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A cidade do Rio de Janeiro viveu um momento especial no fim de semana prolongado do feriado de 15 de novembro. A edição 2021 da Maratona do Rio, que acontece desde 2003, celebrou o retorno dos grandes eventos de corrida no país pós-pandemia.
Os corredores puderam participar de quatro grandes corridas, de distâncias diferentes, em evento denominado Festival de Corridas e realizado no formato híbrido, com opção presencial e também virtual.
A meia maratona foi realizada no domingo (14/11) e teve a largada no Leblon, a partir das 5h da manhã, e a chegada no Aterro do Flamengo, num percurso ponto a ponto, com trajeto todo à beira-mar.
A maratona, que aconteceu em pleno feriado de segunda-feira (15/11), teve largada e chegada no Aterro do Flamengo, e foi realizada pela primeira vez num trajeto em circuito, também com paisagens à beira-mar. A largada também aconteceu a partir das 5h da manhã, escalonadas em ondas de performance.
Na segunda-feira, foram também realizadas as duas provas de distâncias menores (5 km e 10 km), com largadas a partir 9h.
A Arena foi toda montada pela primeira vez na Marina da Glória, com espaço para várias ativações das marcas parceiras do evento e patrocinadores, como Olympikus (marca esportiva oficial), Cosan, Claro e Ortobom.
Ao todo, as quatro corridas presencias tiveram cerca de 15,2 mil concluintes, sendo o maior número nos 21 km, com 6.293 corredores. Considerando também os participantes das provas virtuais, os organizadores divulgaram o número de 30 mil inscritos (não temos ainda os dados das virtuais, que tem data de término no dia 21/11).
Para participar da prova, todos os corredores tiveram que apresentar na entrega de kit o comprovante do ciclo de vacinação completo ou teste de PCR.
MANHÃ FRIA NO RIO NA DISPUTA DOS 21 KM
O domingo amanheceu com uma temperatura amena e favorável (cerca de 16 graus na largada) para os corredores que encararam a meia-maratona na quente cidade do Rio. A prova teve largada no Leblon e foi disputada num percurso ponto a ponto, com paisagens à beira-mar. A chegada foi na Marina da Glória, no Aterro do Flamengo.
O baiano Marcos Fernandes da Cruz, de 37 anos, foi o campeão com o tempo de tempo de 1:08:42. Ele dominou a corrida desde o início, até os 10 km na companhia do amigo e parceiro de equipe Leonardo Padilha Padovany, que terminou na 4ª colocação. Essa foi a quarta vitória do atleta na distância neste ano (três em Brasília) e a primeira participação no Rio de Janeiro.
“Meu corpo respondeu bem. Estava um frio bom na largada e foi muito gostoso de correr. Quero voltar aqui mais vezes”, conta o atleta, que tem como melhor tempo na distância 1:06:38, em 2019. O próximo objetivo do baiano, que nasceu em Lajedinho e mora atualmente na capital federal, é a Volta da Pampulha (18/12), prova em que o atleta já foi 3º colocado, em 2019.
Frederico Santos Abraão foi o 2º colocado, com 1:10:00, seguido de Willdeberg Claudino dos Santos, com 1:10:35.
Entre as mulheres, a catarinense Simone Ponte Ferraz, de 31 anos, venceu sua primeira meia maratona na carreira, com a marca de 1:15:21, depois de se distanciar na liderança após o km 15. A atleta, de Serrada, representou o Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 nos 3.000 metros com obstáculos.
Ao final da prova, ela destacou o clima perfeito para correr e o percurso plano. “A prova foi sensacional. Tivemos um clima maravilhoso aqui no Rio, estilo Europa. Estava fresquinho quando largou e isso foi favorável para uma boa competição. O percurso foi bem bacana e bem rápido. Estou muito feliz com minha marca. Venho de um ano Olímpico e o resultado aqui corou meu calendário de competições de 2021 da melhor forma”, comemorou Simone, que fez sua primeira corrida de rua depois dos Jogos. “Dei uma segurada nos treinos depois de Tóquio e estava aguardandoa volta das corridas de rua para retornar. Esta é minha melhor marca em meia e estou muito feliz porque quebrei a barreira de correr no Rio. Todo mundo diz que aqui é difícil por causa do calor.” O próximo objetivo da atleta é a São Silvestre, no último dia do ano.
Maria Aparecida Ferraz chegou em 2º lugar com 1:15:39, e Jessica Ladeira Soares em 3º, com 1:16:35.
DOMíNIO PERNABUCANO NA MARATONA E RECORDE
Mesmo com a temperatura um pouco mais quente do que no domingo (cerca de 21 graus na largada e 26 na chegada da elite), o pernambucano Justino Pedro da Silva, de 36 anos, venceu a Maratona do Rio com recorde de prova. O atleta, que nasceu em Dormentes e vive em Petrolina, cruzou a linha de chegada em 1º com incríveis 2:13:31. Essa foi a primeira participação do corredor na maratona carioca, que veio de um 2º lugar na Maratona de João Pessoa, realizada há quinze dias.
“Estou muito feliz por ter ganhado essa prova e batido o recorde. É o primeiro ano que corro a maratona aqui no Rio. Em 2013, fui 10º na meia, com 1:05”, comemora o atleta, que gostou bastante do percurso e assumiu sozinho a liderança no km 30.
“Passei a meia em segundo, mas por volta do 25 km alcancei meu amigo Edson Amaro, que tem história em maratona. A partir do km 30, assumi sozinho a prova. Eu estava bem treinado e vim de boas corridas. Essa é a vitória de mais expressão na minha vida. Agora vou descansar, porque venho de muitas competições, e fazer os ajustes finais para a Pampulha e a São Silvestre.”
O também pernambucano Edson Amaro, que se manteve na liderança em boa parte da prova e foi o 3º na Maratona de João Pessoal, ficou na 2ª colocação, com 2:16:40, seguido de Samuel Souza, com 2:18:38.
No feminino, outra atleta pernambucana fez a festa no lugar mais alto do pódio. Mirela Saturnino de Andrade, de 30 anos, venceu pela primeira vez a Maratona do Rio, com o tempo de 2:35:36. A atleta tem cinco participações na prova, incluindo dois vices, em 2017 e 2018.
Mirela fez questão de destacar a organização da prova para a boa performance e o lindo visual do percurso. “Correr com assistência e sendo protegido faz a diferença. A organização foi muito boa. E correr com a natureza e num local lindo assim, com essa paisagem, não tem felicidade maior”, diz a pernambucana, que assumiu a liderança faltando 6 km para o final.
“Percebi que a adversária já tinha quebrado. E daí pensei: ‘Chegou minha hora da vitória. Tenho que resistir às minhas próprias dores e transformar a dor em prazer’. E a gente sabe que dói. A maratona não é correr como um doido, mas manter uma média para poder terminar bem.”
A atleta Rejane Ester Bispo, que liderou até o km 35, ficou na 2º posição, finalizando o percurso em 2:46:48. A 3ª colocada foi Marina Gomes Marcal, em 3:04:01.
Além das quatro distâncias, este ano os atletas puderam participar também do Desafio Cidade Maravilhosa, correndo os 21 km no domingo e os 42 km na segunda, totalizando 67 km. Não houve premiação com troféu para essa categoria (537 corredores completaram as duas distâncias), apenas a classificação no site oficial.
Fotos: Fernanda Paradizo / Contra-Relógio
Confira o RESULTADO geral de todas as distâncias no site oficial da prova
Editora da CR. Jornalista e fotógrafa.
