LARGADA
Qual sua maior qualidade e o que julga ser o seu maior defeito? Tenho como qualidade ser persistente; não aceito a desistência. Sem dúvida, sou um baita reclamão; assumo esse como meu grande defeito.
Você tinha ou tem algum hobby para relaxar? Eu adoro dirigir e sempre com muita segurança. Viajar com a família para conhecer lugares novos e diferentes!
Quais suas músicas preferidas? Você tem algum livro especial? Sou fã de todas as canções do Rei Roberto Carlos. Gostei muito do livro O Grande Conflito – de Ellen White.
O que mais gosta de fazer quando não está envolvido com corridas? Sou pacato, fora das corridas gosto das coisas simples, de assistir filmes e de namorar.
CORRIDA
Como você conheceu a Marizete? Já nos olhávamos nas corridas, mas nunca conversávamos. Tudo começou em 1998 na Maratona de Nova York, quando pudemos nos conhecer melhor e nos apaixonamos.
O que significa ser técnico da própria esposa? Sou mais marido do que treinador. Procuro ajudá-la em tudo que posso.
Em quais equipes correu? Fui atleta federado por uma única equipe, o São Paulo Futebol Clube.
A sua especialização como corredor profissional começou nas corridas de rua? Sempre treinei para correr provas de rua; competia muito pouco em pistas, sempre preferi a rua, embora treinasse na pista duas ou três vezes por semana, como acontece com muitos corredores atualmente também.
Na sua pouca participação nas pistas o que destacaria? Sou bicampeão do Troféu Brasil nos 10 mil metros. Meu melhor tempo nessa prova foi 28:47em uma competição na Suíça, em 1989.
E em maratonas, qual seu recorde pessoal e sua maior conquista? Meu melhor tempo em maratona é 2:11:28 em Carpi, Itália, em 1991. Mas, a que nunca esqueço foi a vitória na Meia-Maratona Stramilano, em Milão, com o tempo de 1:02:39, em 1988, quando venci o italiano e campeão europeu Francesco Panetta.
Recorde alguns de seus principais adversários nas corridas brasileiras? Eu tinha desafiantes duros de roer, entre eles Adauto Domingues, Artur de Freitas, Delmir dos Santos e Claudio Ribeiro.
Como eram as competições e treinamentos na sua época? Nas décadas de 80 e 90 não havia tantas corridas como hoje e os prêmios em dinheiro eram raros e menores. Quanto aos treinamentos as técnicas mudaram, mas, não muito! A base e a manutenção ainda são quase nos mesmos métodos.
E suas participações na São Silvestre? Na primeira vez fiquei na 60ª posição, depois fui 3º colocado em 1989, 4º em 88 e 5º em 89. Um detalhe interessante foi quando fiz minha última São Silvestre para 50 minutos em 2002, e a Marizete venceu.
TÉCNICO
A sua experiência é fundamental no treinamento de sua esposa? Acredito que sim. Procuro repassar a ela detalhes para não cometer erros que já me atrapalharam na minha época, tanto nos treinos como nas competições. Como, por exemplo, escolher bem meias, tênis e nunca despachar a mala com as coisas de corrida, para não correr o risco de perdê-la.
Como você faz o preparo mental para maratonas? Gosta de conhecer o percurso antes? Eu acredito que um atleta bem treinado, sem lesões, não precisa tanto de trabalho mental. Mas acho importante conhecer o percurso antes.
Qual é a idade ideal para um corredor fazer sua primeira maratona? Considero que a estréia deve ser após os 22 anos e o corredor precisa se preparar bem, para não traumatizar.
Faça uma comparação das condições nas décadas de 80/90 e nos dias de hoje. Naqueles anos era muito mais difícil, por diversos fatores como falta de material esportivo, atenção de médicos especializados. Atualmente os corredores têm tudo nas mãos, mas ainda falta a percepção de ser um competidor realmente. Um atleta deve ter atitude de competidor e naquela época a maioria agia assim.
Qual é a rodagem semanal que você indicaria para um corredor que quer fazer a Maratona do Rio em julho? Se for elite, tem que ser no mínimo 150 km por semana. No caso de um amador, vai depender principalmente do tempo que tem disponível para treinar.
Ontem e hoje
Por que na corrida de rua há tão poucos ídolos atualmente? Porque a televisão só fala de futebol e deixou de fazer grandes matérias com atletas brasileiros, até porque ultimamente só estrangeiros ganham.
Muitas provas não fazem mais premiação por categorias. O que você acha? Acho que as categorias têm que fazer parte da organização de uma corrida de rua porque é isso que estimula a continuidade de corredores que gostam de competir.
O preço das inscrições impede o surgimento de novos atletas? Claro, está muito caro, a corrida virou um grande negócio; as inscrições antes não eram pagas ou eram por valores baixos e tínhamos um melhor nível de corredores brasileiros. Hoje muitos bons corredores não podem pagar e só os que tem patrocínios vão estar sempre no topo.
Por que maratonistas do Brasil, com exceção de Marilson, não se destacam no exterior? Um dos problemas é que não temos as regalias que os africanos conseguem aqui no Brasil. Os melhores teriam que ter patrocínio de no mínimo 20 mil reais mensais para se dedicar para valer.
AFRICANOS NO BRASIL
Como você vê a participação dos africanos nas provas de rua do Brasil? Eles entram na maioria da provas que oferecem dinheiro. Os africanos recebem o aval da CBAt como atletas, mas considero que deveriam ter autorização para trabalhar e isso eles não tem. Ou seja, na minha opinião estão na ilegalidade.
A São Silvestre de anos atrás contava com vários estrangeiros. É diferente da situação de hoje? Naquela época os estrangeiros eram estrelas, convidados para participar exclusivamente da São Silvestre. Hoje os atletas de vários países da África têm mais regalias do que qualquer brasileiro gostaria, como centro de treinamento, patrocínios de empresas brasileiras etc, o que considero absurdo.
Então, os africanos aqui tem melhores condições do que os atletas brasileiros? Sem dúvida! Se viessem sozinhos, com sua "malinha", como nós brasileiros fazemos quando vamos correr fora do país, competimos e voltamos logo, tudo bem. Se ficassem em hotel antes da corrida e retornassem para seus países de origem depois do evento, seria um jogo limpo. Mas não ficar em centro de treinamento montado exclusivamente para eles, participando todo final de semana de competições pelo Brasil, ganhando dinheiro e não pagando impostos. Muita gente acha isso normal, sem imaginar a dureza que é treinar por conta própria e ter que enfrentá-los.
Isso atrapalha o desenvolvimento dos corredores brasileiros? Claro que sim. Antes dava para um atleta brasileiro sem patrocínio fazer das pequenas provas um meio de sobreviver e com esse dinheiro se preparar para as provas maiores, até mesmo no exterior. Hoje com essa onda dos estrangeiros, não dá mais, pois eles levam quase todas premiações. Às vezes até insistem junto às organizações para ter vantagens, como hospedagem e passagem.
O que você acha então que precisa mudar? Não aceitar mais as inscrições de estrangeiros em provas menores, somente nas maiores, ou fazer corridas com prêmios em dinheiro exclusivo para brasileiros, como aliás já vem acontecendo em outros países.
O que espera do atletismo brasileiro nas Olimpíadas do Rio? Em minha opinião, nós não temos nada a nosso favor, porque não estamos construindo uma base forte, segura, que dê segurança de bons resultados. Falta a participação dos experientes, dos ex-atletas olímpicos trabalhando para este objetivo. É assim que fazem os países campeões, dando oportunidade a ex-atletas, para contribuírem com suas idéias e experiências.
"UM ATLETA QUE TODO TÉCNICO DESEJARIA TER"
Carlão (Carlos Ventura) foi muito elogiado por Diamantino – "meu primeiro e único técnico" – detalhe que ressaltou várias vezes durante sua entrevista para esta matéria. No encontro com Carlão, o ex-treinador do SPFC conta detalhes da carreira do Gaúcho, como gostava de chamá-lo.
Carlão fazia parte da organização da Maratona do Sol, em 1984, que começava no Rancho da Pamonha – Rodovia dos Imigrantes, com chegada na praia do Gonzaga, em Santos. "Diamantino veio sozinho da cidade de Carazinho, se inscreveu pessoalmente e venceu a prova com o tempo de 2h29, sua estréia na distância!" Poucos dias depois ele foi até o São Paulo e se apresentou. "Eu previ que estava defronte de um campeão e sugeri ao clube que o contratasse; Diamantino sempre foi muito lutador e muito claro nos seus objetivos, nunca fugindo de treinos ou competições.
Carlão estava certo em seus prognósticos, mas teve que domar a personalidade do atleta. "Diamantino tinha um temperamento muito forte, exigindo que eu ficasse sempre atento até com a forma bastante imprevisível dele nos treinamentos, competições, relações sociais e esportivas. Mas sempre nos demos muito bem, tanto que sou padrinho de seu filho Gregory".
"Fizemos dezenas de competições pelo mundo, especialmente na Itália, onde ele obteve um resultado magnífico na Meia de Milão, a Stramilano em 1988, vencendo o italiano Francesco Paneta com o mesmo tempo 1:02.51, sendo a vitória dele confirmada pela fotografia da arbitragem. "Eu disse a ele para seguir o favorito, mas o Gaúcho queria mesmo era correr na frente; como eram três voltas de 7 km, gritei com ele nas duas primeiras, mas no final foi só alegria. Uma das provas mais emocionantes de toda minha vida como técnico e torcedor."
A ansiedade de Diamantino em querer vencer sempre rendeu um momento curioso, lembra Carlão. "Na segunda participação de Diamantino na Maratona de Nova York eu disse a ele para não querer correr na frente, só que ele não deu trela e largou ao lado do favorito Carlos Lopes; eu assistia a tudo pela televisão ao vivo, junto à organização quando de repente lá estava o Gaúcho fazendo tudo ao contrario do que pedi, correndo na frente, no pé de um tanzaniano e do português campeão olímpico. Aí, no km 35, lá estavam os três enchendo a tela da TV, sentados na calçada, quebrados!"
Na carreira de Diamantino, Carlão lembra (além daquela vitória na Stramilano) grandes feitos, como 12º em Chicago 86 (2h20), 12° em Nova York 87 (2h14), 2° colocado em Roma 87 (2h16), 1º em Carpi 1991 (onde obteve seu recorde pessoal – 2:11:28), Munique 2h13, quando se classificou para as Olimpíadas de Seul.
"Meu grande orgulho como seu técnico foi tê-lo classificado para representar o Brasil em três Olimpíadas: Seul, Atlanta e Barcelona. Diamantino foi o atleta que qualquer técnico gostaria de ter, e eu tive esta felicidade. Sempre o admirei pela sua técnica, determinação e espírito de luta; ele não admitia perder nem em treinos. E sei que até hoje ele não me perdoa por não tê-lo feito vencer uma São Silvestre."
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ola! p diamantino, ate q eu nao me lembrava mais dele!porem nao podemos esquecer das feras do asfalto! pq ele tb era um corredor brilhante q surgia! bergara mesmo qd eu participava como iniciante eu queria conhecer diamantino bergara ficava um tanto preocupado pq achava diamantino um pouco metido,fazia um q, de despreso! disso eu me lembro muito bem! mas bergara ja tinha um conhecimento dele,eu so nao sei se diamandino ja conhecia bem o bergara, sempre fazia minhas provinhas e as vezes diamantino tava la, mas se o bergara estivese tb eu torcia p bergara ganhar.qd eu conheci diamantino,foi esatamente nesta maratona do rancho da pamonha p santos. apesar q eu nao participei, mas estava qz em todas as corridas! foi ai q eu vi q o cara era fera na maratona.eu gostava q bergara estivese nas mesma corrida do diamantino. qd diamantino tava numa prova bergara estava em outra! mas eu sempre achei diamantino um exeletne corredor adimiro muito ele! gostava de velo mesmo p ganhar, parabens diamantino! pena q nunca mais tive noticias de vc, assim como nos anos 80qd vc surgiu, vc e merecedor!…nunca te vi pessoalmente, de perto! mas, vc e o cara da epoca! escuta! continua correndo pq vc nao esta velho nao,cara! um abrc! wilson de crapicuiba sp
No Menino Deus, do lado da eespmra, tem o CETE. Corria lá quando tinha aula de noite. Mas não curti muito correr em círculos. Melhor é na rua mesmo…