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Notícias André Savazoni 4 de março de 2013 (14) (90)

K21 Curitiba, a prova mais difícil que já corri

Prova de montanha não tem facilidade. Trilhas abertas ou fechadas, subidas, obstáculos naturais – como erosão, pedras soltas, buracos, riachos, galhos e raízes –, descidas íngremes… Agora, quando une um conjunto de fatores (naturais e por falhas), o resultado é uma prova insana, como pode ser classificada a primeira edição do K21 Curitiba, realizada ontem. A mais difícil que já participei.

A altimetria (como podem conferir no relatório do amigo Adolfo Neto, de Curitiba) era terrível. E numa crescente. Perfeita. Foram três subidas e descidas daquelas, mas evoluindo. Da mais “fácil” para a “quase impossível”. O desgaste físico natural de uma corrida na montanha, foi sendo acentuado quilômetro a quilômetro.

Quando subimos o Morro da Palha, a segunda elevação, existia a dúvida: “Se essa não é a pior, nem quero imaginar…” Melhor assim, porque a última, a “Subida do Guardião”, foi “inimaginável” mesmo, para nunca mais esquecer. Em trilha, com angulação daquelas. Haja força nas pernas. Subi esse trecho todo andando rápido, sem parar. Mas nada de trote. Mesmo caminhando, tanto as panturrilhas quanto as coxas queimaram como nunca. Ao chegar lá no alto, com uma vista magnífica, despencamos literalmente morro baixo.

O segundo fator para a dificuldade foi o forte calor. O dia estava lindo, céu azul, o que trouxe uma temperatura elevada, potencializando a já citada complicação do percurso.

Para completar o trio explosivo, os postos de água, principalmente na segunda e mais difícil parte tanto pelo desgaste quanto pelo trajeto, estavam distante demais entre eles. Isso “quebrou” muita gente. Corri forte a prova, fiquei em 16º no geral em 2:25:29 (o vencedor, José Virginio de Morais, fez em 1h56), claro que se tivesse mais água, me ajudaria, mas pessoalmente não senti qualquer complicação por isso (corro muito sem água), mas pensava o tempo todo em quem vinha atrás. Sabia que daria problema. Como deu. Conversei com a organização ao chegar e após a cerimônia de premiação. Já prometeram melhorias para 2014. Faz parte dos aprendizado.

Essa foi uma falha que poderia ter sido evitada, até porque boa parte do percurso (com a chegada e largada) ocorreu dentro do Parque Ecológico da Empresa de Águas Ouro Fino, com inúmeras fontes de água mineral – não era para falta água. Lugar lindo e que vale o passeio, por sinal (voltarei ao assunto nesta semana, comentando também sobre ao Parque Barigui, mais um “point” de corrida que conheci pelo Brasil).

Um complemento nos problemas: o percurso também teve algo em torno de 22 km.

A sinalização em 95% do trajeto também estava boa, só considero o trecho final do Morro da Palha confuso. Havia a parte de estrada e um caminho interno. Os dois foram usados. A organização, depois, me informou que não houve interferência, pois a distância nos dois dava a mesma, então, perfeito.

No geral, o K21 Curitiba foi muito bom, tem o que evoluir para a segunda edição, em 2014, mas o saldo foi positivo.

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14 Comments on “K21 Curitiba, a prova mais difícil que já corri

  1. Vi os tempos de alguns conhecidos e todos altos, inclusive o do vencedor. Imagino a insanidade só por isso. Seu tempo foi bom ainda.

    Que absurdo faltar água. Umas 2 horas sem eu até aguento, mais é complicado, ainda mais em montanhas.

    Olhei para a altimetria e já estava desistindo. Li o seu relato e desisti de vez haha.

    Posso usar seu relato no nosso podcast?

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    Claro que pode, Enio
    Abraço
    André

  2. André como sempre vc guerreiro da linha de frente, parabéns! A altitude aqui foi 1047? Estas inform. eu esqueço depois que faço a prova, mas acho que no Atacama foi 1500 e na Villa Angostura 1700…só que eram 42k nas 2 provas….

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    Lu, chegando a 1.050 m pelo que me falaram na hora… alto pra caramba… e fomos duas vezes para essa altura, porque os dois picos finais, eram mais ou menos iguais…

  3. Salve meu nobre!

    Satisfação encontra-lo em nossas trilhas.

    Opinião: Nada de água. Cada corredor que leve a sua. Em 21 km dois postos de reabastecimento apenas, com água em galões. E aí acaba essa palhaçada de corredor ficar jogando copinho no mato e depois ficar dizendo que a organização tem obrigação de limpar depois. Eu não jogo nem um papel de bala na rua só porque a prefeitura dispõe de varredores e garis.

    Abraços!

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    Volpão, é questão de regulamento e organização. Nada de água. Ok, todos se viram. Água sem copos, como nas provas da Corrida de Montanha? Todos se viram. E pronto. Agora, se a organização promete água, tem de entregar água. Ainda mais em uma prova patrocinada por uma empresa de … água, rs

    Eu corri 5 km mais ou menos com dois copinhos na mão. Fiz todo o trecho final, daquela subidona, com os dois copinhos e só fui jogá-los no lixo quando encontrei o outro posto. Não jogo no chão nem a pau também.

    Agora, essa é uma outra questão. O que não pode é divulgar uma coisa e não entregá-la. Isso complica para todos.

    Abraço e foi um prazer encontrá-lo
    André

  4. Muito bom seu relato parabéns, já tinha feito esse Morro da Palha em 2009 e já o considerava até hoje a mais difícil de minha Vida e continua sendo, ainda mais completando com Morro do Guardião piorou. Você ainda fez um tempo muito bom, imagine o meu sofrimento só fiz o dobro do seu tempo, mas o visual é lindo demais.

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    Cleia, como escrevi no texto, durante o tempo em que eu ia correndo (e confesso, treino muito sem água, para mim não influenciou em nada), eu pensava sim em quem viria mais atrás, quem faria a prova em 3h, 3h30… que iria complicar demai

    Abraço
    André

  5. Respeito a opinião do Volpão, mas quando se pergunta no congresso técnico da prova se é recomendável que se leve camel back e o responsável pela mesma responde que é desnecessário pois haverá água a vontade, aí eu acho que vc tem que cumprir o que prometeu, se já for uma regra que cada um terá que cuidar da sua hidratação a coisa muda.

  6. Excelentes palavras André. A prova realmente foi duríssima, como já dava para notar pela altimetria divulgada (e ainda foi alterado o primeiro trecho, incluindo outra subida que não tinha antes). A pior foi sem dúvida nenhuma a subida apelidada de “Subida do Guardião”, e só para deixar claro aos demais leitores, é porque essa subida fica nos fundos da chácara do Valdecir Guardião, que por sinal foi quem abriu a trilha para passar o percurso.
    Também concordo com o comentário do George Volpão e sua resposta, melhor que cada um fosse com sua hidratação, tendo apenas galões para reabastecimento, porém se foi divulgado que seria totalmente desnecessário levar qualquer tipo de hidratação, a Organização deveria ter se programado para a pior situação (calor, água para tomar e jogar no corpo, locais de difícil acesso, trecho de ida e volta, local de concentração = ponto de transição,…).
    Enfim… para mim ocorreu tudo bem, pois fui um dos primeiros a passar (em todos os postos haviam água) e da mesma forma faço vários treinos acima de 10km sem hidratação. Mas sinto pelos demais atletas não acostumados.
    Abraços,
    César condrati
    http://condrati.blogspot.com

  7. Ri muito de tudo o que aconteceu, pois se tem um alguém que seja o cara que ajudou a criar este percurso foi eu, então pensei juntamente com o Kleber, vamos fazer a corrida de montanha, isto em relação ao percurso, e deu nisso, muitos comentários, e no que a organização promete melhorar as falhas. e no que compete a mim so posso dizer a vcs, que já corri mais de 20 vezes este trecho do K21, e a parte mais dura foi uma ligação de terrenos que já havia a muito tempo e que so melhoramos ela, e deu bons comentários. Antes que me esqueça se alguém quiser conhecer melhor aqui e treinar aqui, me procure, porque o trecho do rio e a subida do 17, inicia na minha chacara, então esta feito o convite , abraços a todos

  8. André,

    Foi minha primeira prova de montanha. Fiz os 21K (ou 23K, dependendo da medição imprecisa do GPS de quem medir) solo em 3h16. De fato, faltou água em alguns postos. Para mim não foi o fim do mundo. Estou acostumado a fazer treinos de até 15K sem água. Mas a água teria ajudado sim pois o calor estava forte.

    Mas, quero enfatizar, foi tranquilo para mim. Pela minha constituição (magro), pela minha forma de correr, de treinar (Maffetone), pela minha dieta (low carb), ficar sem água por uns 6Km foi OK. Mas para outras pessoas não foi. Portanto, foi uma falha grave da organização.

    O pior é que, como disse um colega, foi a terceira prova este ano na região em que faltou água (as outras duas foram a Corrida do Panorâmico e a Meia Maratona Rio Mafra). Na Meia Rio Mafra acho que faltou ainda mais. Mas, por ser uma prova em cidade, a população ajudou e várias pessoas beberam água em mangueiras de postos, em baldes de casas.

    Confio que o Kleber, o organizador da prova, vai aprender com este erro e nunca mais passaremos por este problema em provas da Naventura.

  9. Tô com o André. O Volpão é purista. Opinião é opinião, regulamento de prova é outra coisa. Se não tem, o pessoal se prepara e leva. Quem não gostou, não se inscreve. Se tem, o pessoal vai pra prova esperando água e se descumprirem, a falha é da organização. E isso se aplica aos intervalos de distribuição de água. Eu já reclamei de falta de água em prova, mas também já corri prova que não dá água e não reclamei disso. Tudo é uma questão de previsão, de organização. A filosofia da prova é uma outra história. Gostei do perfil da prova, de resto, +1600m em uma meia é bem concentrado, difícil de ver aqui no BR!

  10. Fala parceiro, show de desafios e superação.
    Valeu a parceria no kms finais!!!
    Parabéns pelo relato da prova,perfeito!!!
    Grande abraço.

  11. Eita! Depois desse relato me deu até um frio na barriga. Estou inscrito na etapa de Pirenópolis e a altimetria de lá também é de assustar. Sou da turma dos pangarés, mas ainda tenho um bom tempo para me preparar =)

    E aí André, vai correr no cerrado também?

    Abçs,
    Danilo Confessor
    http://confissoesdeumconfessor.com

    —————————–

    Danilo, tudo bem?

    Então, não sei se conseguirei ir ao cerrado devido ao trabalho. Vamos ver.

    Abraço
    André

  12. Olá pessoal. Adoro correr em trilhas, mas como para o André, esta foi a mais difícil que já fiz. Concordo com o Volpão, a água é de responsabilidade de cada um (e o lixo também), afinal cada um deve saber o quanto precisa, mas creio que o erro maior (involuntário, é claro), foi quando no congresso técnico desaconselharan levar água. Paciência….com estes contratempos é que se aprende e se melhoram as corridas. Outra ponto que gostaria de levantar é que para uma prova de verão poderia ter começado um pouco mais cedo, 9:00 achei tarde, ficamos mais expostos ao calor do final da manhã. Boas corridas à todos.

  13. Bancana o debate.

    Como disse o Nishi, sou purista.

    Mas o que percebi mesmo é que para alguns tinha água, para outros não. Tinha água em todos os postos, quando passei. Fechei no meio do bolo, com 3h15min. Não para os mais lentos, confesso. Fica uma questão pessoal mesmo: para mim teve água suficiente. Não corri com sistema de hidratação, pois confiei na informação do organizador que, como disse o Marangon, achava não ser necessário levar consigo. Acho que esta foi a grande falha. Pro corredor Kleber, pro corredor Volpão e pra vários outros que conversei, não precisava levar. Para outros, o que tinha disponível foi pouco. E aí, compreendo os questionamentos.

    Tenho a mais absoluta certeza que isso não mais se repetirá. Quando se organiza uma prova de montanha pela primeira vez em um percurso, é difícil realmente prever o que pode ocorrer. Fica o aprendizado. No fim das contas sobrevivemos todos =D

    Abraços!

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    Perfeita a análise, Volpão

    Abraço
    André

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