Brasil e Colômbia se tornaram muitos próximos após o acidente com o avião da Chapecoense, que deixou um total de 71 mortos, no mês de novembro em Medellín.
Por tudo isso, muitos brasileiros deverão querer retribuir essa solidariedade, visitando essa linda cidade, e, no caso dos corredores, participando da Maratona das Flores, que crescendo anualmente e já é a mais importante do país; sua 22ª edição acontece no dia 17 de setembro, com percurso aferido e certificações internacionais da AISM e da Federação de Atletismo da Colômbia.
Faltando cerca de quatro meses para o evento, já há corredores inscritos de 18 países. Os estrangeiros, incluindo os brasileiros, pagam 60 dólares (preço promocional) para qualquer uma as quatro distâncias (42 km, 21 km, 10 km e 5 km) até o dia 30 de junho. Mais informações pelo site oficial, o www.maratonmedellin.com.
A Contra-Relógio estará presente na prova e a intenção é levar um grande grupo de assinantes juntamente. Para isso, clique aqui e veja o pacote de viagem montado pela EC Tavares, de São Paulo, para participar do evento.
O leitor Alexandre Diniz, de São Paulo, participou da prova em 2016 e indica a corrida colombiana. “O melhor custo-benefício nos 42 km, pois a passagem e a hospedagem saíram bem mais baratas do que em diversas viagens que já fiz dentro do Brasil ou na Argentina”, afirma.
“A retirada do kit ocorre no Complexo Esportivo Atanasio Girardot (para os fãs de futebol, é onde fica o estádio do Atlético Nacional e do Independiente Medellín, os clubes da cidade), próximo ao metrô, sendo bem localizado e de fácil acesso. Uma dica importante: leve o comprovante de inscrição impresso, pois tive dificuldades de retirar o kit somente com o passaporte.”
Em relação ao dia da corrida, Diniz destaca a correta organização. “A arena fica bem lotada. Além dos corredores, havia muitas famílias presentes. Um fator interessante: os amadores partem a 200 m do pórtico, antes de uma curva, fazendo com que a largada seja ‘em movimento’, no melhor estilo Fórmula Indy, literalmente. Algo bem diferente!”, afirma o paulistano. “A maior dificuldade da prova não é o percurso e nem correr os 42,195 km: é o sol forte nesse período, daí ser importante se cobrir.”
Além dos 42 km, no mesmo dia há opções de 21 km, 10 km e 5 km, ou seja, atinge níveis diferentes de corredores e pode ser uma viagem indicada tanto individualmente quanto em grupos. Para facilitar a locomoção, há uma parceria entre a organização e a empresa de metrô; assim, no dia da corrida, os inscritos usam o transporte gratuitamente mediante a apresentação do número de peito.
MUDANÇA RADICAL. O assinante José Eduardo Motta Garcia, de São Paulo, acompanhou Diniz na viagem a Medellín e também elogia o evento colombiano. “A 21ª edição contou com a participação de 13 mil corredores, de 30 nacionalidades, nas quatro distâncias. A cidade, que entre os anos 1980 e 90 já liderou o ranking das mais violentas do mundo, devido ao cartel de tráfico de drogas, possui hoje níveis de criminalidade abaixo da média nacional”, lembra José Eduardo.
Para quem acompanha a série “Narcos”, no Netflix, sobre a vida do traficante Pablo Escobar, conhece bem a incrível transformação passada por Medellín nas últimas décadas, tornando-se hoje uma cidade segura, moderna e que anualmente bate o recorde de turistas.
Como Medellín é cercada por montanhas, o percurso conta com algumas subidas, mas nada que comprometa o rendimento, de acordo com os corredores entrevistados pela Contra-Relógio. Assim como Diniz, José Eduardo destaca o calor típico da região no mês de setembro (equivalente ao do Rio em junho, mas sem a alta umidade), e para minimizar o problema, a maratona começa às 6h30.
“A hidratação é impecável, com água gelada em saquinhos a cada 3 ou 4 km, além de várias estações de ‘chuveirinhos'”, completa o assinante.
Na parte gastronômica, José Eduardo faz duas sugestões. “Além, é claro, do café, reconhecido como um dos melhores do mundo, não vá embora de Medellín sem experimentar a bandeja paisa, o farto prato típico da cidade que leva arroz branco, carne moída, torresmo, feijão, ovo frito, abacate e banana, entre outros ingredientes. Apenas uma sugestão importante: deixe para comer depois da maratona…”
COMO CHEGAR – Medellín é servida por um moderno aeroporto na cidade de Rio Negro, distante apenas 1 hora de carro. Há um ônibus especial até o Terminal Norte, com interligação para o metrô. Por sinal, ao escolher o hotel, procure ficar perto de uma estação de metrô, assim, terá acesso facilmente a toda Medellín. O cartão de transporte é gratuito e unificado (metrô, ônibus e teleférico).
Na questão turística, Medellín é a terra natal de Fernando Botero, um dos artistas mais marcantes da Colômbia, com destaque para a Plaza Botero, onde há obras em bronze dele. Entre as atrações estão ainda a Basílica de la Candelária, o Palácio de la Cultura e a Catedral Metropolitana.
Outra região com atrativos é a do Jardim Botânico (com 14 hectares, um lago, 600 espécies de árvores e plantas nativas, bosques e vários espaços livres para o público).
Para ter uma visão aérea, pegue o teleférico (Metrocable) da Estação Acevedo ao Parque Arví. O Metrocable foi planejado para facilitar o acesso da população aos bairros mais altos. Com 2 km de extensão, leva 9 minutos para fazer todo o trajeto. Outro ponto para observar Medellín é o Pueblito Paisa, localizado no Cerro Nutibara.
Um fato ao mesmo tempo curioso e interessante: como setembro é um mês quente, a maioria das praças e parques tem fontes ou espelhos d’água, para as pessoas se refrescarem. É possível tomar um banho sem qualquer problema. É liberado pelas leis municipais, seja adulto ou criança (por isso, ao sair, leve na mochila uma troca de roupa, especialmente se estiver com crianças). Uma boa dica para refrescar após os 42 km.