bem fraquinha, não suficiente para cobrir o solo de branco, mas arrebatadora para colocar os participantes da meia numa verdadeira "fria".

Mesmo os mais rápidos sofreram bastante com a baixa temperatura, que não se alterou muito ao longo da prova. Melhor brasileiro na meia maratona, com a 6ª colocação no geral e a 2ª na categoria 30-34 anos, o paulista Francisco Inácio de Azevedo, de 32 anos, sentiu-se prejudicado pelo frio. "Eu já estava congelado antes da largada. Passei 50 minutos no frio. Sofri muito e comecei a me encontrar só na metade da prova. O corpo não respondia ao esforço e foi muito difícil. Corri praticamente sozinho, em alguns trechos sem ver absolutamente nada, já que a prova para a elite acontece ainda no escuro", diz Francisco, que trabalha como auxiliar de frotas e que se desdobrou para conseguir patrocínio para realizar o sonho de correr na Disney. O objetivo de Francisco, que era correr entre 1h10 e 1h12 e até tentar beliscar um lugar no pódio geral, não foi alcançado, mas nem por isso o atleta ficou decepcionado com a prova. "Foi uma oportunidade na vida. E adorei estar ali, vendo os personagens e correndo em pontos como o Castelo da Cinderela. Passou um filme na minha cabeça. Era um sonho de criança um dia poder estar ali", complementou o atleta, que diz ainda ter se emocionado com o final da prova, quando seu nome foi anunciado em alto e bom-tom pelo locutor oficial, seguido de um "from Brazil". "Isso mexe muito com a gente e com certeza vai ficar para sempre na minha memória."

 

FRIO AINDA MAIS INTENSO NA MARATONA. A baixa temperatura do sábado deixou os corredores da maratona assustados com o que poderia acontecer na manhã posterior, uma vez que a previsão anunciava um frio ainda maior para o domingo. A temperatura chegaria perto dos 4 graus negativos, com sensação de menos 12. E o que se viu em Orlando foi um verdadeiro corre-corre para a feira de esportes em busca de todos os acessórios possíveis que dessem conta do frio que estava por vir, como manguitos, capas de chuva, corta-vento, gorros, luvas, calças e meias de compressão.

Participante do Desafio do Pateta, o engenheiro Kyoji Takai, que é japonês e mora em São Paulo desde os 2 anos de idade, sentiu na pele o frio do sábado e resolveu se preparar melhor para a corrida do domingo. "Na meia maratona tive que puxar um pouco mais o ritmo para não sentir o frio e conseguir manter meu corpo aquecido. Bati meu recorde pessoal nos 21 km, com 1h40, mas acabei pagando o preço na maratona", comenta Takai, de 51 anos, que, ainda que tivesse se preparado melhor para agüentar a baixa temperatura da maratona, com uma capa de chuva e duas camisas, cometeu o erro crucial de correr no domingo sem luvas. "Como consegui correr a meia sem luvas, achei que não fariam falta na maratona. Mas não. Minha mão começou a congelar. A solução foi embrulhar uma capa de chuva numa das mãos e ir alternando de uma mão para a outra para manter as mãos um pouco mais aquecidas. Mas houve um momento em que isso já não era suficiente. As duas mãos ficaram congeladas", lembra Takai, que acabou encontrando por acaso a solução para seu desconforto perto no km 30. "No posto de água, em que algumas pessoas tiram as luvas para poder se hidratar ou mesmo comer alguma coisa, vi duas luvas juntinhas, uma diferente da outra, mas que pareciam estar ali justamente para mim. Coloquei-as e fiquei bem mais confortável", diz Takai, que cruzou a linha de chegada da maratona em 4h13 com lágrimas nos olhos. "Foi emocionante. Senti cãibra no km 17 e, com as mãos congelando, achei que não conseguiria terminar a prova. Senti muita fome. Comi três bananas no percurso. Tentei comer um tablete de chocolate para esquentar, mas não consegui mastigar direito porque a boca estava dormente. Comecei a falar e gritar durante a prova para fazer movimentos com a boca e ver se meu rosto voltava ao normal." A recompensa para tanto sofrimento valeu para o desafiante do Pateta, que levou para a casa quatro medalhas: a do Pato Donald pelos 21 km, a do Mickey pelos 42 km, a do Pateta pelos 63 km do Desafio e ainda a medalha de borracha oferecida aos participantes dos 5 km.

Outro brasileiro que sofreu com frio em Orlando foi o mineiro Jota Pereira Junior, de 40 anos, que foi para a Disney com o objetivo de bater seu recorde pessoal na distância (2h30 no Rio de Janeiro) e quem sabe conseguir um lugar entre os cinco primeiros colocados ou até mesmo o título de campeão master da prova. Histórico para isso o atleta, que vive em São Paulo há 16 anos, até que tinha. Separador de mercadorias do Grupo Pão de Açúcar, o que Jota não contava era com esse revés da temperatura. "Em nenhum momento me senti confortável na prova. Tudo incomodava. Não sentia os dedos dos pés nem as mãos. Ainda assim, consegui passar bem a meia maratona, em 7º no geral. Mas houve um momento, lá pela milha 17, em que eu só pensava em terminar", comenta o atleta, que lembra ainda que a água nos postos de hidratação estava gelada demais, com uma camada de gelo na superfície. "Um golinho só de água já doía na boca. Eu sentia fome. As bananas estavam congeladas. Houve um momento em que eu não conseguia mais pegar meus repositores energéticos. Tirei a luva duas vezes para fazer isso, mas depois desliguei total. Concentrei minha energia apenas para me manter correndo. E foi assim até o final." Jota finalizou a prova em 2h52 e foi levado diretamente para a tenda médica com indícios de hipotermia. Depois que foi para o hotel, passou o dia no quarto e só conseguiu se colocar em pé novamente na segunda-feira pós-evento. Ainda que o resultado não fosse o esperado pelo atleta, ele não deixou Orlando de mãos vazias já que faturou a 3ª colocação na categoria 40-44 anos.

 

UM PRESENTE DE ANIVERSÁRIO. São muitos os motivos que podem levar os corredores a escolher a Disney para estrear na meia ou na maratona. Mas para um brasileiro participar dessa prova em 2010 tinha um sabor para lá de especial. Afinal, que outra oportunidade na vida há de se comemorar a estréia nos 42 km exatamente no dia em que se completam 42 anos? O alagoano André Vajas, que mora em Maceió e trabalha em Brasília, fez uma busca na internet e, para sua sorte, descobriu que seu aniversário de 42 anos cairia exatamente no dia da maratona: 10 de janeiro. Tudo perfeito. E, como a Disney é o evento ideal para levar a família, Vajas não deixou passar a oportunidade e foi para Orlando com as duas filhas e a esposa, que também participaram dos eventos e envolvem a semana de festa na terra do Mickey. "Foi um presente de aniversário", diz Vajas, que nesse meio tempo de preparação chegou a achar que sua participação poderia estar ameaçada por um problema de tendão. Mas o teste final veio na São Silvestre, quando o corredor fez a última corrida do ano para 1h16, o que lhe deu mais confiança para encarar os 42 km.

Como a maioria os corredores que ficam hospedados nos hotéis dentro do Complexo Disney, Vajas acordou às 3 da manhã para sair junto com o grupo às 4 para a largada, no Epcot Center. A concentração e a preocupação com a estréia nos 42 km eram tanta que ele acordou e nem se deu conta que aquele era o dia de seu aniversário. "Lembrei quando cheguei ao saguão do hotel para me encontrar com o grupo da Kamel e as pessoas ali celebraram", comenta Vajas, que durante a prova só foi recordar novamente da data especial nos momentos finais da maratona. "Ali começou a bater a lembrança, de tudo o que passei nos treinos para estar ali e foi realmente emocionante. Quando voltei aos parques nos dois dias seguintes à prova, veio novamente a lembrança da corrida", conta Vajas, que finalizou a prova em 4h17.

 

CORREU O PATETA, MAS NÃO LEVOU A MEDALHA. Para a comemoração do 5º aniversário do Desafio do Pateta, os organizadores resolveram inovar e fazer uma medalha diferente para os 7,5 mil participantes que correram a edição comemorativa. Com acontece todos os anos, a modalidade que existe desde 2006 é uma das preferidas dos participantes, tendo suas inscrições esgotadas muito rapidamente. O casal Juraci Barros, de 41 anos, e Valter Abreu, de 51, que o diga. Quando os dois corredores, que moram em São Caetano do Sul, em São Paulo, resolveram participar do Desafio, as inscrições já tinham se esgotado. Mesmo assim, o casal não desanimou e resolveu encarar os mesmos 63 km dos desafiantes oficiais, inscrevendo-se separadamente nos 21 km e nos 42 km. Correndo juntos, os dois finalizaram meia maratona e maratona como qualquer outro participante do Desafio, mesmo sabendo que teriam que voltar para casa sem a tão almejada medalha. Mas isso não abalou de forma nenhum dos dois. "Não há frustração por isso. Nós não temos dúvida que completamos como qualquer outro os 63 km nesses dois dias. Era nossa primeira corrida do ano e queríamos começar 2010 correndo juntos. É o que importa", comenta Valter, que é professor e começou a correr há apenas um ano e meio, incentivado pela esposa, que é advogada e corredora há cinco.

Como a maioria dos participantes do Desafio, o casal fez as duas provas de forma festiva, tirando fotos e curtindo tudo o que o percurso oferece nas suas passagens pelos cinco parques temáticos do Complexo Disney. "A Disney nunca me interessou pelas atrações. Mas foi um sonho correr ali. Não conheço muito esse mundo dos desenhos, mas me chamou atenção todo o colorido, como a Castelo da Cinderela, por exemplo. Nas últimas três milhas, você tem muito contato com as pessoas no parque, onde há também muito brasileiro gritando e incentivando. É uma motivação que não estamos acostumados em prova nenhuma", diz Juraci. "Apesar de ser um anônimo, você sente que aquilo tudo é para você", completa Valter. O casal, que finalizou a meia em 2h45 e a maratona em 5h49, promete voltar no próximo ano para finalizar novamente o Desafio e complementar seu quadro de medalhas com a medalha do Pateta.

 

CAMPEÃO MORAL DO DESAFIO DO PATETA. Quem se deu bem nas duas provas foi o mineiro Péricles Vilaça, de 35 anos, que completou a meia no sábado em 1h17 e voltou no domingo para fechar os 42 km em 2h46. Embora o Desafio do Pateta não ofereça premiação aos primeiros colocados, já que a modalidade tem um caráter mais festivo, somando os tempos dos participantes, o atleta de Belo Horizonte foi de longe o melhor entre os desafiantes (4h03 nas duas competições). "Preparei-me para a prova com esse propósito, mesmo sabendo que não havia premiação oficial para isso", comenta Péricles, que é supervisor comercial e treinou durante seis meses para tentar bater o tempo somado das duas provas de outro brasileiro, Luiz Tavares, que fez melhor tempo na edição do ano passado, com 4h07. "Fiz no sábado meu melhor tempo nos 21 km, mas sofri bastante com o frio, principalmente na maratona, já que as condições estavam extremamente adversas. As mãos estavam duras e não conseguia pegar o saquinho de gel. Demorava uma milha para conseguir pegar o gel e isso me tirava a concentração na prova. Dos quatro que levei, acabei tomando apenas dois. A partir do km 38, não estava mais ligando para o tempo e queria mais era terminar aquilo de tanta dificuldade que sentia. Por volta do km 41, percebi que um atleta inscrito no Desafio me ultrapassou e não tive como reagir", diz Péricles, que, ao final, não só fez o melhor resultado na soma dos tempos das duas provas como faturou a 3ª colocação na sua categoria 35-49 anos tanto na meia quanto na maratona. "Quando terminei a prova, não queria mais saber daquilo. Meu rosto e lábios estavam inchados e foi muito sofrido. Mas, depois de um tempo, essa sensação de sofrimento passou. Hoje já quero fazer de novo. Não sei ainda se no ano que vem. Mas uma coisa eu tenho certeza: na comemoração dos 10 anos do Desafio, quero estar lá novamente."

HEPTA NA DISNEY

Em prova disputadíssima, o paulista Adriano Bastos fatura mais uma e segue firme com a proposta de vencer 10 vezes a maratona que o consagrou.

Não foi fácil, mas Adriano Bastos conseguiu dar continuidade à sequência de vitórias na Maratona Disney, sagrando-se heptacampeão da disputa e seguindo em busca do almejado deca. Não bastasse o frio abaixo de zero que pegou de surpresa a todos os atletas, tornando a competição ainda mais desafiadora, pela primeira vez em sete anos o atleta paulista, de 31 anos, encontrou em Orlando adversários à altura. No final das contas, quem deu trabalho a Bastos foi outro brasileiro, o baiano Fredison Costa, de 32 anos, que voou rumo a Flórida para tentar quebrar a hegemonia do campeão, que reina na terra do Mickey desde 2003, quando venceu pela primeira vez a prova que o tirou do anonimato.

A largada da competição aconteceu às 5h40, com uma temperatura de 2 graus negativos e que prometia esfriar ainda mais, para desespero dos corredores. Diferentemente do que aconteceu nas últimas edições, em que o brasileiro dispara na liderança logo no início da prova, as posições nas primeiras milhas, com quatro atletas disputando a 1ª colocação, já mostravam que a corrida se desenrolaria de forma diferente em relação aos outros anos e que atual campeão teria grande trabalho para manter sua hegenomia na Disney.

Além de Fredison Costa, Bastos tinha ainda a companhia de dois norte-americanos, que também prometiam fazer frente ao brasileiro. Os quatro se mantiveram juntos até a milha 11 (km 17,5), quando os norte-americanos Jay Lumpkins e Michael Wardian resolveram puxar o ritmo, deixando os dois brasileiros para trás.

Bastos resolveu reagir na milha 16 e puxou o ritmo para alcançar os norte-americanos, o que aconteceu na milha 18. A partir de então, quando pensou que a prova poderia estar definida, Fredison encostou e os dois brasileiros travaram uma batalha dura pela liderança até a milha 22, quando Bastos novamente resolveu acelerar o passo, abrindo uma diferença que o manteve pela primeira vez sozinho na frente. A partir daí, o atleta só precisou administrar a diferença e cruzar a linha de chegada para o heptacampeonato com o tempo de 2:22:08. Fredison Costa manteve a 2ª colocação, finalizando em 2:22:41, seguido do norte-americano Jay Lumpkins, com 2:24:24.

Ao final da prova, Adriano Bastos, que comemorou muito após sua chegada, não conseguia nem falar de tanto frio que sentia. "O frio atrapalhou bastante. Corri o tempo todo com a sensação de musculatura travada e dolorida", conta o campeão, que pela primeira vez viu sua vitória ameaçada. "Não bastasse o frio, o nível dos adversários este ano estava bem mais forte e, em alguns momentos, cheguei a achar que não venceria. Além do Fredison, que eu já conheço das provas no Brasil e pelo menos sabia algo a respeito do nível dele, me assustou bastante ver os norte-americanos ali juntos, conversando a todo momento e puxando um ritmo mais forte, parecendo que estavam correndo fácil. Como não os conhecia, não sabia até que ponto eles só estavam esperando o momento certo de ir embora", analisa Bastos, que diz também ter se preocupado com a reação de Fredison ao final. "Na milha 16, eu corri forte para encostar no americano e parecia que o Fredison já tinha ficado. De repente, olho para trás e vejo ele novamente atrás de mim na milha 18. Isso me assustou", comenta o brasileiro, que só teve realmente certeza que ganharia a prova a partir da milha 23. "Abri uma diferença e passei a administrar o ritmo até para poder ter um gás extra no final, caso ele conseguisse reagir novamente", conta Bastos, que em 2009 completou cinco maratonas, vencendo três delas (Disney, Florianópolis e Porto Alegre) e conseguindo também bater seu recorde pessoal de maratona no Mundial de Berlim, realizado no mês de agosto, quando fechou os 42 km em 2:15:39.

Fredison Costa, que foi a Disney com a proposta de vencer a prova, também encontrou dificuldades para correr na baixa temperatura. "Eu estava com expectativa de ganhar, mas sabia que não seria fácil. Não esperava que estivesse tanto frio", comenta o atleta, que diz ter faltado pernas ao final. "Competi bastante nestes últimos meses. Foram quatro maratonas em quatro meses e acabei sentindo a musculatura. Cheguei a liderar a prova num momento, cerca de 20 metros à frente do Adriano. Até tentei reagir no final quando ele foi para a frente, mas não deu", explica o atleta, que promete voltar à Disney no ano que vem em busca da vitória.

Já na prova feminina, a japonesa Lisa Mizutani sagrou-se bicampeã da disputa, finalizando a maratona em 2:51:20. Na 2ª colocação, ficou a norte-americana Christa Benton, com 2:53:46, seguida da compatriota Elena Linn, em 2:58:43.

 

UM POUCO DO VICE-CAMPEÃO. O atleta Adriano Bastos já é figurinha carimbada em todas as provas nacionais e dispensa maiores apresentações. Mas quem é o brasileiro que tentou roubar o reinado do agora heptacampeã da Disney? Fredison Carneiro Costa tem 32 anos, nasceu em Riachão do Jacuípe, na Bahia, mas mora em Piedade, interior de São Paulo. O primeiro contato com a corrida veio ainda pequeno, quando morava na Bahia. "Meu avô tinha uma fazenda e ali eu me acostumei a lidar com animais. Corri muito atrás de cabrito, montando burrito e tocando gado", lembra Fredison, que se mudou para São Paulo e chegou a trabalhar por seis anos numa lavoura. "Eu era responsável por um sistema de irrigação. Abria um registro num lugar e corria com bota de borracha para fechar um outro registro que ficava a uns 800 ou 1.000 metros de distância."

Sua primeira corrida aconteceu em 1998, quando participou da São Silvestre. "Fiz apenas para curtir, pela festa. Mas, a partir dali comecei a treinar 3 vezes na semana, depois 4 e fui aumentando aos poucos. Trabalhava num posto de gasolina, estudava à noite e treinava no horário que dava, para participar das provas de 5 km e 10 km das cidades vizinhas", lembra Fredison, que começou tarde no atletismo e está atuando apenas há quatro meses como profissional, com patrocínio, quando se descobriu nos 42 km. A primeira participação na distância foi coroada de cara com uma vitória. Fredison venceu a Maratona das Praias, no litoral norte paulista, em setembro de 2009, com o tempo de 2h28. Cerca de um mês depois de sua estréia, foi 5º colocado na Maratona de Buenos Aires, na Argentina, com 2:21:16, seu melhor resultado de maratona. Nesse meio tempo, correu ainda a Maratona de Curitiba, em que foi 10º no geral, com 2:29:42. Com as três maratonas na bagagem em tão pouco tempo, conseguiu fazer uma preparação especial para correr a Disney, mesmo não sabendo se faria a prova, uma vez que dependia do visto, que saiu apenas no começo de dezembro. Formado em Educação Física desde 2008, Fredison planejou seu próprio treinamento, que chegou a 220 km semanais. Mediante os bons resultados que conseguiu em tão curto espaço de tempo, o vice-campeão da Maratona da Disney sonha com vôos ainda altos. "Eu me descobri na distância da maratona e já estou sonhando com o índice para representar o Brasil em Londres 2012."

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