Dia 20 de abril de 2015. Maratona de Boston. Largada e, após 300 m correndo, um puxão enorme na posterior da coxa esquerda. Uma lesão sobre a lesão.
A ruptura do músculo (1,5 cm) ocorreu no dia 14 de abril, no último treino, na 11ª e penúltima série dos 12 intervalados de 400 m.
Uma semana quieto, acreditando na recuperação. Dia gelado, chuva, quase três horas de espera com a perna dobrada, pouco aquecimento, largada em descida… tudo contribuiu. Uma nova lesão logo ao começar a correr. Essa mais em “cima” no músculo (a outra foi ao lado do tendão, próximo ao joelho. Do mesmo músculo. Da mesma perna esquerda.
Como já contei aqui no post, decidi seguir na maratona. Derrame, muito sangue descendo, inchaço no joelho e panturrilha no retorno para casa. Tudo roxo. Muita dor.
Exames e a parceria com a amiga Regiane Sperandio, que praticamente me intimou a iniciar logo a fisioterapia. Com ela ou com outra pessoa. Isso era sexta-feira, 24 de abril. Falando daquela forma clara e direta que só os amigos sabem fazer. “Por que ainda não começou? Quanto antes, melhor!”
Com a ressonância em mãos, a constatação. De quatro a seis meses de recuperação. Claro que isso nos faz “surtar”. Tudo isso sem correr? Ou melhor, sem treinar? Já escrevi aqui no blog. Não gosto de correr. Gosto de treinar. Sozinho. Comigo. É o meu momento. A minha terapia. Me faz melhor. Me faz mais forte. Me desafia. Algo extremamente individual. Corro para me superar. Mais nada. Para ver até onde posso chegar.
Lembro de ter falado para a Regiane: “Conheço meu corpo, não sei agora, com 40 anos, brinquei, mas desde à época de futebol ou futsal, minha recuperação sempre foi excelente, rápida. Faço o que precisar, quantas vezes forem necessárias por dia. Mas em julho, estarei correndo. Quer dizer, treinando!”.
E foi o que fizemos. Choque, ultrassom, laser em um primeiro momento. Depois, exercícios na água. Fortalecimento. Bicicleta. Mais fortalecimento. Saltos. Caminhada. Gelo. Gelo interrompido. Mais gelo. Muito gelo. Caminhadas em subida. Mais saltos. Exercícios com caneleira… Corrida. Pouca distância, aumentando aos poucos…
Hoje, 20 de junho de 2015. Após exatos dois meses. Senti de novo a sensação de poder correr. De ter o controle das passadas, que vêm de forma natural. De acelerar em descidas e subidas. De dosar o ritmo. Ainda tem um incômodo, normal. Mas foram 10 km bem feitos. Seguidos de musculação.
Minha intenção era voltar no dia 12 ou 19 de julho, iniciando a planilha para Berlim. “Ganhei” boas semanas. Os próximos dias, ainda com natação, bike, corrida, um exame final de ultrassom, mais fortalecimento… e vamos em frente.
Não canso de dizer, a Regiane teve um papel fundamental. Pelo conhecimento e orientações. Por ser um misto de fisioterapeuta e babá mandona! Literalmente, me segurando e explicando a importância e a necessidade de cada passo, de cada processo, mostrando como funciona o músculo, como é a cicatrização, a “marca” que fica… aprendi muito sobre a musculatura, na prática, o que ajudará bastante nos próximos treinamentos. Os dias de fisioterapia (ou de troca de “zapzap” foram verdadeiras aulas.
Recuperado e praticamente de alta, que venham os treinos e o trabalho em busca da concretização de mais um sonho no dia 27 de setembro de 2015, cruzando o Portão de Brandemburgo.
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Me identifiquei demais com esta postagem tive uma lesão na mesma data que você é amanhã será a prova de fogo se poderei correr berlinda. Na expectativa, bem nervosa e muito mas muito ansiosa para que tudo de certo.
Me identifiquei demais com esta postagem tive uma lesão na mesma data que você é amanhã será a prova de fogo se poderei correr berlin. Na expectativa, bem nervosa e muito mas muito ansiosa para que tudo de certo.