Visitar o Japão estava em meus planos desde muitos anos atrás e realizar este sonho ficou mais concreto quando decidi que aproveitaria para correr a Maratona de Tóquio. Só que participar dessa prova não é nada fácil; não basta querer. É necessário se registrar para ficar na lista do sorteio, e contar com a sorte!
As inscrições para a edição deste ano (dia 27/02) abriram dia 01/08/2010 e nada menos que 360 mil interessados apareceram! O resultado do sorteio veio em forma de e-mail em 16/10, confirmando a vaga para mim e para meu amigo Antonio Felicio de Carvalho.
Assim, mais do que rápido, confirmamos o Registro Definitivo, e fizemos o pagamento. Em seguida recebemos número e senha para acessos particularizados de informações sobre a corrida. Consultei muitos guias de turismo do Japão e elaborei um roteiro super carregado para conhecer o país de norte ao sul em 30 dias, visitando inúmeras cidades em que eu e minha esposa Rosa temos familiares. O tempo passou voando, muito trabalho e sem tempo para treinar direito, e chegamos ao Japão!
A primeira impressão nas primeiras horas em Tóquio foi de admiração. É uma metrópole de alto nível, oferecendo tudo que eu tinha previsto de bom. Conforme instruções recebidas por e-mail, no dia 25 fui buscar o kit, que continha: livreto informativo, número, chip, camiseta, identificador de baia, instruções de como chegar, com mapas do local do inicio da prova e da chegada, locais de encontros com familiares e amigos, acessos ao metrô, ônibus, e um saco plástico para colar seu número, e deixar no guarda-volume.
No dia, acordei cedo e tomei um café da manhã reforçado, com várias comidas típicas japonesas. Fui para a largada de metrô e nem precisei me preocupar em relação às baldeações que teria que fazer, pois era só seguir a multidão de corredores. Chegando lá, alto falantes nos postes indicavam onde deixar a roupa, sobre banheiros, as baias etc. Com 36 mil corredores era mesmo necessário que tudo andasse bem. Mas em função do frio de 8 graus e um pouco de vento, os banheiros se mostraram insuficientes, obrigando a procura em prédios da região e lanchonetes.
Dada a largada, em menos de 10 minutos já consegui passar pelo tapete do chip e começar a correr, porque era bastante larga a avenida, com muita gente incentivando.
CONGESTIONAMENTO. O primeiro posto de abastecimento foi bastante congestionado, com água nas primeiras mesas, depois energético e numa terceira área distribuíam doces e salgados(!). Para piorar, corredores da prova de 10 km apressados trombavam de vez em quando para ultrapassagem. O roteiro da maratona é lindo e como sempre tem muita gente aplaudindo, corre-se fácil, ainda mais que o percurso é praticamente plano, mas com muitas curvas.
Na altura do km 10, toma-se uma avenida por 5 km e volta-se pelo outro lado. Mais para frente outro trecho de ida e volta, e eu seguia bem, maravilhado com o povo e com a cidade, apesar de em um ritmo nada bom, mas coerente com a minha falta de treinamento.
No km 24, uma grande surpresa: mulheres em trajes tradicionais estavam servindo comidas típicas. Eu recebi dois oniguiri e comi gostoso com tsukemono e ocha. Pouco adiante, distribuição de missoshiru, em tijelinha; estava super-quente e demorei um pouco para tomar aquela sopinha gostosa.
E já não estava frio, porque o sol tinha saído, fazendo a temperatura subir para uns 16 graus. Acabei encontrando a Rosa e uma sobrinha dela, e deixei com elas alguma coisa que levava, inúteis dado o abastecimento que a prova oferecia.
Mais um trecho de ida e volta, mas que não chegava a ficar monótono porque havia distração: escolares cantando, bandas de rock, estações de água, salgados, frutas etc. Segui em frente, em ritmo devagar, às vezes caminhando, e completei em 5h50, um dos meus piores resultados, mas muito satisfeito. Indico esta ótima maratona, para todos.
* Quem desejar pode me contatar pelo e-mail ansakamoto@uol.com.br para dar maiores detalhes e custos da viagem.