A Meia-Maratona de Nova York aconteceu no dia 20 de março, com temperatura de 3 graus. A prova, que este ano completou a 11ª edição, reuniu mais de 20 mil participantes. No total, foram exatos 20.155 concluintes, sendo 10.556 mulheres e 9593 homens. Terminaram 265 brasileiros.
O evento contou com a presença de vários atletas de elite, que estão pleiteando vaga nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio e que disputaram uma premiação total de 115 mil dólares.
No feminino, a norte-americana Molly Huddle mostrou que não foi por acaso que conseguiu o título da prova no ano passado, quando fez história e se tornou a primeira atleta da casa a vencer essa meia. Ela garantiu o bicampeonato com recorde da prova, 1:07:41, numa disputa emocionante com a queniana Joyce Chepkirui, que acabou na 2ª colocação pelo segundo ano consecutivo. A queniana também fechou os 21 km com 1:07:41 e a vitória foi definida na linha de chegada, com uma vantagem de centésimos de segundos para a americana. Na 3ª posição, chegou Diane Nukuri, do Burundi, com 1:09:41.
Na prova masculina, primeira vitória do queniano Stephen Sambu, em 1:01:16, em Nova York. Ano passado ela havia sido vice e no ano retrasado foi 3º. O queniano Wilson Chebet ficou na 2ª colocação, com 1:01:35, seguido pelo norte-americano Sam Chelanga, em 1:01:43.
Essa prova abre oficialmente o circuito de meias maratonas do New York Road Runners, composta também pelas do Brooklyn, Queens, Bronx e Staten Island, exatamente os distritos por onde passa a maratona.
Com organização exemplar e um circuito mágico, que larga no Central Park, passa pela famosa Times Square e faz sua chegada na Baixa Manhattan, região financeira nova-iorquina, a prova vem se tornando uma das melhores opções para os corredores que querem estrear na distância, apesar do frio intenso e da saída muito cedo (para não atrapalhar a cidade), até como uma forma de incentivo para encarar a famosa maratona, realizada no início de novembro, também organizada pelo NYRR.
BRASILEIROS. Professora de Educação Física, a carioca Andreia Karasarkisian, 43 anos, não pensou duas vezes quando escolher Nova York para fazer sua estreia nos 21 km. Corredora há dois anos, Andreia traçou essa meta logo quando começou a dar os primeiros passos na corrida. "Minha primeira meia sempre quis fazer aqui", conta ela, que confirmou in loco do que o já esperava do evento.
"Tudo é extremamente bem organizado. Todas as ondas (três no total) saíram no horário e foi tudo muito bonito e animando. A única coisa que pegou foi o frio. Eu já sabia que era bem frio, mas vivenciar isso é complicado, principalmente porque saí na terceira onda e daí o tempo de espera é maior", explica Andreia, que correu com o dedinho do pé quebrado, contrariando ordens médicas. "Acabei nem sentindo, talvez por estar com as extremidades congeladas por causa do frio", brinca ela, que finalizou os 21 km em 2h22 e muito emocionada. "Eu estava com um manguito da bandeira do Brasil e as pessoas gritavam. Foi emocionante."
O publicitário Sérgio Valente, de 51 anos, foi outro corredor que escolheu a cidade de Nova York para fazer sua estreia em meia. Corredor há apenas um ano e meio, a maior distância que havia corrido até então eram 18 km. "Escolhi correr aqui pelo charme da cidade. Coloquei na minha cabeça que quero fazer algumas provas só em cidades emblemáticas. Adoro viajar e quando você consegue juntar as duas coisas é bom demais", conta Sergio, que é baiano e vive entre São Paulo e Rio de Janeiro.
Uma das coisas que mais lhe chamou atenção foi o percurso. "Você faz os primeiros 10 km dentro do Central Park e passa por lugares ali que nem imagina. Depois sai pela 7ª avenida e pega a Times Square, que é a cara de Manhattan. Então vai ao lado do rio Hudson e chega lá embaixo na Wall Street", descreve Sergio, que terminou a prova em 2:35. "A prova tem apenas dois pontos complicados, que é a subidinha do túnel (km 20) já quase no final e a saída do Central Park, que afunila um pouco e faz muito frio ali. Fora isso, é perfeita."
Quem também reclamou do frio nova-iorquino foi o corredor baiano Jaime Ribeiro de Oliveira, de 75 anos, que corre há 15 anos e viaja o mundo para correr meias. "Minha mulher não deixa eu fazer maratona porque acha que é muito desgastante. Jaime sofreu um pouco com o frio. "Eu não sentia nem as mãos nem os pés. Os pés só voltaram ao normal depois que cheguei ao hotel e tomei um banho quente", conta o corredor, que terminou em 2h29.
Além de ser uma prova de estreia para muitos corredores, quem faz a primeira vez sempre pensa em voltar. Foi o caso da paulista e estudante de Nutrição Kele Veras, de 37 anos, que corre há três anos. " Eu já tinha feito a prova aqui em 2014, quando estreei na distância, e resolvi voltar porque adorei o percurso e achei que havia uma energia sensacional. Eu queria viver isso de novo e aproveitar para melhorar meu tempo", diz Kele, que cruzou a linha de chegada com 1h49, 13 minutos abaixo da sua estreia.