24 de junho de 2024

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Blog do Corredor zMais notícias Redação 13 de junho de 2024 (0) (423)

Maratona do Rio, muito além de uma corrida!

POR JOSIANY SALACHE | @josianysalache @corridanaredepodcast

A Maratona do Rio, ou, mais intimamente falando, a MARA do RIO, vai além de uma corrida ou uma maratona tradicional como as tantas que vemos por aí no Brasil. Como a própria se auto-define, é sim o Maior Festival de Corridas da América Latina.

E por que seria aclamada como um festival? É o que pretendo contar por aqui. Uma visão um pouco romântica de uma jornalista apaixonada pelo Rio, e também pela corrida de rua. Ah, e com um detalhe todo especial, foi a minha estreia nos 21 km e, logo onde hein…


Diria que ela é a mais desejada por muitos corredores. Nessa edição, foram 45 mil atletas inscritos (recorde) em cinco distâncias diferentes, sendo 80% de fora do Rio de Janeiro. Os números impressionam, mas se justificam. Não somente por seu percurso praticamente plano e com um visual de encher os olhos pela orla da Cidade Maravilhosa, mas também porque a organização consegue unir esporte, entretenimento e cultura em torno do evento, confirmando uma estreita relação com o clima da maratona e os moradores da cidade.

Desde a chegada no aeroporto, a gente já percebe os banners, fotos de boas-vindas e já lá mesmo você percebe que a prova vai surpreender. “Ah, você veio pra maratona? Vai correr uma maratona?” A gente já ouve esses comentários ainda no aeroporto. Na orla da zona sul, você já vê as plaquinhas de boa sorte e boas-vindas pros corredores, fora a parte dos “tenisões” da Adidas (projeto artístico e cultural) que foram espalhados pela cidade. 

A CASA DA MARATONA. Marina da Glória. Um lugar amplo e visualmente bonito para uma entrega de kits, expo e o Village Maratona. Vista para a Marina, com seus barcos, aquele mar e céu azul que brilhava no Errejota. E, neste ponto, São Pedro colaborou conosco. Todos os dias da prova, deu aquele dia perfeito!



A EXPO. Tinha muitas ativações nos estandes e lounges dos patrocinadores. O espaço lá era gigantesco, tanto interno quanto externo. Depois de pegar o kit, se você teve paciência para enfrentar algumas filas, você sairia de lá com uma massagem da Granado, degustação da suplementação da prova, aquele teste na prática nas novidades dos super tênis da Adidas (tinha esteiras lá à disposição), desconto nos óculos oficiais da prova (a Yoop mandou super bem nos modelos com design e cores para cada percurso-camiseta da prova), água e copinho personalizado das Águas do Rio, tatuagem temporária e muito mais! Aproveitei para criar conteúdo e, ainda de quebra, consegui uma entrevista com a lenda João Carlos Traven (foto acima), fundador da MARA e diretor da Spiridon, um dos organizadores da prova (obrigada, Bruno Fernandes, pelo suporte, um dos assessores de imprensa, você foi MARA!).

CAMISETAS E MEDALHAS. As camisetas trouxeram referências de cartões postais da cidade como pano de fundo e também (ponto), com conceito sustentável – feitas com pelo menos 70% de material reciclado. O tecido aeroready antitranspirante ajudou a manter a pele seca. Outro ponto em destaque na camiseta foram os detalhes refletivos que aumentam a visibilidade em corridas antes do nascer do sol ou depois do pôr do sol.

A PROVA. Vou me ater mais precisamente à meia-maratona, que foi a prova que eu fiz. Como foi minha estréia no Rio e nos próprios 21 km da minha vida de corredora, eu estava muito ansiosa. Demais até. Parecia um primeiro dia de aula no colégio. Como seria o ambiente, os coleguinhas, a professora, será que teria lanche? (risos) óbvio que li o Guia do Atleta (muito útil e ilustrativo, por sinal com TODAS as informações sobre a prova), mas sempre vem aquela ansiedade e expectativa natural de todos nós corredores antes de uma largada.

Estava hospedada muito próximo da largada, então fui a pé (dica que eu deixo, procure se hospedar próximo a largada ou, no mínimo, próximo a uma estação de metrô). A largada do 21 km foi na praia do Leblon e, sendo às 6h da manhã, a maioria foi de metrô e, pelo que sei, funcionou muito bem! A largada foi por ondas, com horários delimitados. Tínhamos a separação por baias de acordo com o pace, e isso foi muito bem organizado. Consegui ver e documentar a largada da elite e, depois ainda fui pro meu posto. Quando largamos, já havia passado 10min de prova (wow), era muita gente….só nos 21 km foram 19 mil inscritos. Eu estava mega empolgada, não me ative a tempo nem a quebra de RP (era a minha primeira vez), então pra mim estava tudo fluindo bem.


PERCURSO. Largamos com o amanhecer no Rio de Janeiro e isso já foi aquele bônus extra. Talvez nos 21 km faltou um pouco mais de festividade por parte da organização, não teve música, fogos ou algo mágico na largada, então nós mesmos fizemos nossa festa. A galera foi curtindo os primeiros km numa vibe muito boa. O povo já estava nas ruas e, óbvio, teve até um carnavalzinho dos cariocas no percurso, aquela energia boa e receptiva já tradicional do povo carioca. O percurso, mágico, difícil descrever, só vendo os vídeos e fotos. Saímos do Leblon, passando por Ipanema, Copacabana, Aterro do Flamengo com vista pro Pão de Açúcar, uma pequena passagem pelo velho Centro e chegando na Glória. E que Glória!

O percurso estava bem marcado, com vários pontos de apoio para os atletas, desde informação à área médica (01 hospital de 350m² situado na largada/chegada, além dos postos de ajuda e motociclistas socorristas acompanhando os atletas durante a prova, ambulâncias de percurso, fixas e móveis), esse cuidado com a integridade física do atleta é fundamental em uma prova longa de corrida. A hidratação estava de acordo, pontos de água a cada 2,5 km. Isotônico também em 2 pontos e só a Z2 que deixou a desejar. Faltaram os tais géis de carboidrato prometidos e, inclusive, anunciados na véspera da prova. Senti falta dos banheiros químicos no percurso, pela organização. 


PARA MELHORAR. Pontos negativos? Além dessa parte da entrega do patrocinador na hidratação e banheiros químicos no percurso, controlar a área de dispersão é um desafio para a organização na Maratona do Rio nas próximas! Muito pela multidão em certo momento da chegada, afinal controlar 19 mil atletas deve ser um desafio imenso, mas precisa atenção a esse ponto. Faltou água logo após a minha linha de chegada. E olha que meu tempo não foi tão ruim. A entrega da medalha também foi um desafio e talvez faltou um Parabéns! Uma sensibilidade dos staffs nessa entrega. 

DEU BOA. A arena no pós-prova foi um espetáculo à parte. Além das ativações dos parceiros da prova, espaço para fotografias e selfies em pontos estratégicos (com vista cartão-postal), teve shows (incríveis, por sinal a exemplo de DJ Marlboro  e Sandra de Sá) ali em todos os dias da prova e quem entrou na área VIP teve uma vista privilegiada, fora a área gastronômica oferecida ali. O Metrô Rio foi gratuito na volta pra casa. Bastava estar com o número de peito exposto ou a camiseta da prova. Isso achei bacana, contribuiu com a mobilidade e também deu pra fugir um pouco dos preços estratosféricos dos taxistas cariocas. 

Já estive em muitas maratonas, nem todas correndo, a maioria fazendo a cobertura. Mas, sem sombra de dúvidas, na MARA do Rio todo corredor deve ter essa experiência. Uma das empresas organizadoras que tem também como raiz organizar festivais musicais trouxe essa tônica com muito louvor para o evento e isso é digno de aplausos. O esporte precisa do lúdico. Aquém da competição, da elite de alto nível, de bater o RP, é bom rir, cantar, aplaudir. Isso muda a energia do ambiente e transforma a corrida em uma experiência pro atleta, do início ao fim.

Gosto de falar do Rio com alegria, mesmo com tantos problemas que a cidade apresenta. Pois, sim, existe uma energia (ou diria, magia) de correr no Rio de Janeiro que é diferente. Talvez pelos contrastes da cidade ou talvez por correr a maior parte da prova à beira-mar com aquela galera te apoiando do primeiro ao último km. Ou mesmo, aquela clássica, correr na Cidade Maravilhosa todo mundo precisa ir um dia! Ano que vem tem mais, e já tem data: 18 a 25 de junho de 2025 (já anota na agenda!) e que seja, muito mais MARA!



Josiany Salache é Jornalista apaixonada por esportes, corredora de rua e Host do Podcast Corrida Na Rede.

 @corridanaredepodcast

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