Como você pode acompanhar no Guia do Tênis publicado nesta edição, todas as marcas têm uma característica em comum: o investimento em tecnologias, principalmente de amortecimento. Um bom exemplo é a Adidas, que aposta todas as fichas no Boost, que passa a integrar todos os modelos disponibilizados no Brasil, com uma variação de quantidade de Boost entre eles, partindo dos 100% no Ultra até os 40% no Response.
A tecnologia no solado é a recente inovação da Adidas com o objetivo de garantir o mais alto retorno de energia possível. De acordo com a empresa, o Boost combina dois benefícios de desempenho contraditórios no passado: um amortecimento suave, mas com um trabalho de resposta das passadas. A união desses dois fatores é a grande aposta para atrair os corredores. A definição da Adidas para a tecnologia é "uma espuma revolucionária, com milhões de cápsulas de energia visíveis que acumulam e liberam energia infinita toda vez que o seu pé toca o chão".
COMO FUNCIONA – A inovação do Boost é centrada no material de acolchoamento. Com base em um processo desenvolvido em parceria com a Basf, um sólido material granular (TPU) é, literalmente, transformado em milhares de pequenas cápsulas de energia que compõem a entressola do calçado. Em uma estrutura de célula única, estas cápsulas têm a função de armazenar e liberar energia de forma mais eficiente em cada passada.
Os testes realizados pela equipe de Inovação da Adidas mostram ainda que o material é altamente durável. Segundo informações da empresa, em uma variação de menos 20°C a 40°C, a espuma Boost é três vezes mais resistente à temperatura do que o EVA padrão, proporcionando durabilidade e um funcionamento mais consistente.
A quantidade de Boost varia entre os modelos. Na linha disponível no Brasil (a maioria testada nesta edição no Guia do Tênis da Contra-Relógio), começa com o Ultra Boost (100%) e depois passa pelo Energy (80%), Glide (55%), Sequence (50%), Adistar (75%), Response (40%), Revenge (45%), Adios (80%), Boston (55%) e Tempo (50%).
Alex Rodrigues da Silva, o Lekão, de São Paulo, é um apaixonado por corridas e tênis. Dentro da linha Boost, é um fã do Boston. "Tem um amortecimento parecido com o Supernova Glide, porém é mais leve e estreito. Considero o Boston um tênis rápido e com amortecimento suficiente para fazer longas corridas. Fiz testes em curtas, médias e longas distâncias. Fiquei maravilhado com o conforto que ele proporciona."
Um dos tênis atuais a contar com a tecnologia é o Adizero Adios Boost, modelo que vem sendo usado pelos quenianos patrocinados pela marca desde o lançamento. Esteve nos pés, por exemplo, de Dennis Kimetto na quebra do recorde mundial em Berlim no ano passado (premiado pela Contra-Relógio como o "melhor para competição" no Guia publicado nesta edição).
Edivaldo Bueno do Prado, também de São Paulo, é um dos fãs do Adios, usando desde que foi lançado. "Faço todas as provas com esse modelo. Com o Boost, percebi nitidamente um retorno melhor nas passadas. Para mim, em particular, comparando com as edições mais antigas, o atual é superior. Apesar de seguir com um perfil baixo, o amortecimento ficou mais macio, além de confortável. Para rodagens, até prefiro o Energy, mas para competir, o Adios acaba sendo sempre o escolhido", diz o corredor.
DOS 5 AOS 42 KM – Marcos Albert, de Maringá, coloca nos pés o Boston Boost para competir e o Response para os treinos. "Gosto do amortecimento, muito macio, e da boa resposta de impulsão e propulsão da tecnologia", explica. "Provei recentemente o Ultra Boost e está na minha lista de compras futuras. Veste como uma luva, sem machucar o pé na parte do cabedal", completa o paranaense, que corre desde os 5 km até os 42 km com os modelos da Adidas.
Quem destaca os pontos positivos da tecnologia da Adidas é Marcel Pracidelle, de São Paulo, que usa o Adios Boost para os intervalados (tiros), o Boston para os longos e o Glide nos treinos de rodagem. "Acho o modelo atual, com a tecnologia Boost, mais leve e macio em relação ao EVA tradicional. Antes do Boost, só usava o Adios 2 em treinos de até 10 km, porque dava uma judiada na panturrilha. Hoje, faço meia com o Adios Boost numa boa, mas sei também que tem muito da minha própria adaptação", afirma.
Dois outros pontos são citados por Pracidelle em relação ao Boost. "Não sinto exatamente o retorno de energia, mas marco a quilometragem dos tênis no Garmin Connect (aplicativo do GPS da Garmin) e passo de 750 km com eles sem notar problema algum. Além disso, calço 45 e quem tem essa numeração no Brasil é a Adidas", diz o paulistano, que disputará agora em 11 de outubro a Maratona de Buenos Aires, na Argentina, em busca de índice para Boston-2017.