12 de dezembro de 2025

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Maratona de Curitiba 2025 consolida recordes, grandes disputas e histórias marcantes

O brasileiro Ederson Vilela conquistou o tricampeonato da prova, cruzando a linha de chegada em 2:15:13 e superando um recorde histórico de 21 anos
Largada da Maratona de Curitiba 2025 (Foto: @fparadizo)

A Maratona de Curitiba 2025, realizada no dia 23 de novembro, entrou para a história não apenas por ser a maior edição do evento, com 13.519 concluintes nas quatro distâncias (42 km, 21 km, 10 km e 5 km) e a mais alta premiação da América do Sul, mas principalmente por provar que a excelência de uma prova se constrói no detalhe. A organização impecável e o elevado nível técnico nos 42 km consolidaram a prova curitibana como uma das melhores, ou talvez a melhor, do calendário nacional.

A cidade abraçou o evento, mas foi a qualidade da experiência oferecida aos atletas que realmente chamou a atenção.
“Superamos todas as expectativas na edição deste ano, não apenas nos números recordes de participantes e na premiação, mas na qualidade da experiência que oferecemos”, disse Arthur Trauczynski, Co-CEO da Global Vita Sports.

Única prova do Paraná com selo Road Race da World Athletics, a maratona foi palco de uma disputa acirrada por uma premiação recorde de 604 mil reais, sendo 110 mil para os campeões masculino e feminino da maratona, além da premiação extra do 1º ao 5º colocados brasileiros (com 15 mil para os campeões). Esse cenário foi perfeito para consagrar Ederson Vilela como tricampeão e novo recordista da prova, com 2:15:13. Ele superou a marca de 2004, obtida por José Gutemberg (2:17:56), que durava 21 anos.

Ederson comemora o tricampeonato em Curitiba (Foto: @fparadizo)

“Desde 2023, quando corri aqui pra 2:19, eu nem pensava tanto em recorde, mas sabia que era possível. No ano passado já chegou perto, mas não veio. Este ano, de novo, não pensei em recorde, mas a prova levou ao recorde. Largou muito forte, o ritmo estava intenso desde o começo. Quando passou mais ou menos pelo km 30, eu pensei: ‘Quem ganhar a prova bate o recorde’. E aí falei comigo mesmo: ‘Vai ter que ser eu’. No final eu olhava muito pra trás, mas às vezes quando a gente olha, dependendo do ângulo, parece que tem alguém chegando. Eu tinha a impressão de que o queniano ainda estava ali, não tão perto, mas não tão longe. Só que na verdade já tinha aberto bastante. Quando eu cheguei aqui na reta final eu falei: ‘Agora já era. Agora é nossa’. E fomos embora”, disse o campeão.

Mesmo com nível muito alto e a presença de atletas estrangeiros, o Brasil conseguiu ficar com as três primeiras posições do pódio. Justino Pedro da Silva foi o segundo colocado, com 2:17:34, e Wendell Jerônimo o terceiro, com 2:18:01.

Justino fez questão de elogiar o alto nível da prova e a organização. “Está de parabéns toda organização. Uma prova muito forte e de alto nível. E estou feliz por ter sido o segundo colocado. Agora vou dar uma descansada e ano que vem tem mais maratona”, afirmou o corredor, que encara novamente a distância em abril, numa prova internacional.

Wendell também destacou o alto nível da prova, além da dificuldade do percurso. “Depois do km 27, eu só queria chegar. Essa prova é uma caixinha de surpresa. É a mais difícil do Brasil. Estou falando de percurso e estou falando também de nível de competidores. Fiquei 36 dias fora do Brasil me preparando. Eu não poderia parar em momento algum. O objetivo era só chegar. Mas me sinto grato por ter chegado entre os três primeiros”, disse o atleta, que agora tentará se recuperar para correr a São Silvestre.

Entre as mulheres, a queniana Naum Jepchirchir conquistou o lugar mais alto do pódio, melhorando seu tempo (2:39:14) e posição em relação a 2024. “Eu estou muito feliz com essa oportunidade. No ano passado eu fui vice-campeã, com 2:42, e hoje consegui melhorar meu tempo para 2:39.”

Franciane é a melhor brasileira, com a 3º colocação (Foto: @fparadizo)

A melhor brasileira na prova foi Franciane Moura, com 2:40:06, na terceira colocação, posição que assumiu no km 35: “Eu conversei com meu treinador, a gente ia fazer a primeira parte mais reservada e tentar a segunda dobrar. Então foi isso que aconteceu. Fiz minha prova. Estava treinando para ela. Eu sabia que ia ser uma prova dura”.

Sobre o final da temporada, Franciane afirma que precisa descansar para o próximo ano. “Vou continuar treinando, fazendo mais competições na minha região, lá em Manaus.”

Na meia-maratona, o queniano Dismas Okioma (1:06:51) venceu no masculino, e a brasileira Kleidiane Barbosa (1:19:27) sagrou-se bicampeã da disputa feminina.

Kleidiane conquista o bi da meia em Curitiba (Foto: @fparadizo)

A atleta, que já detém o recorde da prova, notou a diferença no trajeto: “O recorde é meu (1:16:32). E este ano fiz um pouquinho mais alto, mas teve uma mudança no percurso também. Achei que ficou bem mais pesado.”

Na segunda posição, outra brasileira brilhou no pódio. Aos 55 anos, Dione Chillemi, que tem no currículo muitos pódios pelo Brasil quando competia na elite — inclusive em Curitiba —, fechou a prova com 1:25:49 e surpresa com a colocação.

Aos 55 anos, Dione fica em 2º na meia (Foto: @fparadizo)


“Estou com 55 anos bem vividos. Eu treino bem e me sinto bem. O importante é a gente fazer o que ama por mais tempo possível. Vários anos eu fui segunda, terceira colocada aqui, disputando com as quenianas. O que prende a gente é a cabeça. Eu não deixo que isso aconteça”, comentou a atleta, destacando que em fevereiro vai para Sevilha tentar correr uma maratona sub 3 horas aos 56 anos.

100 maratonas

Se os atletas de elite foram o ponto alto da festa em Curitiba, os amadores não ficaram para trás. Só na maratona, a prova registrou 3.012 concluintes, mostrando crescimento em relação ao ano passado, quando 2.873 corredores finalizaram a distância.

E o clima perfeito de festa marcou mais uma maratona especial para Caroline Viebrantz, que completou sua 100ª prova na distância. Correndo ao lado dos amigos e do marido, ela descreveu o dia como “maravilhoso e muito especial”.

Nascida em Curitiba, afirmou que completar o ciclo das 100 maratonas na cidade natal tem um significado diferente. E teve ainda um sabor especial: ela acabou sendo chamada ao pódio para receber uma homenagem.

Corredora desde 2011, estreou na maratona em 2013, na Disney, e desde então coleciona experiências que vão de ultramaratonas e provas de 24 horas a desafios off-road. Mas garante: “Meu amor mesmo são as maratonas”.

Com a mandala das Majors conquistada este ano em Tóquio, Caroline segue acumulando metas e histórias. “Quero continuar correndo até minhas pernas aguentarem, porque eu amo. O desafio da maratona é sempre uma experiência diferente. E conhecer o mundo correndo é incrível.”

Resultados

Maratona – feminino

1. Naum Jepchirchir, 2:39:14
2. Emily Chebet, 2:39:23
3. Franciane Moura, 2:40:06
4. Mirela Saturnino, 2:41:05
5.Vivian Kiplagat, 2:42:41

Maratona – masculino
1. Ederson Vilela, 2:15:13 (recorde)
2. Justino Pedro da Silva, 2:17:35
3. Wendel Jerônimo, 2:18:01
4. Vestus Cheboi, 2:20:20
5. Willian Kibor, 2:21:13

Meia Maratona –  feminino
1. Kleidiane Barbosa, 1:19:27
2. Dione Chillemi, 1:25:49
3. Leticia Heiler, 1:29:12
4. Rafaela Bacelar, 1:31:40
5. Ferdinanda Alcantara, 1:32:08

Meia Maratona –  masculino
1. Dismas Okioma, 1:06:51
2. Alisson Peres, 1:07:26
3. Glenison Carvalho, 1:07:55
4. Cristiano Tedeski, 1:12:122
5. Jamil Paixão, 1:12:16

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