Na sequencia do texto anterior (veja aqui), continuo analisando os resultados do Mundial de Atletismo, desta vez comparando o desempenho dos países.
O país vencedor da competição pelo quadro de medalhas e destaque pelo ineditismo da conquista foi o Quênia. Nossos amigos africanos estão expandindo sua atuação, dominando novas modalidades além das corridas de longa distância. Das 7 medalhas de ouro, vale chamar a atenção para o arremesso de dardo (a história do Julius Yego, que aprendeu a arremessar dardos no Youtube é sensacional!) e distâncias relativamente curtas como 400m com barreiras e o retorno de Rudisha nos 800m.
É do Quênia ainda o maior número de medalhas por atleta, entre grandes delegações, 16 medalhas entre 52 atletas, um aproveitamento de 31% (não vale comparar com delegações pequenas como o Tajiquistão que conseguiu 1 medalha com 2 atletas – 50% de aproveitamento).
A Jamaica também foi destaque, com Usain Bolt confirmando o posto de homem mais rápido do mundo e contribuindo com 3 medalhas de Ouro para seu país.
Duas grandes potências do esporte deixaram a desejar, e muito. Estados Unidos e Rússia, amargando um 3º e 9º lugar, respectivamente, no quadro de medalhas. Alguns fatos ilustram a queda de performance dos norte-americanos:
– Os Estados Unidos sempre foram o grande campeão do Mundial de Atletismo, com o 1º lugar no quadro de medalhas, salvo por duas vezes em que ficou em 2º. Desta vez amargou um inédito 3º lugar.
– Pela primeira vez em Mundiais ou Olimpíadas, os eventos de pista masculino individuais não trouxeram nenhuma medalha de ouro ao país.
– Diversos atletas norte-americanos que já foram medalhistas em mundiais ou Olimpíadas como Matthew Centrowitz, Leo Manzano, Galen Rupp, Brenda Martinez, Jenny Simpson e Shalane Flanagan ficaram de fora do pódio desta vez.
Já a Rússia, envolvida em investigações anti-doping, teve vários de seus melhores atletas cortados da competição, o que contribuiu para o fraco desempenho do país.
Olhando as medalhas conquistadas nos últimos 6 Mundiais, podemos ver suas medalhas despencando em 2015. Depois de uma média de 25 medalhas por torneio, este ano os EUA levaram “apenas” 18. Com a Rússia o baque foi ainda mais forte: média de 16 medalhas por torneio e apenas 4 este ano.
Dos países com grandes delegações, acima de 20 atletas, outras decepções ficaram por conta de Itália (33 atletas) e Suécia (24 atletas) que não conquistaram nenhuma medalha. Menção honrosa também deve ser feita ao nosso querido Brasil (1 medalha para 58 atletas), Japão (1 medalha para 33 atletas) e Espanha (1 medalha para 44 atletas).
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