Há quem queira fazer todas as Majors. Outros, de correr pelo menos uma maratona em cada continente. Entrar para os Marathon Maniacs… Objetivos pessoais, familiares, de viagem. Eu tenho alguns, mas atualmente, o que mais quero realizar é de fazer as principais provas de 42 km na América do Sul. Sou um apaixonado pela cultura sul-americana e defendo a tese de que exploramos (no bom sentido, claro) pouco nossos países vizinhos.
Uma prova em especial, a Maratona das Flores, em Medellín, serviu para reforçar esse objetivo e colocar em prática um plano para 2018 (na fase de elaboração de um projeto nesse sentido). Sabe aquela viagem que você vai com uma (boa) expectativa, mas ao chegar ao local, a realidade é muito melhor? Nem sempre isso ocorre, mas dessa vez, tanto o evento como a cidade surpreenderam demais.
Um envolvimento com o esporte na cidade, excelentes estruturas físicas para inúmeras modalidades, ótima organização da maratona (em uma avaliação geral, item por item, superior a qualquer das brasileiras), transporte público interligado, eficiente, seguro, limpo e barato, bom custo-benefício em hospedagem e principalmente na alimentação, ótima recepção das pessoas (os colombianos respeito e adoram o Brasil) estão entre os atrativos.
Falando especificamente dos 42 km (há opções de meia-maratona e de 10 km) o percurso, com muitas subidas nos primeiros 28 km (além da alta umidade e temperatura, que neste ano estava boa para correr) são os desafios. Nem tudo é perfeito! Poderia haver uma separação de pelo menos 15 minutos na largada entre os 42 km e os 21 km, mas são detalhes para melhorias, mas que não impactam a avaliação geral.
Site completo (com todas as informações), aplicativo para celular (novidade neste ano), acompanhamento ao vivo, rápida divulgação dos resultados (já no meio da tarde do próprio domingo do evento), premiação em dinheiro no geral e em duas categorias, veteranos A e veteranos B, tanto no masculino quanto no feminino, agilidade na entrega dos kits… Acesso à Expo (ainda tímida) e à arena do evento pelo metrô (funcionando a partir das 5h)…
Na edição de setembro da Contra-Relógio, o editor Tomaz Lourenço comenta sobre as maratonas brasileiras, o ainda pequeno número de participantes e coloca alguns itens que as provas nacionais deveriam levar em consideração. São eles:
1) que a largada seja bem cedo, de madrugada mesmo (Medellín começa às 6h30);
2) Que os percursos sejam os mais planos possíveis (nesse caso, Medellín fica a dever, pois está bem próxima da altimetria de Curitiba, com a vantagem de concentrar as subidas até o km 28 e, depois, tem pelo menos 10 km em descida, além de plano);
3) que o abastecimento seja caprichado, notadamente na segunda metade (água de 2 em 2 km, isotônico de 3 em 3 km na média, mas o mais interessante em Medellín, água de 1 em 1 km, até menos algumas vezes, do km 29 até a chegada);
4) que os corredores dos 42 km sejam devidamente reconhecidos pelo seu esforço, com medalhas diferenciadas e outros mimos na chegada (sim, a camisa da Maratona das Flores é exclusiva nos 42 km, com a marca da distância, e a medalha é maior e única para os maratonistas, além de mimos na chegada). Dos 4 itens, citados pelo Tomaz, entrega 3 com destaque, com o percurso sendo o ponto destoante.
Dessa forma, para sair de um roteiro tradicional e colocar uma boa experiência na vida de corredor de maratonas, olhe com carinho para Medellín e para a Maratona das Flores, sem falar que a parte cultural e de turismo/viagem pesará positivamente.
Sobre a prova especificamente, leia a cobertura na edição de outubro da CR!
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Muito bom.
Uma das provas no radar. Quem sabe o ano que vem.
Como o Ralph comentou; bom saber. Obrigado André e Contra-relógio por estas avaliações e informações!