20 de setembro de 2024

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Sem categoria admin 4 de outubro de 2010 (0) (116)

Lesão na Panturrilha; Dor do Lado; Tendinite; Artrose no Joelho;

Lesão na Panturrilha 
Venho tratando uma lesão na panturrilha há alguns meses com fisioterapia. Fui liberado pelo médico para treinar e correr, o que vinha fazendo de forma moderada. Mas voltei a sentir forte dor, me impossibilitando de correr e conseguindo andar com dificuldade. É a terceira vez que enfrento essa crise. O que fazer?
Eduardo Jurema, Recife, PE

As lesões musculares são as mais comuns no dia-a-dia do corredor, e nem por isso são as mais simples de tratar. O problema da reincidência sempre existe, e a lesão se torna cada vez mais grave quando isto acontece. Muito provavelmente você foi vítima de uma lesão muscular que acometeu sua panturrilha, mas pode ser que tenha pulado etapas na sua recuperação, ou não tenha esperado o tempo suficiente para a lesão cicatrizar. Realizou exercícios de fortalecimento para esta musculatura antes de retornar às corridas? Quais medidas analgésicas foram prescritas a você durante o tratamento? Foi realizado um exame de imagem, como o ultra-som, para auxiliar no diagnóstico ou para avaliar o andamento da cicatrização? Voltou correndo na esteira ou na rua, e em ritmo mais lento ou em seu ritmo normal? Diminuiu a intensidade, freqüência e volume de suas corridas quando voltou a treinar? Todas estas são perguntas importantes que vão nortear melhor sua recuperação. Converse com seu ortopedista a respeito disto.

DOR DO LADO
Sou médico otorrino, estou com 44 anos e sempre corri. Fiz minha primeira maratona em Porto Alegre 2005, e foi tudo bem, tendo completado em 4h27. Em 2006 planejava melhorar meu tempo, mas por volta do km 20 começou uma dor na região abdominal à direita (região hepática), que me forçou a diminuir o ritmo e até a caminhar em vários momentos; acabei completando em 4h37. Aí fui fazer a Maratona de Florianópolis, mas acabei desistindo no km 34, também devido a esta dor. Neste ano, novamente na de Porto Alegre senti a dor, mas completei. Tenho procurado respirar somente pelo nariz e não forçar o ritmo, mas sempre vem o desconforto. Haveria alguma dica para enfrentar essa dor? Tenho que treinar mais?
Eli Ratzkowski, Porto Alegre, RS

Não creio que a solução para sua condição seja treinar mais, pois imagino que você já treina suficientemente bem. A dor na região abdominal lateral muitas vezes é causada por um espasmo do diafragma, o músculo que fica entre a cavidade pulmonar e a abdominal, e que auxilia no processo de respiração, através da movimentação do gradeado costal, para que o ar entre e saia de nossos pulmões. A respiração muito superficial faz com que o diafragma contraia e relaxe rapidamente, podendo apresentar um espasmo, uma espécie de câimbra, e daí as dores que tanto o atormentam. O estômago demasiadamente cheio também pode fazer com que o diafragma entre em espasmo, pois estaria constantemente tocando no estômago durante a inspiração. Preste atenção se não está comendo muito antes e durante estas provas mais longas, e tente iniciá-las em ritmo ligeiramente mais lento: você pode estar um pouco acima do seu limite e não perceber isto no início, mas estas dores no trajeto podem revelar seu ritmo acelerado desde o começo. 

TENDINITE
Tenho 47 anos e comecei a correr há dez anos. Inicialmente a intenção era apenas perder peso, depois me apaixonei pelas corridas e não parei mais. O meu sonho é um dia participar e completar uma maratona. Este ano estava treinando para a de São Paulo, só que no mês de março sofri uma tendinite na perna direita, então tive de abortar o meu sonho, por enquanto. Estava fazendo um percurso de 14 km, mas no km 8 senti uma forte dor na tíbia e, erradamente, continuei correndo por mais 2 km, quando a dor aumentou demais e não pude continuar. Fui caminhando para casa. Não procurei um médico de imediato; aguardei 15 dias para só então fazê-lo, depois de perceber que não iria sarar tão rápido como eu desejava. O médico deu o diagnóstico como sendo tendinite, embora no exame de raio-x nada tenha sido constatado. Acessei vários sites em busca de informação, quando fiquei sabendo que esse tipo de lesão leva cerca de 90 dias para sarar completamente, o que me deixou bastante triste. Trabalho numa clínica como gerente de manutenção; são 4 andares, e a minha sala é no último andar; não tem elevador e tenho que subir essas escadas várias vezes ao dia para atender aos chamados de suporte. Quando chega no final do dia a minha perna fica inflamada. Mais grossa que a esquerda e continuo sentido dores na tíbia e na musculatura. Fiz exames de ultra-som na musculatura da perna direita e não foi observado nenhum problema. Quando penso que estou melhorando a dor reaparece. Diante do exposto, o que devo fazer para abreviar a minha cura? Quando é que poderei voltar a praticar as corridas?
Queiroga Manoel Filho, Vitória da Conquista, BA

Os dois diagnósticos que você mencionou, tendinopatia e fratura de stress, podem acometer a mesma porção anatômica da sua perna, mas são completamente diferentes, e necessitam de acompanhamento e tratamento diferenciados. Se você não realizou um exame de imagem, como a ressonância magnética ou a cintilografia óssea, será difícil fechar um diagnóstico e ter certeza realmente se você sofreu uma fratura de stress.  De qualquer forma, esta condição normalmente leva por volta de doze semanas para sua completa consolidação, portanto no seu caso você retornou às corridas muito precocemente, daí a recidiva dos sintomas. O exame inicial de raio-x seria normal de qualquer forma, portanto não está indicado nesta fase, e suas constantes subidas e descidas no trabalho vem complicando o quadro clínico. Caso ainda esteja sentindo dores, pare de correr e converse com seu ortopedista em relação à necessidade de algum exame de imagem para a avaliação de sua lesão, e procure um fisioterapeuta para acompanhar sua recuperação, assim você não cometerá novamente o erro de abreviar seu retorno às corridas.

ARTROSE NO JOELHO
Tenho 56 anos e já corri muito nessa vida. Agora me apareceu uma artrose no joelho. Existe uma solução para que eu possa voltar a correr?
Osmair Camargo, Brasília, DF

Na verdade, a artrose não "apareceu" agora em seu joelho para atrapalhar suas corridas, porém esta condição se desenvolveu ao longo de muito tempo, devido a fatores ainda não totalmente elucidados pela ciência, como genética, carga excessiva sobre os joelhos, alinhamento de membros inferiores e musculatura pouco desenvolvida, para citar alguns. Tema de já diversas explicações nesta seção, a osteoartrose tem um controle, e não propriamente uma cura, uma vez que a articulação sofre um desgaste em sua superfície cartilaginosa, cursando com dor, inchaço, incômodo para atividades físicas e sensação de rangido entre os ossos. A administração de drogas condroprotetoras (protetoras da cartilagem), como os sulfatos de glucosamina e condroitina, têm sido preconizada pela literatura médica e encontrado bons resultados na prática clínica. Creio que a tentativa é válida. Caso esteja enfrentando períodos com muita dor, diversifique suas atividades para que possa dar um descanso aos seus joelhos.

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