LESÃO NO MENISCO
Sou maratonista, bicampeão do Ranking da CR 2004 e 2005, na faixa 70/74. Depois da Maratona de Curitiba 2005, onde fiz 3h43, em dezembro sofri uma queda que afetou as costelas. Após tratamento, em janeiro 2006 sofri uma lesão em um treino de base: deu um estalo no meu joelho direito, não podendo nem colocar o pé no chão. Foi diagnosticado, em ressonância magnética, uma lesão no menisco. Em maio deste ano fui submetido a uma astrocopia. Como o sr. é maratonista, queria sua opinião: vou poder voltar a correr maratonas? Qual seria o melhor tratamento?
Ilton Franco Monsores, Miguel Pereira, RJ

Parabéns pelo bicampeonato no ranking da revista, e pelo seu excelente resultado na maratona de Curitiba em 2005. Sua lesão no joelho deve ter sido caracterizada por um entorse no qual você sofreu roturas meniscais em ambos os meniscos (medial e lateral), que são estruturas fibroelásticas localizadas dentro da articulação do joelho, entre os osso da tíbia (perna) e do fêmur (coxa), lesões estas provavelmente agravadas por um desgaste (degeneração) destas estruturas ao longo dos anos, como foram evidenciadas pelo exame de ressonância magnética e, mais importante, pelo exame clínico realizado pelo seu médico. Considerando sua atividade física intensa e imaginando que tenha objetivos ainda a serem alcançados dentro das corridas, creio que sua melhor opção é o tratamento cirúrgico para as lesões meniscais, pois há grande chance de uma melhora significativa do seu quadro clínico. Após um programa fisioterápico bem conduzido para a recuperação da cirurgia, creio que você reuniria plenas condições de voltar a correr competitivamente, inclusive maratonas.

TENDINITE NO QUADRIL
Tenho uma amiga em minha cidade que é corredora. Ela tem 32 anos e começou a correr em 2003. No ano passado ela melhorou muito o seu desempenho e estava em um nível de treinamento e competição bem próximo ao de um profissional, haja vista sua premiação em competições no interior do RS e em Porto Alegre. Porém no início de 2006 ela começou a sentir dores muito fortes no quadril, particularmente no lado esquerdo, na região superior deste – não sei o termo médico para essa região do osso do quadril, sei somente que é naquela ponta que fica saliente. O problema se agravou rapidamente e de uma forma tão dolorida que a última competição em que ela participou este ano foi em Porto Alegre, em uma maratona de revezamento, no mês de março. A partir daí nunca mais pode treinar nem competir em função da dor. Ela procurou ajuda médica e o traumatologista deu um diagnóstico de tendinite, tendo receitado alguns medicamentos que, por algum tempo, bloquearam a dor. Ela está atualmente fazendo fisioterapia, porém sem resultados visíveis, sendo que a dor persiste. Outro problema para a corredora é que a mesma depende do Sistema Único de Saúde, o que ainda torna mais difícil e demorada uma solução, pois ela não tem condições de fazer exames mais completos e detalhados, que poderiam auxiliar em um diagnóstico seguro. Estou enviando esta mensagem na esperança de encontrar uma explicação que auxilie na recuperação de minha amiga, pois sei a seriedade e o trabalho de esclarecimento que a revista oferece a todos os atletas em todos esses anos, desde o seu lançamento.
Fernando Mesquita, Ijuí, RS

O termo "tendinite" atualmente é utilizado de forma muito genérica em Medicina Esportiva, e na maior parte das vezes não corresponde ao diagnóstico preciso apresentado pelo atleta. Você mencionou que a dor que sua amiga sente é na região superior do quadril, mais à esquerda, porém necessitamos de mais alguns dados de história para começarmos a pensar em algum diagnóstico. Houve algum trauma, queda, ou evento parecido? A dor é em pontada? Ela se irradia para algum local? Sua amiga se queixa de algum formigamento? Ela está conseguindo correr, ou realizar alguma atividade física? Tinha prática de fazer alongamentos ou treinamento de força para complementar a corrida? Dói para cruzar as pernas ou levar a coxa para atrás do corpo? Fez algum exame de imagem para comparar com o exame clínico do ortopedista? Creio que uma opção seja procurar ajuda no ambulatório de Medicina Esportiva do Hospital da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e mantê-la em alguma atividade aeróbica para que seu condicionamento físico não seja completamente perdido. Aulas de musculação e alongamento também são recomendadas nesta fase.