Maioria das maratonas brasileiras cresceu este ano; apenas 9 tiveram menos concluintes que em 2024

Em um balanço das 47 maratonas brasileiras deste ano (quadro), constata-se que a maior parte das 36 que teve sua segunda ou mais edições apresentou crescimento no número de concluintes (nos 42 km), em comparação com o acontecido em 2024, e apenas 9 apresentaram recuo.

O destaque em termos relativos é a Internacional de Porto Alegre, com + 133,8%, que por sua vez mostrou tal evolução em grande parte porque sofreu uma forte queda no ano passado, em função da tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul, que obrigou a uma mudança de data. Em 2023, lá terminaram 4.086 corredores.

Já em relação à que surgiu na capital gaúcha no ano passado, promovida pela New Balance, deve-se realçar que o evento estabelece limites às inscrições, daí os números apenas razoáveis. Nesse sentido, as vagas para o próximo ano já estão encerradas, o que é um fato absolutamente único no país.

Mas outras provas revelaram expressiva evolução, como é o caso das de Ponta Grossa, João Pessoa, Olinda e Jipa City. No lado oposto estão as poucas que diminuíram de tamanho, sempre considerando apenas a maratona propriamente e não o conjunto das várias distâncias desses eventos. A redução maior se deu na que acontece em Florianópolis, no mesmo dia da carioca, e que se caracteriza por dificultar o acesso a seus resultados, ficando sempre fora do Ranking CR.

Chama a atenção o número de estreias, 11!, sendo que várias foram resultado de acréscimo dos 42,2 km ao evento, que já contava com 21,1 km e outras distâncias menores. É uma forma de dar maior expressão à competição, mesmo que isso signifique oferecer condições desfavoráveis aos maratonistas, notadamente devido ao calor, como acontece nas do Nordeste, ainda que largando bem cedo.

Aliás, entre as novidades deste ano, a de maior sucesso em termos de concluintes foi a de Aracaju, seguida pela da Praia Grande, São José dos Campos e a do Litoral do Paraná.

Por outro lado, a do Rio permanece firme na liderança e com tendência a reforçar ainda mais essa posição, pelas iniciativas bem sucedidas para torná-la tão festiva e gigante como as famosas do exterior, apenas lembrando que as lá de fora reúnem exclusivamente maratonistas, enquanto que na carioca (como em todas as nossas maratonas) eles são minoria e, talvez por isso, por vezes pouco valorizados.

No total, o crescimento no número de maratonistas de 2024 para este ano é significativo (+ 36,8%), em parte pelo aumento expressivo nos concluintes na prova carioca, mas também pelo avanço em boa parte das demais, assim como pelo surgimento das 10 maratonas em 2025.

Pode-se dizer que, no Brasil, 50 mil dos estimados 1 milhão de corredores (participantes de provas devidamente inscritos) encaram o desafio dos 42,2 km. Do total de concluintes (55.454), deve-se dar um desconto porque muitos fazem mais de uma maratona por aqui (até mais que 5), enquanto uma parte inexpressiva é formada por estrangeiros. Por outro lado, centenas de brasileiros só fazem maratonas lá fora.

Então, dos que se inscrevem em corridas de rua no país, 5% são maratonistas, proporção que é menor do que no hemisfério norte, mas lá em cima encarar os 42 km é bem mais fácil, pelo clima frio/ameno na maior parte do ano.

CONCLUINTES NOS 42,2 KM DE MARATONAS BRASILEIRAS