O tema não é apenas o atletismo. Mas o esporte. Enfatiza nos profissionais, na elite, que têm uma “justificativa” para o uso de substâncias ilícitas. Algo que inúmeros amadores (sim, uma pessoa ao seu lado ou bem perto de você, no seu grupo de corrida, na sua assessoria) estão partindo para esse “caminho”.
A poucas semanas do início do Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, o tema doping está enraizado nas notícias. O jornalista, escritor e cineasta Paulo Markun lança “A Corrida do Doping”, documentário que será apresentado no dia 19 de julho no CineSesc (para em seguida ser exibido em outras unidades do Sesc São Paulo).
Gratuita, a sessão, às 20h, será seguida de debate, com Marco Aurélio Klein, secretário-executivo da ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem).
Com 90 minutos de duração, o filme da Arapy Produções traz mais de uma dezena de nomes de peso que comentam, opinam e dão suas posições a respeito do doping e do mercado de substâncias que abastece atletas e jogadores no Brasil e em outros países.
Na apresentação do documentário, essas frases a seguir complementam o que escrevi no início do texto. “Afinal, o uso de drogas proibidas para turbinar o corpo e a performance de esportistas e atletas de ponta (e, em tese, garantir o pódio) não é prática nova. Mas a expansão do uso e o fácil acesso às novas e modernas substâncias aparecem hoje no mesmo momento de um maior controle exercido pelos organismos internacionais”.
“A Corrida do Doping” nasceu do encontro entre o jornalista Paulo Markun e o documentarista francês Xavier Deleu, que já trabalhava com o tema. A parceria, que não se transformou em coprodução porque os dois países ainda não têm acordo que facilite esse tipo de projeto, permitiu a Xavier registrar depoimentos e histórias sobre o tema no Brasil e a Markun ter acesso ao material filmado pelo francês.
O documentário brasileiro é resultado de uma parceria entre a Arapy Produções com a Globonews e a Globo Filmes. Com foco nos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro. “A Corrida do Doping” procura responder a uma pergunta-chave: serão estas as competições mais limpas ou mais sujas dos últimos tempos?
Eduardo de Rose, médico especialista em medicina esportiva e integrante do comitê da Wada (Agência Mundial Antidoping); Flávio Gikovate, psiquiatra, psicanalista e escritor; Francisco Radler, diretor do LBCD (Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem); e Marco Aurélio Klein, secretário-executivo da ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem) estão entre os personagens nacionais.
No grpuo internacional, Dick Pound, presidente da Comissão Independente da Wada; Olivier Niggli, diretor da Wada; Christophe Bassons, ciclista francês que se negou a utilizar substâncias ilegais e acabou excluído dos circuitos oficiais do esporte (hoje ele é atleta amador); e Lance Armstrong, ciclista norte-americano vencedor de sete Tours de France (entre 1999 e 2005), que perdeu todas as medalhas após a descoberta do uso de doping.
Finalmente Yulyia Stepanova, russa, campeã dos 800 m (2011). Ela e o marido, Vitaly Stepanova, ex-funcionário da Agência Russa Antidoping, denunciaram o uso sistemático de produtos proibidos entre os atletas do país. Na sequência, investigações da Agência Mundial Antidopagem chegaram a provas de doping generalizado no atletismo russo, com apoio do estado; e muita corrupção. Excluída do esporte, Yiulia, que hoje vive nos EUA, finalmente recebeu autorização da IAAF para participar de competições internacionais sob bandeira neutra.
Serviço:
Documentário “A Corrida do Doping”
Direção: Paulo Markun
Produção: Arapy Produções
Duração: 90 minutos
Lançamento: dia 19 de julho
Horário: 20h
Entrada: grátis
Local: CineSesc
Endereço: Rua Augusta, 2075, Cerqueira César, SP
Telefone: (11) 3087-0500