Blog do Corredor Notícias André Savazoni 19 de setembro de 2012 (6) (153)

Experiência, maturação, adaptação do corpo… Não sei dizer. Mas as dores musculares sumiram

Durante meses, na preparação para as maratonas de 2012 tive períodos de fortes dores musculares. Nada que atrapalhasse a corrida. Vinham sempre no final do dia e, às vezes, voltavam durante o começo do treinamento seguinte… Esquentava, passava. Desde antes de Boston e Porto Alegre. Porém, nas últimas semanas, mesmo no ápice para Buenos Aires, da mesma forma que vieram,  sumiram. Chego a ficar assustado? Qual será a explicação?

Não acredito em uma resposta única. Maior experiência como corredor? Adaptação do corpo à corrida? Maturação? Os músculos passaram por um processo de treinamento e agora estão mais fortes, devido aos estímulos contínuos? Não faço musculação. Fiz no período de base, como sempre, junto com spinning. Mas quando o “bicho começa a pegar”, passo longe da academia. Comentei sobre isso hoje, com meu treinador, o Marcos Paulo Reis, e a resposta dele: “É uma união de tudo isso aí”.

Os treinos ficaram mais intensos e longos. Cheguei a rodar 122 km em uma semana para Buenos Aires (alguns extras por conta própria). E não senti nada. Antes, por exemplo, o posterior da perna esquerda sempre dava sinal de vida. A musculatura no final da panturrilha até o calcanhar também…

Depois de treinos, com certeza, fica aquela sensação de esforço, de cansaço (não saio zerado, longe disso), mas algo que com um banho, alimentação e descanso, passa. São “dores” diferentes.

Outra coisa, sempre após os treinos de tiro intensos, ficava cansado demais. Arrebentado seria a melhor palavra. Muito mais do que quando completo um longo de 32 km forte. Agora, não. Na segunda à noite, rodei 7 km a 4:30 e depois fiz 12×400 m com um amigo na pista de atletismo… a planilha não previa isso, mas ele chegou e fomos juntos… O primeiro a 1:28 e o último a 1:16. Hoje cedo nesse calor seco, foram 6×1.000 m bem fortes, abrindo com 3:44 e fechando com 3:35, com a pontual ajuda no Sérgio Rocha nos últimos 400 m. Os outros quatro tiros, cravados em 3:43, 3:43, 3:43 e 3:44.

Senti cansaço na perna? Claro. Mas em nenhum momento dor. Pontadas, fisgadas, algo que era comum? Passaram longe. Uma coisa, eu tenho certeza, tem dado muito mais prazer correr assim. E como.

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6 Comments on “Experiência, maturação, adaptação do corpo… Não sei dizer. Mas as dores musculares sumiram

  1. Sim, André! Este é o princípio da adaptação ao treinamento esportivo. Os estímulos são dados e a eles vamos nos adaptando. Abcs!

  2. Eu acredito muito na adaptação fisiológica. Vc acostumou seu corpo com pancadaria.

  3. Assim que é bom. Essas dores e cansaço depois do treino é tudo que a gente quer sentir. No dia seguinte, tudo normal.

  4. Comigo vem acontecendo algo parecido, ano passado ficava bem mais cansado e dolorido fazendo 4 treinos por semana (65km média semanal), esse ano mesmo treinando mais, 5x semana pro RJ e agora 6x pra Frankfurt me sinto menos cansado, começo e termino os treinos um pouco mais inteiro.

  5. Quando me propus a treinar para as corridas, eu vivia lendo um pouco de tudo para tentar entender como melhorar nos rendimentos e, consequentemente, nos resultados.

    É fato que descanso entre duas sessões de treino também é treino. O que li a respeito do descanso é que este tempo que damos para descanso é o tempo que leva para que as microlesões se cicatrizem. As dores, normais, após treinos puxados, longões ou provas são as dores das microlesões.

    Voce disse que as dores sumiram sem uma explicação plausível.

    Experiência? Maturação? Adaptação?
    Ou seria Anestesia?!?!?!?
    Será que os seus músculos e tendões estão todos anestesiados??? (risos)
    Sem dores sem nenhuma explicação é bom sinal???
    Ou há algo camuflado por trás disso??? toc, toc, toc
    Só um exame de tomografia computadorizada, se for o caso, indicado por um fisioterapeuta esportivo para responder a sua pergunta…

    Bons treinos!

    ——————————-

    Hélio, não é que não sinto o treino, que a perna não fica pesada, que o músculo dá sinal de vida, mas antes eu tinha dores fortes depois de treinos de tiro, longões pesados. De noite, todo dia, doía muito. Agora, não. A recuperação é extremamente rápida. Corro um longo de 32 km sem dores, o que não ocorria, ou 6×1.000 m sem dores, o que é diferente.

    Abraço
    André

  6. Oi André,

    Acredito muito que nosso corpo se acostume com os treinos e esforços diários. Fico lembrando quando comecei a correr, há cerca de 11 anos, do primeiro dia em que tentei correr 1 quilômetro sequer, e no outro em que quase não conseguia andar direito de tanta dor rsrs.
    Hoje corro dias seguidos, faço treinos mais intensos, e não sinto estas mesmas dores. Quando o treino é mais leve, parece que eu nem corri. Daí percebemos o quanto nosso corpo é perfeito, inteligente e tem memória própria. É o verdadeiro tesouro que cada um possui.

    Muito legal sua postagem.
    Abraços e bons treinos.

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