O Brasil teve uma sexta-feira (dia 9) muito especial no torneio de atletismo dos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Estádio de La Videna, no Peru. A equipe terminou o dia com nada menos do que três medalhas de ouro e uma de prata, vencendo nos revezamentos 4 x100 m masculino e feminino e nos 10.000 m masculino. Vitória Rosa foi a segunda nos 200 m.
Com o resultado, a seleção brasileira soma 13 medalhas (cinco de ouro, cinco de prata e três de bronze), superando a campanha de Toronto-2015, quando o Brasil conseguiu também 13 pódios (2 de ouro, 5 de prata e 6 de bronze). A equipe tem mais chances de ganhar medalhas neste sábado e domingo.
O desempenho do 4×100 m masculino, campeão no Mundial de Revezamentos de Yokohama, no Japão, em maio, já era esperado. A equipe formada por Rodrigo Nascimento, Jorge Henrique Vides, Derick Souza e Paulo André Camilo de Oliveira venceu com 38.27, superando Trinidad & Tobago, com 38.46, e os Estados Unidos, com 38.79.
“Foi um honra abrir a prova de um time campeão”, disse Rodrigo. “A gente vem treinando muito e mesmo com as condições climáticas adversas conseguindo outro bom resultado”, lembrou Jorge Vides. “Temos um grupo muito unido, desde 2015, quando cheguei junto com o Paulo André”, afirmou Derick. “Nós somos competitivos e o nosso segredo é a nossa união. Nosso objetivo é chegar na Olimpíada de Tóquio com a força de ser campeão”, completou Paulo André.
No revezamento 4×100 m feminino, as meninas não deram chance para ninguém. Andressa Moreira Fidelis, Vitória Rosa, Lorraine Martins e Rosangela Santos completaram a prova em 43.04, deixando o Canadá em segundo lugar, com 43.37, e os Estados Unidos em terceiro, com 43.79. “Foi uma prova sensacional. Todas nós demos o melhor e o resultado saiu”, vibrou Andressa. “Não foi fácil. Tive de refazer o aquecimento, mas graças a Deus tudo deu certo”, disse Vitória Rosa, que já havia ganhado a prata nos 200 m.
Rosangela Santos admitiu que sentiu medo, depois de lembrar do quarto lugar de Toronto. “É horrível quando você é passada. Eu só pedia, senhor, me ajuda. Tudo que passei esse ano, no ano passado. As meninas me acolheram com tanto carinho e era muito possível repetir a vitória de 2011”, completou a atleta, chorando bastante.
OURO NOS 10.000 M, Já nos 10.000 m, Ederson Vilela Pereira (Pinheiros) conquistou a medalha de ouro, numa prova muito disputada. Ele completou as 25 voltas na pista, em 28:27.47, numa maneira surpreendente. Nos 5.000 m, ele esteve sempre entre os primeiros e terminou em sétimo lugar, com 13:58.72.
“Fiz uma corrida tática. Sabia da força dos meus adversários, mas corri concentrado. Este é apenas o começo. Olhei várias vezes a prova pelo telão no estádio. Estou feliz por contribuir com mais uma medalha para a delegação do Brasil”, falou Ederson, nascido em Caçapava, no interior de São Paulo, de 29 anos.
O norte-americano Reid Buchanan ficou com a prata, seguido de Lawi Lalang, também dos Estados Unidos.
Segundo o técnico Cláudio Castilho, Ederson já está no processo de migração para a maratona. “Ele deve correr uma maratona, provavelmente em outubro na Europa. O objetivo é conseguir o índice olímpico”, afirmou.
Vitória Rosa, ouro no 4×100, prata nos 200 m e bronze nos 100 m, fez outra exibição excepcional ao completar a final dos 200 m, em 22.62 (-0.1), seu recorde pessoal, reafirmando índice para o Mundial e para os Jogos de Tóquio em 2020. A campeã foi a jamaicana Shelly-Ann Fraser, com 22.43, novo recorde pan-americano. Tynia Baither, de Bahamas, ficou com o bronze, com 22.76.
“Estou muito contente com o resultado e só tenho a agradecer ao meu técnico Katsuhico Nakaya, e agora quero evoluir mais até o Mundial de Doha. Tinha consciência de que poderia ter feito mais, mas já estava feliz com a marca de quinta-feira. Mas agora estou mais feliz ainda porque foram dois resultados consecutivos”, disse Vitória.
OUTRAS FINAIS. No salto em altura, Fernando Ferreira ficou perto do pódio ao terminar em quarto lugar, com 2,26 m, o melhor resultado do ano. O cubano Luis Enrique Zayas levou o ouro, com 2,30 m, seguido do canadense Michael Mason, com 2,28 m, e do mexicano Roberto Vilches, com 2,26 m.
No lançamento do dardo, Laila Ferrer terminou na quinta colocação, com 59,15 m, enquanto Rafaela Gonçalves ficou na 12ª posição, com 50,59 m. Ouro ficou com a norte-americana Kara Wingers (64,92 m), seguida da canadense Elizabeth Leadle (63,30 m) e da americana Ariana Ince.com 62,32 m.
Nos 1.500 m feminino, July Ferreira terminou em oitavo lugar, com 4:19.25. O pódio foi formado pela norte-americana Dominique Sahitz, com 4:07.14. A jamaicana Asisha Praught ficou em segundo, com 4:08.26, e a americana ficou em terceiro, com 4:08.26.
Nas semifinais dos 110 m com barreiras, os brasileiros Gabriel Constantino e Eduardo dos Santos Rodrigues passaram para a final deste sábado (dia 10), a partir das 16h40. Gabriel, recordista sul-americano, obteve o melhor tempo das semifinais, com 13.42 (-0.5), enquanto Eduardo ficou em terceiro em sua série, com 13.63 (-0.9).