Considerado o percurso mais rápido do circuito das meias da Asics (as outras etapas fo-ram no Rio de Janeiro, Porto Alegre e São Paulo), o evento na capital federal, dia 3 de novembro, atraiu 3,5 mil corredores (3,1 mil inscritos e outros 400 que não conseguiram se inscrever, por limite da organi¬zação) para talvez o recorde pessoal nos 21 km. E sem dúvida o trajeto é mesmo rápido, com os primeiros 9 km predominantemente em leve descida, depois outros 6 km em leve subida, para novamente um trecho favorável na parte final. E com ape¬nas uma curva em cotovelo.
Em compensação, o domingo foi de sol e calor, mas o início às 7 horas em horário de verão tornou a corrida bastante agradável, já que os últi¬mos completaram quando o relógio (real) marcava apenas 9 horas. A lar¬gada foi perto do setor de hotéis, fa¬cilitando para o pessoal de fora, que era muito expressivo, com destaque para corredores do Norte e Nordeste, sem contar muita gente de Minas e Goiás. Já a chegada, perto do Palá¬cio do Planalto, tornou a volta mais complicada, apesar de estarem dis¬poníveis ônibus para esse traslado, ao custo de R$ 15, pagos previamen¬te na entrega dos kits.
Aliás, um dos pontos fortes da Gol¬den Four Asics foi a feira na véspe¬ra, e isso em todas as etapas, em que se oferecia lanche, massagem, vários estandes de empresas do se¬tor, além de uma loja da marca, com preços promocionais, teste de pisa¬da e palestras.
CORREDORES SÉRIOS. Uma cons¬tatação que já tinha ficado patente na corrida paulistana se repetiu em Brasília, ou seja, o evento atrai cor¬redores treinados e, por isso mes¬mo, poucos são os que estão acima do peso. No dia havia divisão por baias de tempo na largada e que fo¬
ram respeitadas pela maioria, o que demonstra que os brasileiros estão aprendendo a se comportar civili¬zadamente na saída, por saberem que o tempo só vale a partir da pas¬sagem pelo pórtico, com os tapetes de chip. E o percurso, em Brasília, é por avenidas amplas, permitindo a todos começar a correr já no ritmo que desejam.
Essa questão de valerem os tem¬pos líquidos e, portanto, não haven¬do necessidade de se aglomerar na saída, querendo começar na frente, ficava ainda mais clara no manual do corredor que vinha no kit, pela observação que os participantes poderiam largar até 15 minutos de¬pois das 7 horas, que seus tempos seriam considerados como oficiais. Obviamente que isto não vale para os atletas da elite A e B.
Durante a prova na capital federal não pude deixar de me lembrar de minha participação na Maratona de Roterdã, há alguns anos, quan¬do me descobri num mar de corre¬dores compenetrados, nada afeitos a conversas. Tinha ouvido falar que essa competição holandesa era pro¬curada por gente querendo recordes pessoais nos 42 km, pelo percurso plano e temperatura amena/fria, e confirmei plenamente. Do mesmo modo vi essa cena em Brasília, pelo menos tomando por base o pessoal ao meu redor, e que ia a um ritmo médio de 5:30/km, já que eram pou¬cas as brincadeiras e bate-papo, e apenas alguns comentários sobre o possível tempo de conclusão, sobre o cansaço, a temperatura mais alta do que o previsto, etc.
DISPERSÃO CONGESTIONADA. A or¬ganização foi impecável no dia, com água gelada e Gatorade a cada 3 km e placas de sinalização de quilome¬tragem bem visíveis. Talvez o único senão tenha a ver com o novo públi¬co das corridas brasileiras, mais fo¬cado no social do que na performan¬ce. Mesmo numa meia da Asics, com corredores mais sérios que o normal de nossas provas, após a passagem pelo pórtico de chegada, muita gen¬te ficava por lá, esperando um ami¬go (para fotografar ou parabenizar), congestionando o local e, de certa forma, desvalorizando a chegada dos demais participantes, que eram obrigados a desviar dessa turma, para conseguir ir pegar água e Ga¬torade, além da medalha e toalha.
A revista considera que esses pou¬cos metros depois da linha final de¬vem, necessariamente, ficar livres de corredores. Nessa área apenas staffs orientando/pedindo que todos continuem caminhando até deter¬minado ponto, para então se disper¬sarem, sem possibilidade de volta.
Em relação aos resultados, nenhu¬ma novidade, já que como em quase todas as provas brasileiras com algu¬ma premiação em dinheiro, a vitória foi de africanos, que fazem tempora¬das no país. Os melhores brasileiros, ambos em segundo lugar geral, foram Antonio Wilson Lima (1:05:22) e Ma¬rizete Moreira (1:17:49). Os tempos dos 3.080 concluintes (12% mais do que em 2012) estão no site www.gol¬den4asics.com.br.