Notícias admin 10 de março de 2015 (0) (174)

Maratona de Mar del Plata: 25 anos!

Chega o fim de ano e as maratonas se rarefazem, tanto aqui do lado de baixo do Equador, como no Hemisfério Norte. É natural. É o momento de festas e confraternizações e, além disso, o tempo dos extremos das estações; nos trópicos o verão escaldante, do outro lado do mundo o inverno inclemente. Por tudo isso, é hora de, corredores amadores – e, claro, também profissionais -, diminuir o ritmo e entrar na fase de transição, época de colocar em prática o obrigatório e merecido descanso ao corpo, muitas vezes depois de um ano de treinos e provas de alegria e prazer, mas que fatigam a mente e o mecanismo fisiológico.
Com o propósito de correr a última maratona do ano, e sem desejar repetir as mais disponíveis em termos de logística, resolvi buscar uma de certa forma inusitada. Na realidade, quase incógnita, pois com tantos que a mencionei, poucos a conheciam, poucos ouviram falar dela, apesar de estar comemorando as suas bodas de prata em 2014. E assim fui fechar o ano de provas e treinos na Maratona de Mar del Plata, dia 30 de novembro.
Distante 400 km de Buenos Aires, o acesso a Mar del Plata pode ser via aérea, por Aerolíneas Argentinas, em 1h10 ou em confortáveis ônibus-leito numa viagem de 4h30. De uma maneira ou de outra, os preços são idênticos se a passagem aérea for comprada com muita antecedência. A vantagem da via terrestre é que há saídas de ônibus praticamente de 15 em 15 minutos, diferente das poucas opções da via aérea.
Para alguns, este seria um grande obstáculo que impede a escolha desta maratona para incluir no calendário. Mas, sinceramente, não vi inconveniente algum, logisticamente falando, dela estar afastada de Buenos Aires. E o fato concreto é que esta prova vem crescendo, conquanto lentamente, desde a sua primeira edição em 13 de agosto de 1987.
Hoje, realizada no final de novembro, mais próxima do verão, há sempre o risco de enfrentar temperatura alta. Normalmente, como este ano, o termômetro aproximou-se dos 15 graus em sua máxima e 10 graus na mínima, ou seja, clima ideal. No entanto, a natureza deu o seu contratempo. Um vento violento de aproximadamente 40 km/h soprou em muitos momentos, dificultando por demais, apesar de ajudar também certos trechos, fazendo assim a compensação.
Todo o percurso é feito pela orla marítima, o que a torna muito bonita, até de uma beleza extraordinária. Inicia e finaliza na Praça Cólon, bem no centro da cidade, em frente ao Cassino. Isto evidentemente facilita na escolha de inúmeros hotéis que se situam muito próximos à largada. Outro ponto positivo é a organização perfeita, com suficientes pontos de hidratação e Gatorade, chuveiros refrescantes em caso de necessidade, sanitários espalhados estrategicamente, postos de saúde e ambulâncias, assistidos por mais de 500 voluntários este ano, segundo o principal jornal local "La Capital", tornando-se portanto um dos eventos esportivos mais destacados da cidade.

PERCURSO DURO. Mas, como nem tudo são flores em qualquer maratona, o percurso não é fácil. A altimetria vai de zero, beirando o calçadão do mar, ao pico de uma ladeira a 40 metros em um lampejo, como num passe de mágica, "com muitas subidas e descidas velozes", como me disse um dia antes da prova, o diretor Andrés Macció. A comprovação da dificuldade do percurso vem logo no início do segundo quilômetro com um longo aclive, embora, justiça seja feita, nos deparamos lá no alto com uma visão belíssima de toda a orla.
Outro ponto desfavorável, para quem tem dificuldades com isto, é que fazemos o percurso da meia-maratona duas vezes, sem contar que há também uma corrida de 10 km. Então, juntando as três modalidades, este ano o número de inscritos chegou a pouco mais de 8 mil, o que não é desprezível para um prova pouco conhecida fora da Argentina, apesar dos 25 anos.
A entrega do kit no Ginásio Poliesportivo Ilhas Malvinas transcorreu com muita fluidez, sem demora e problemas. A feira é muito acanhada, sem nenhum estande efetivamente, apenas alguns poucos vendedores de produtos variados. Lembrou-me a Maratona de Buenos Aires ainda em seus primórdios, sem patrocinadores e sem a invasão dos brasileiros.
Este ano a 26ª edição acontece dia 29 de novembro. Site: www.maraton.mardelplata.gob.ar

Ney Caires é assinante de Salvador e lançou recentemente o livro "Maratonas: um olhar cultural sobre as cidades".

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