Blog do Corredor Tomaz Lourenço 15 de fevereiro de 2019 (0) (274)

HISTÓRIAS DO EDITOR (2ª) Nome Contra-Relógio nada teve a ver com a prova de ciclismo

Por Tomaz Lourenço | tomaz@novosite.contrarelogio.com.br

Nesta segunda história relacionada à CR e ao seu editor, vou abordar como surgiu o nome da publicação, que durante muito tempo fui obrigado a “justificar” para centenas de corredores, que o associavam à prova clássica de ciclismo, por mim praticado antes de me dedicar exclusivamente à corrida.

Já tinha decidido pelo lançamento, mesmo com total incerteza sobre a viabilidade econômica da revista, mas faltava um nome. Não queria colocar um título óbvio e pouco comunicativo, como “corrida”, “maratona”, “atletismo”, “correr” etc, mas nada me vinha à mente. Então, ao olhar uma foto que Tião Moreira (meu grande assessor, desde o começo) tinha feito da largada de uma prova da Corpore no Parque do Ibirapuera, constatei que quase todos alinhados à frente estavam com a mão no relógio/cronômetro. Ou seja, eles iam disputar contra o relógio, nos 6 km do percurso, ficando em segundo plano a classificação na chegada.

E esta era a realidade daqueles tempos, em que a absoluta maioria dos corredores era muito competitiva (e treinada), nada ou pouco tendo a ver com o momento atual, em que as palavras de ordem são “correr numa boa”, “o importante é completar” e por aí vai.

Estava aí a deixa para o nome. Seria uma revista para os que corriam de olho no cronômetro de pulso, tanto nos treinos como nas provas, portanto, brigando contra o relógio, simplificado para CONTRA-RELÓGIO.

Mas então começaram os encontros com os corredores, no trabalho de divulgação da revista, em praticamente todo fim de semana, por vários locais da Grande São Paulo e do interior, inicialmente, depois ampliado para outros estados. E a pergunta sempre vinha: “Qual a razão do nome?”; “Colocou esse título porque já foi ciclista?”; “A revista vai abordar outros esportes?”. E eu explicava toda a história acima…

DO PEDAL À PISADA. Esclarecido o tema desta história, faltou informar como passei do ciclismo para a corrida, e que me levou a lançar a CR. Anualmente deixava de lado a bicicleta no mês de janeiro, quando tirava férias com a família, e aproveitava para fazer outros esportes, especialmente nadar no mar e jogar futebol na areia.

Mas no início de 1990 não consegui concretizar essa rotina e para não ficar inativo, comecei a dar umas corridinhas perto de casa, antes de seguir para o trabalho. Fiquei impressionado com a minha transpiração, o que não acontecia quando pedalava, pela brisa intrínseca a esse esporte. Além desse detalhe muito bom para emagrecer, constatei que esquecia de fumar pela manhã, igualmente em decorrência da corrida, e fui juntando outras vantagens (menos gasto com pneus de competição, risco praticamente zero de acidentes etc) para me decidir por mudar gradativamente de esporte.

De um apaixonado pelo ciclismo, por mais de duas décadas, fui me tornando um viciado em corrida, mas ainda mantendo os dois esportes em 1990/91, inclusive com uma experiência (frustrada) de triatlo. A facilidade nessa transição foi enorme, a ponto de decidir fazer em 1992 a Maratona de Blumenau, onde consegui terminar em 3:04:29, aos 45 anos, meu recorde até hoje nos 42 km.

Então, no ano seguinte, já tendo virado “exclusivamente” corredor, voltei à mesma maratona para tentar o sub 3h. Treinei muito, desde janeiro (a prova acontecia sempre no último domingo de julho) e não tinha dúvida de que conseguiria, em função dos treinos sensacionais que havia feito, sob orientação da treinadora Silvana Cole. Só não esperava que acontecesse a “tragédia do ônibus”, motivo da terceira história, na próxima semana.

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