20 de setembro de 2024

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Notícias admin 3 de maio de 2015 (0) (64)

Maratona de Santiago: 4ª maior em brasileiros

A 9ª edição da Maratona de Santiago, dia 12 de abril, consolidou a competição como um dos maiores eventos da América do Sul, com 22.073 concluintes: 10.959 nos 21 km e 4.515 na distância máxima, além dos 6.599 atletas que participaram da prova de 10 km, números recordes da história da competição, que começou em 2007. O público brasileiro também abraçou definitivamente o evento, com 494 concluindo a maratona, tornando-se o 4º principal destino dos maratonistas do país no exterior, perdendo apenas para Buenos Aires, Disney e Nova York.
A Expo, realizada tradicionalmente na antiga estação ferroviária de Mapocho, este ano foi ampliada e, sem dúvida, se tornou a mais completa do continente, perdendo muito pouco para as grandes maratonas estrangeiras. Estandes de todas as marcas, inclusive de algumas que só encontramos nos EUA e Europa, estavam presentes, com enorme variedade de produtos e serviços.
A entrega dos kits foi bem rápida e eficaz, sendo que os inscritos nos 10 km e nos 21 km ganhavam uma camisa com manga, enquanto os postulantes a completar os 42 km recebiam uma camisa regata. Um desses postulantes foi Juliano Gomes, de Belo Horizonte, que se mostrava plenamente satisfeito com a feira: "Ela é muito bem localizada, ao lado de estação de metrô de Calle Y Canto, é organizada, limpa, com boas opções para compras, com preços dentro do padrão", disse ele à revista.
O calor que marcou os dias anteriores, chegando aos 33 graus, não foi problema no início da manhã de domingo. A maratona largou às 8h10, seguida da meia e dos 10 km às 8h40, com uma agradável temperatura de 16 graus. Aos poucos o sol foi aparecendo e esquentando, atingindo sobretudo os maratonistas acima de 4 horas, que chegavam em frente ao Palácio de La Moneda, onde fica o pórtico de chegada, por volta do meio dia.
Segundo a organização, o horário tão tarde (para padrões brasileiros), se dá por conta que demora para amanhecer na cidade, e a largada no escuro pode tornar a prova perigosa, dado os vários cruzamentos que o trajeto percorre. Apesar da grandiosidade do evento, a organização cometeu o grave erro de não ter largadas nem por ondas, tampouco baias de ritmo. Sendo assim, quem quis aquecer um pouco antes prova, teve que se contentar em largar muito atrás e ter que fazer inúmeros desvios dos mais lentos nos primeiros quilômetros.

SEM CACHORROS. O percurso é muito agradável, passando por inúmeros parques da cidade e regiões bem arborizadas. Uma novidade esse ano foi a criação de "canis" ao longo do percurso, para que os inúmeros cachorros abandonados da cidade, um problema sanitário ainda carente de solução, não incomodassem os corredores de elite e amadores.
Mas o que chamou mesmo a atenção para a recém-maratonista Taís Tomita, também de BH, são as pessoas na rua. "Desde cedo, muitos cidadãos, principalmente crianças, nos incentivavam: ´vamos que se puede!`". Contudo, a prova é tradicionalmente conhecida por ser bem traiçoeira, com falsos planos sem fim ao longo do percurso, que vão minando a musculatura aos poucos, mesmo com os últimos 10 km em leve declive.
O ponto mais frágil da prova foi a escassez na hidratação: com clima muito seco e com o contingente enorme de corredores, os postos de hidratação a cada 5 km, com copinhos de papel de 200 ml, enchidos até a metade, não davam vazão. Juliano Gomes comentou que até o km 30 foi "um gole a cada posto", e que após isso, "bebia 2 copos inteiros e menos de um minuto depois a boca estava seca de novo".
Taís Tomita concordou com ele, mas ressaltou um ponto positivo que foi a participação popular. "Por inúmeras vezes, nossa necessidade de hidratação foi suprida por crianças segurando copos com água e gelo pelo percurso. Todas sempre com um sorriso no rosto. Nos impressionou muito o quanto os chilenos gostam da prova."
Outro ponto negativo foi a dispersão pós-prova, confusa e desorganizada, com corredores pulando um sobre os outros para pegar uma garrafa de água, isotônico ou mesmo caixa de uvas oferecidas como lanche pós-prova. O controle de entrega de medalhas era muito rústico e a reportagem observou inúmeros casos de pessoas que pegavam para "dar de presente" aos seus maridos, esposas, parentes ou amigos.
A maratona foi vencida pelo queniano Luka Lobuwan, com 2:11:52, a apenas nove segundos do recorde. Foi a primeira vitória do africano. A euforia da organização, no entanto, foi com o pelotão feminino, onde a peruana Inês Melchor, que bateu o recorde sul-americano na última edição da Maratona de Berlim, com 2:26:48, pulverizou em mais de três minutos o da competição, com 2:28:18.
Os resultados completos podem ser conferidos no site www.maratondesantiago.com

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