Eliud Kipchoge esperou até os 30 minutos finais da NN Mission Marathon para partir ao ataque e vencer a prova em 2:04:30, no Aeroporto Twente, em Enschede, no último domingo (dia 18).

O atual campeão olímpico dos 42 km (título obtido no Rio em 2016)  tinha pouco a provar: a vaga na equipe do Quênia para Tóquio-2021 já havia sido confirmada antecipadamente, assim como o status de um dos maiores maratonistas de todos os tempos. Mas, após uma rara derrota na Maratona de Londres, em outubro do ano passado, o detentor do recorde mundial estava ansioso para mostrar um bom desempenho antes da Olimpíada.

E Kipchoge fez exatamente isso no domingo, apesar de ter que lidar com algumas mudanças tardias nos planos de corrida e treinamento, já que o evento havia sido originalmente marcado para o dia 11 de abril, uma semana antes, em Hamburgo, na Alemanha, mas teve o local alterado por restrições causadas pela pandemia de Covid.

A ideia era correr bem, sem objetivos de quebra de tempos, além de ser uma maratona para a obtenção de índices olímpicos para os outros participantes. Após passar a meia maratona em 1:01:43, correndo ao lado dos coelhos Philemon Kacheran e Jonathan Korir, o ritmo se estabilizou na segunda parte, com cada segmento de 5 km sendo percorrido em 14:50.

No momento em que Kipchoge e a dupla de coelhos chegaram aos 30 km, em 1:28:10, o segundo pelotão já estava mais de dois minutos atrás, mas dentro do índice olímpico. Assim, o queniano “abandonou” os coelhos e, mantendo o ritmo, cruzou o pórtico de chegada em 2:04:30.

Korir se manteve em segundo lugar, em 2:06:40, com Goitom Kifle, da Eritreia, chegando à terceira posição em 2:08:07. Um pouco mais atrás, o campeão olímpico de Uganda em 2012, Stephen Kiprotich, ficou em quinto lugar em 2:09:04.

“Missão cumprida”, disse Kipchoge. “As condições estavam muito boas, com um pouco de vento, mas não tive queixas. A corrida foi perfeita. Este foi o verdadeiro teste para Tóquio. É bom fazer uma maratona alguns meses antes da Olimpíada para testar a minha forma física.”

MULHERES. As principais maratonistas femininas foram acompanhados por um pequeno grupo de homens, alcançando os 10 km em 34:39 e a meia maratona em 1:12:58. Gladys Chesir do Quênia, Hanna Lindholm, da Suécia, e a dupla alemã Laura Hottenrott e Katharina Steinruck ainda estavam na disputa neste momento, mas Lindholm começou a ficar para trás.

Chesir foi o próximo a perder contato com o pelotão em 1h30 de prova, deixando Steinruck e Hottenrott como a dupla principal. Steinruck alcançou a linha de chegada em 2:25:59, ficando em sexto lugar na lista alemã de todos os tempos, apenas três lugares e 84 segundos atrás de sua mãe, Katrin Dorre-Heinig, medalhista de bronze olímpica de 1988.

A portuguesa Sara Moreira terminou bem e ficou em segundo lugar em 2:26:42, com a alemã Rabea Schoneborn em terceiro, em 2:27:03.

Principais resultados
Mulheres
1 Katharina Steinruck (ALE) 2:25:59
2 Sara Moreira (POR) 2:26:42
3 Rabea Schoneborn (ALE) 2:27:03
4 Laura Hottenrott (ALE) 2:28:02
5 Marcela Joglova (CZE) 2:28:16
6 Jill Holterman (HOL) 2:28:18
7 Mieke Gorissen (BEL) 2:28:31
8 Gladys Chesir (QUE) 2:29:16
9 Laura Mendez (ESP) 2:29:28
10 Ruth van der Meijden (HOL) 2:29:30

Homens
1 Eliud Kipchoge (QUE) 2:04:30
2 Jonathan Korir (QUE) 2:06:40
3 Goitom Kifle (ERI) 2:08:07
4 Philemon Kacheran (QUE) 2:08:47
5 Stephen Kiprotich (UGA) 2:09:04
6 Geoffrey Kusuro (UGA) 2:09:53
7 Mathew Sang (QUE) 2:09:54
8 Filex Chemonges (UGA) 2:09:59
9 Hiskel Tewelde (ERI) 2:10:07
10 Marcin Chabowski (POL) 2:10:17