Ederson Vilela Pereira, campeão brasileiro e pan-americano dos 10.000 m, ficou feliz por disputar a primeira maratona da carreira, aos 30 anos, mas sentiu um gosto de “quero mais” após a disputa da Maratona de Valência, na Espanha, no último domingo (dia 6).
Quatro brasileiros correram na prova, disputada em um circuito de pouco mais de 21 km. A competição marcou a estreia na distância de Ederson (Pinheiros), que completou os 42,195 km em 2:13:11, terminando na 54ª colocação na prova masculina.
De volta ao Brasil, Ederson comentou que ainda irá buscar a vaga nos Jogos de Tóquio. “Fiquei feliz, porém não totalmente satisfeito. Mesmo sendo uma estreia na prova, o objetivo era o índice olímpico, apesar de todos os problemas causados pela pandemia de COVID-19”, afirmou o corredor, referindo-se à marca mínima de 2:11:30, exigida pela World Athletics e referendada pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).
“O grande problema é que as provas de 2021, válidas para conseguir índice, ainda são uma incógnita, mas, se tiver uma nova chance, irei brigar de novo por ele”, disse o atleta que mora e treina em Caçapava, cidade do Vale do Paraíba, em São Paulo, onde nasceu. “Até o km 36 vinha correndo abaixo de 2:11:30, mas perdi contato com o grupo e fiquei sozinho. Daí, peguei muito vento contra. Estava muito vento lá este ano”, completou.
“A expectativa era realmente buscar o índice. Ele largou no pelotão específico dos atletas que queriam a qualificação olímpica, mas infelizmente o ritmo variou bastante. Tivemos de mudar a estratégia e ele perdeu o contato com os líderes”, lembrou o treinador Claudio Castilho, que acompanhou a equipe na Espanha. “Vamos iniciar agora uma série de contatos. O objetivo é conseguir uma maratona na segunda quinzena de abril.”
Andreia Hessel, Valdilene Santos e Adriana Aparecida da Silva, também do Pinheiros, treinaram na Colômbia por mais de um mês, mas também não alcançaram a marca mínima de 2:29:30. Andreia terminou a prova em 36º lugar, com 2:36:00, seguida de Valdilene, com 2:45:13 (40° lugar) e Adriana, com 3:05:52 (46ª colocação).
No feminino, a queniana Peres Jepchirchir, recordista mundial da meia maratona, quebrou o recorde da prova com 2:17:16. O pódio feminino foi completado pela queniana Joyciline Jepkosgei (2:18:40) e por Helalia Johannes, da Namíbia (2:19:59).
A vitória no masculino ficou com o queniano Evans Chebet (2:03:00), seguido do também queniano Lawrence Cherono (2:03:04) e do etíope Birhanu Legese (2:03:16).
Na prova da meia maratona, o queniano Kibiwott Kandie, vencedor da São Silvestre de 2019, estabeleceu o novo recorde mundial ao completar a prova de Valência em 57:32. Entre as mulheres, vitória da etíope Genzebe Dibaba, que, em sua estreia na distância, completou o percurso em 1:05:18.
Por causa da pandemia global da COVID-19, a competição espanhola contou apenas com atletas de elite, sem a participação de milhares de amadores que fazem a festa pelas ruas de Valência anualmente.
Foto: Ederson em Valência, onde estreou nos 42 km no último domingo (Arquivo Pessoal/Instagram)