19 de setembro de 2024

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Sem categoria André Savazoni 7 de outubro de 2011 (4) (82)

Fundação Cásper Líbero adota o silêncio sobre a São Silvestre

A São Silvestre mudou. A prova terá chegada no Obelisco do Parque do Ibirapuera, a partir da edição deste ano. Conforme previsto no regulamento e no site da prova, qualquer questionamento sobre essa alteração deve ser enviado para o e-mail novopercurso@saosilvestre.com.br. Outras indagações, deveriam ser encaminhadas para a Yescom. Foi o que fiz. Dividi os questionamentos entre a Yescom e a Fundação Cásper Líbero, responsável pela prova.

Por mais que a Yescom seja criticada, houve respostas. Podem não ter sido as melhores do mundo, mas não se omitiram. Agora, há mais de duas semanas, aguardo um posicionamento da Cásper Líbero. Cobrei. Não disseram nada. Preferiram o silêncio. Nâo sou intransigente. Aguardei um bom tempo. Resolvi então publicar as simples perguntas que enviei. Assim, vocês podem analisá-las. Seguem abaixo (caso algum dia eu receba as respostas, estarão no blog no mesmo momento).

1) Quais os motivos que levaram a organização a alterar o ponto de chegada da São Silvestre, da Avenida Paulista para o Obelisco? Quais fatores foram analisados?

2) Na opinião da Fundação Cásper Líbero, tirar a chegada da Paulista afeta o brilho da prova? E de frente do prédio da fundação também? Por quê?

3) Um dos pontos comentados por muitos corredores é que hoje a São Silvestre é excelente para quem é da elite e para quem vai só para festejar. Os amadores competitivos, que gostam de buscar tempo, têm de ficar horas em pé. Por que não adotar a largada por ondas e por ritmo, como ocorre em provas do tamanho da São Silvestre no exterior, deixando um espaço no final para quem quer correr de fantasia, faixas? Assim, não seriam todos beneficiados?

Sigo buscando um posicionamento dos organizadores, mas volto a afirmar: para mim, a tradição da São Silvestre foi deixada de lado quando a prova saiu do horário noturno. Após isso, qualquer mudança, desde que seja positiva, para melhorar o evento, tem o meu apoio. Mas deve ser uma mudança para melhor, sempre. Essa resposta, teremos só no dia 31 de dezembro.

Não moro em São Paulo. Profissionalmente, estive por bons anos da minha vida na capital paulista (há um ano e meio voltei), mas já vivi e trabalhei fora também. Corro em diversos estados e cidades. Talvez, por isso, não tenho essa relação com a Avenida Paulista (apesar de ter estudado quatro anos na Cásper Líbero!). Respeito todas as opiniões, porém, por esses motivos que citei, muitas vezes, acredito que qualquer movimento não pode ser “paulistano demais”. A São Silvestre é uma prova nacional, uma corrida do Brasil. Do gaúcho, do nordestino, do mineiro, dos corredores da região Norte, dos catarinenses… É uma prova do Brasil.

Sinceramente, acho ótimo quando uma prova começa num ponto e termina no outro. Há a questão do deslocamento? Estou sempre em deslocamento, já que não moro em São Paulo!

Haverá descida no final na nova São Silvestre? Tudo bem. É só saber controlar o ritmo. A Maratona de Boston tem descidas, a Asics Golden Four Brasília terá várias descidas, inúmeras outras corridas têm descidas… é só saber corrê-las.

Confesso, sou um apaixonado pela São Silvestre. Quando comecei a correr, foi sempre a primeira prova que veio na minha cabeça. Mas, como “corredor chato” sei que ela está muito longe do ideal e que a largada precisa ser melhorada (e muito). Os questionamentos que fiz cobram isso. Por que não acertar a largada? É simples demais, basta ter um pouquinho de boa vontade e respeito com os corredores.

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4 Comments on “Fundação Cásper Líbero adota o silêncio sobre a São Silvestre

  1. 1) Quais os motivos que levaram a organização a alterar o ponto de chegada da São Silvestre, da Avenida Paulista para o Obelisco? Quais fatores foram analisados?

    Resposta: A resposta verdadeira é que a gente mudou porque e gente pode. Pensamos em terminar no Parque do Estado ao invés do Ibirapuera, só de sacanagem. Mas aí a gente viu que não seria suficientemente ruim para os corredores, que ainda teriam metrô perto.

    2) Na opinião da Fundação Cásper Líbero, tirar a chegada da Paulista afeta o brilho da prova? E de frente do prédio da fundação também? Por quê?

    O prédio da Fundação, coitado, tá bem caidinho. Nem os cinemas funcionam mais, viraram igrejas. Quanto ao “brilho da Paulista”, isso é só o reflexo do Sol no xixi que o povo faz antes da largada.

    3) Um dos pontos comentados por muitos corredores é que hoje a São Silvestre é excelente para quem é da elite e para quem vai só para festejar. Os amadores competitivos, que gostam de buscar tempo, têm de ficar horas em pé. Por que não adotar a largada por ondas e por ritmo, como ocorre em provas do tamanho da São Silvestre no exterior, deixando um espaço no final para quem quer correr de fantasia, faixas? Assim, não seriam todos beneficiados?

    Interessante isso! Quer dizer que o cara que carrega a placa de “Cerquilho”, nosso participante mais fiel, não tem nenhum valor? Esse cara tá aqui todo ano, não reclama do Sol, do calor, do xixi, de fascite plantar ou da banda ilio-cacete. Esse povo “amador competitivo” é chato pra caraca. Chega aqui cheio de marra, GPS e frequencímetro, tenis “minimalista” que custa R$ 400 e quer toda pompa pra receber a medalha por ter chegado em 15.687º lugar. Somos mais o “Cerquilho”, o Chapolim Colorado e o sósia do Maguila. E o Cléber Machado (que tambem fez Cásper) acha a mesma coisa.

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    Muito bom Luis

    Não sabia que tinham te contratado como assessor da Fundação, mas já vi que a vaga é sua!!! rs

    Pior que, se um dia virá a resposta, ela estará parecida demais com essas suas.

    Abraço,

    André Savazoni

  2. Esses manifestos aí que estão rolando na net são assinados somente por jornalistas, “treinadores” de executivos gordinhos, blogueiros e afins, justamente os marrentos que usam gps, frequencimetro, tênis minimalista de R$ 400,00 e chegam em patagésimo lugar. Na verdade mesmo eles queriam uma São Silvestre só pra 500 pessoas, na Paulista, com a inscrição custando R$ 1.000,00. Aí sim a SS teria só gente diferenciada, quem sabe somente jornalista e blogueiros pseudo-corredores. Engraçado que elogiam as provas de fora do Brasil que tem 30.000 pessoas, 40.000 pessoas, e falam mal da SS que quer aumentar pra 25.000 vagas…

  3. No Brasil o que vale é o que dá mais ibope. Tanto que inventaram um novo partido politico , o tal do PSD. Claro que para fazer uma festa de final de ano vale tudo, inclusive dispersar os corredores o mais rapido possivel para entrar em cena os festivos e beberrões. Com isto acredito que o ego desses aproveitadores seja melhor atendido, pois os corredores não devem agradar ou atingir o real objetivo que é o lado politico. Nós corredores estamos sujeitos a isto. Pena que estão bagunçando uma corrida tradicional e a mais importante da America Latina. N’um momento de palco mundial que o Brasil está passando entendo que tal fato seja ridiculo, mas a ganância e esta parte politica podre que temos não enxergam isto. Isto é Brasil e devemos saber que só quem dá o real valor a uma corrida é o Corredor. O restante pensa somente em lucros e politicagens. Abcs Luiz Placido Placido

  4. Gostei…então vou tentar também ser da GL…

    1) Quais os motivos que levaram a organização a alterar o ponto de chegada da São Silvestre, da Avenida Paulista para o Obelisco? Quais fatores foram analisados?

    Resposta: Motivos foram vários e de uma complexidade grande. Primeiro fizemos uma análise mercadológica para saber se o produto vendido tinha aceitação do público e com a variância de Scholl integrada a conjuntura hiperbólica, vemos que a mudança irá acordar um upgrade no rendimento de cada atleta. esta é nossa preocupação e o fim de nosso negócio. O melhor para o atleta!

    2) Na opinião da Fundação Cásper Líbero, tirar a chegada da Paulista afeta o brilho da prova? E de frente do prédio da fundação também? Por quê?

    Claro que não. Já estamos providenciando um kit com lantejolas para refletir melhor o sol das 15h (sem horário de verão). Em off, existe a chance da corrida passar para as 12h de modo a atender aqueles que queriam sair como antigamente as 12 (PM).

    3) Um dos pontos comentados por muitos corredores é que hoje a São Silvestre é excelente para quem é da elite e para quem vai só para festejar. Os amadores competitivos, que gostam de buscar tempo, têm de ficar horas em pé. Por que não adotar a largada por ondas e por ritmo, como ocorre em provas do tamanho da São Silvestre no exterior, deixando um espaço no final para quem quer correr de fantasia, faixas? Assim, não seriam todos beneficiados?

    Largadas por ondas não dá pois em SP não tem mar. Os competitivos podem largar na frente por módicos R$1mil, que é muito menos que os gastos anuais com os minimalistas. Se no Brasil não existe respeito por nenhuma fila, por que exigir isto na SS?

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    Alex

    Muito bom, vocês estão muito criativos.

    Abraço,

    André Savazoni

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