A cada ano, os brasileiros invadem a Maratona de Punta del Este, principalmente os gaúchos, para as três provas (42, 21 e a participativa de 10 km). E nesta sexta edição, realizada no dia 22 de setembro, a presença foi enorme. Na maratona, dos 368 que terminaram, 133 eram do Brasil (36%); na meia, 542 em 850 concluintes (64%) e nos 10 km, 646 de 721 (89,5%). Somando as três distâncias, o total chegou a 1.939 corredores, com 1.321 brasileiros (68%)!
Além disso, outro ponto a se destacar é que a prova vai evoluindo também na organização. Neste ano, os corredores elogiaram a animação durante o percurso e na chegada, além da diferenciação das medalhas por distância. O que não muda em Punta é o vento que, mesmo um pouco mais fraco do que em edições anteriores, castigou os maratonistas nos 9 km finais.
O brasileiro Mateus Trindade venceu a Maratona de Punta. Ele completou os 42 km em 2:22:21. No feminino, o primeiro lugar foi da argentina Fabiana Gaitán, com 2:59:18. A edição de 2014 já tem data confirmada: 21 de setembro. Mais informações e resultados completos no site oficial, o www.maratondepuntadeleste.com.uy.
Resultados dos 42 km
Homens
1 Mateus Trindade (BRA) 2:22:21
2 Renilto Batista dos Santos (BRA) 2:37:30
3 Luiz Agripino da Silva (BRA) 2:41:31
4 Martín Diana (URU) 2:41:37
5 Jorge Madri de Ávila (BRA) 2:42:43
Mulheres
1 Fabiana Gaitán (ARG) 2:59:18
2 Jocelyn Fernández Morán (CHI) 3:07:52
3 Marli Cunha Matias (BRA) 3:12:40
4 Daniela Cousandier (BRA) 3:16:13
5 Rosane Hack (BRA) 3:31:18
A força do vento contra
A meta para este ano era correr duas maratonas: Porto Alegre e Buenos Aires. Mas como tenho um grupo de corrida (e nem todos encaram os 42 km) troquei Buenos Aires por Punta del Este e resolvi levar o pessoal para os 10 km e os 21 km. Queria baixar as 3h10 de Porto Alegre e, mesmo sabendo que Punta não é uma prova para tempo, apesar do clima frio e percurso quase todo plano, em função do vento contra em parte da prova, resolvi arriscar. Meu único medo era o vento (na verdade, de frente/lado da praia) e foi justamente ele que acabou comigo nos últimos 9 km, depois da virada, no km 33.
A entrega dos kits foi no Hotel & Cassino Conrad, no sábado. Fui para lá na parte da tarde, havia muita fila e demora. Como utilizei a inscrição para grupos, foi bem mais rápida, mas o pessoal "comum" esperou bastante. A feira era bem fraca, com umas três tendas de patrocinadores e com preços normais.
No domingo pela manhã, o clima estava frio, ou seja, excelente para baixar tempo: 10°C e sem sol. Como não podia ser diferente, gaúchos em peso por lá; afinal, todos aproveitaram o feriado Farroupilha (dia 20 de setembro) e se mandaram para o Uruguai.
O hotel onde estava hospedado ficava perto da largada e fui aquecendo, mas chegando lá achei meio confuso e tumultuado. Vi muita gente circulando pelo local da largada e falta de isolamento do público; além disso, o início da prova atrasou 18 minutos. O intervalo entre as largadas dos 42 km e dos 10 km e 21 km (que seria de 15 minutos) também não foi respeitado, saindo poucos minutos depois da maratona.
O percurso foi o mesmo de 2012, com hidratação a cada 5 km. A maioria dos postos oferecia água em garrafas pet e em vários havia isotônico (km 13, 17, 27, 32 e 37) e frutas (km 17 e 32).
A marcação dos km não foi muito boa, pois achei as placas pequenas, difíceis de visualizar. Havia muitos voluntários ajudando na sinalização do percurso, distribuição de água, etc. Gosto dessa quebra na rotina e até de pegar algumas subidas/descidas (a altimetria da prova é ótima). O único ponto que me atrapalhou foi o final, ou seja, os últimos 9 km, onde há vento de frente/lado. Ao contrário da largada, a chegada é bem organizada, pois existe uma área em que não há acesso ao público em geral. Nela, o atleta inscrito recebe medalha, hidratação, lanche, alongamento/massagem e depois vai para a área pública comum. Muito melhor do que Porto Alegre, que é bem bagunçada neste aspecto. Fechei a prova em 3h14.
(por Claiton Lenz, assinante de Lajeado)
Medalhas diferentes para cada distância
A Maratona de Punta del Este tem crescido em relação aos anos anteriores e o número de brasileiros inscritos impressiona. A proximidade de cidades brasileiras e a beleza de Punta transformam a prova em uma grande atração para os corredores que gostam de aliar turismo e esporte. O ponto negativo ficou por conta das camisetas entregues no kit. Praticamente 15 minutos após a abertura da feira, já não existiam mais dos tamanhos P e M. Esse fato repercutiu negativamente.
O trajeto da meia é muito bonito, praticamente todo o tempo com o mar ao lado, e possui pouquíssimos "cotovelos", fazendo com que o atleta não tenha quebra de ritmo. Outro aspecto positivo é a altimetria dos 21 km, praticamente plana, ficando somente como maior dificuldade o vento já conhecido na parte final. A distância entre os pontos de hidratação (com água a cada 5 km) não chega a ser ruim, em função do clima frio, que requer menor hidratação.
A chegada também estava agitada, com muita música e parentes aguardando e aplaudindo. Ao cruzar a linha de chegada, o corredor recebia uma linda medalha de acordo com a distância percorrida (10 km, 21 km ou 42 km), premiando a conquista e a superação. A diferenciação das medalhas por distância neste ano foi algo a se destacar. Esse exemplo deveria ser transmitido para as provas brasileiras.
(por Luciano Martins, assinante de Porto Alegre)
Sugestão da CR
O evento poderia inverter o percurso, para que os corredores, notadamente da maratona, pegassem vento meio que a favor tanto no começo, como principalmente no trecho final.