POR DENISE AMARAL | @deniseamaral
A 3ª edição da Maratona de Niterói (01/09) teve a presença de diversos corredores “cascudos”, como o mestre Nilson Lima, que completou a maratona 369 nesta prova, José Júnior, que dobrou todas as Marathon Majors e completou a maratona 104, Dani Gabrielli, que completou sua maratona 99, Celinho, na sua maratona 96, e eu, que completei a maratona 185!
Dizem que, quando o número de “doidos” numa prova aumenta, principalmente vindo de outras cidades, seu sucesso está aumentando também!
E o que eu mais escutava dos amigos era: Niterói é Rio? “Sim e não”, eu respondia. Niterói é um município da Região Metropolitana no estado do Rio de Janeiro, do outro lado da famosa Ponte Rio Niterói, com seus 13 km de extensão, sendo 9 km sobre a água.
Você pode ir para Niterói pela ponte ou pelas tradicionais barcas, com saída a cada 1 hora das 23h às 6h da manhã, com duração de 20 minutos. Ônibus saindo de SP seguem direto para a rodoviária da cidade, sendo uma alternativa econômica.
A entrega do kit, largada e chegada da prova aconteceram no Caminho Niemeyer, um complexo arquitetônico idealizado pelo ícone Oscar Niemayer.
A cidade não tem muitas opções de hotel, comparada com o Rio, é claro. Mas vários atletas optaram por se hospedar em Niterói, já que a largada da maratona era às 5h30 da manhã.
O MOTEL Praia Grande (isso mesmo que você está pensando) ficava a 400 metros e foi tomado por corredores, deixando os assanhadinhos sem muitas opções no local.
O kit tinha uma simpática bolsinha, uma camiseta com um bom tecido mesclado e os corredores faziam fila para tirar fotos, na entrega do kit, no bacana painel de LED que indicava seu nome e número de prova, além da tradicional foto com a bela vista da ponte e do Rio ao fundo.
Quando a prova começou ainda estava “noite”, mas fomos presenteados com um amanhecer dourado. O percurso passou pela atual entrada das barcas e pela antiga Estação Cantareira, que foi incendiada em 1959 após a revolta devido ao aumento da passagem.
Seguimos em direção ao magnífico Museu de Arte Contemporânea, projetado por Niemayer, suspenso sobre as águas lembrando uma nave espacial.
Uma subida íngreme e curta e uma descida longa nos levaram até a Praia de Icaraí, com uma incrível vista do Cristo Redentor e do Bondinho do Pão de Açúcar do outro lado da Baía da Guanabara.
Após a subida e descida pela Estrada da Fróes, com seus vários clubes de iatismo frequentados pela vitoriosa Família Grael, chegamos às Praias de São Francisco e Charitas, local de transição do quarteto na maratona de revezamento e da Estação de Catamarã, uma opção mais rápida de deslocamento ao Rio.
Em seguida, atravessamos o túnel que leva às praias oceânicas, já que as praias anteriores tinham águas da Baía da Guanabara.
Margeamos, pela ciclovia, a Lagoa de Piratininga, com casinhas simples, garças e flores, para chegarmos ao calçadão da bonita Praia de Piratininga e fazermos o mesmo caminho inverso até a chegada no Caminho Niemayer.
Água, isotônico, Coca-Cola em 3 pontos, gel, paçoca e staffs bem jovens, muitos oriundos dos projetos sociais voltados ao esporte, apoiados pela organização da prova.
Na chegada, sorvete, um delicioso wafer energético da HW, um saxofonista e uma DJ alegravam o local, que tinha mesinhas e cadeiras para a confraternização entre os corredores e para aguardar a entrega de troféus de faixa etária (de 10 em 10 anos somente).
Um organizador olímpico e uma mulher triatleta muito atenta
Armando Barcellos foi triatleta profissional e um dos principais nomes do esporte na década de 90. Foi campeão brasileiro em 1998 e 1999 e bicampeão do Ironman Brasil, em 1989 e 1990. Em 1994, no Havaí conquistou 16º lugar. Competiu em Sydneu 2000 como um dos três atletas representantes brasileiros. Em 2004, foi o chefe da delegação brasileira nas Olimpíadas de Atenas 2004 e hoje administra duas renomadas lojas de artigos para triathlon e ciclismo.
Sua esposa e triatleta, Karen Casalini, cuida dos mínimos detalhes da prova, como me disse orgulhosamente o triatleta Armando Barcellos, que administra juntos a 3aeventos. Após vencer um câncer em 2019, Karen segue vencendo na organização desta prova, que cresce a cada ano, e em outros eventos em Niterói.
A prova de 2025 deve acontecer no final do mês de julho ou início de agosto e é uma excelente oportunidade para conhecer a Cidade Sorriso, que muitos cariocas da gema, como eu, mal conhecem!
Dados das provas
O evento teve Corrida Kids, caminhada 2,5 km, corridas de 6, 15, 42 km e revezamento 42km (quarteto ou dupla).
Premiação geral
1º lugar: Troféu + R$ 3.000,00 + Inscrição Maratona de Niterói 2025
2º lugar: Troféu + R$ 2.000,00 + Inscrição Maratona de Niterói 2025
3º lugar: Troféu + R$ 1.200,00 + Inscrição Maratona de Niterói 2025
4º lugar: Troféu + R$ 800,00 + Inscrição Maratona de Niterói 2025
5º lugar: Troféu + R$ 400,00 + Inscrição Maratona de Niterói 2025
Números
402 homens e 57 mulheres na maratona
496 na dupla 42
356 no quarteto 42
603 homens e 300 mulheres nos 15 km
487 mulheres e 332 homens nos 6 km
Total 2401 corredores, sem contar os participantes inscritos na caminhada de 2,5 km e nas corridas kids.
OBS.: A Maratona de Niterói não teve seu percurso aferido oficialmente e por essa razão seus resultados não foram validados, sendo desconsiderados para o Ranking Brasileiro de Maratonistas 2024.
Denise Amaral tem 185 maratonas completadas ao redor do mundo, sendo 29 vezes só em Nova York. Primeira mulher no mundo a conquistar pela terceira vez a Six Star Medal Finisher @deniseamaral