Blog do Corredor André Savazoni 24 de setembro de 2012 (13) (107)

Dá para bater um recorde pessoal correndo em ritmo “moderado”?

Conversando com meu treinador, o Marcos Paulo Reis, no sábado passado, após o último longão de 27 km para a Maratona de Buenos Aires, ele falou: o ritmo tem de estar moderado (para o sub 3h). Bem, como gosto de ir para os 42 km para sempre fazer meu melhor, nunca será “tranquilo”, porém, será possível bater um recorde pessoal com uma sensação de esforço moderada? Não ficará o gostinho de “poderia ter isso mais forte”?

Pegando por exemplo os meus melhores tempos nos 10 km e na meia-maratona. Meu primeiro sub 40, na Tribuna, este ano, corri sem relógio, não me matei, mas não era uma prova-alvo nem fui para ela para “correr com sangue nos zoio”. Corri na sensação de esforço e terminei em 39:37, com a certeza que se tivesse ido com tudo, teria sido mais baixo.

Na meia-maratona, no primeiro semestre do ano passado, quando fiz meus dois primeiros sub 1h30, na Corpore (1:29:32) e depois na Golden Four BH (1:29:16). Cheguei arrebentado nas duas. No limite. Era o que dava naqueles dias. Hoje, corro nesse tempo com tranquilidade, mas isso é uma questão de evolução. Na Meia de Buenos Aires, terminei com 1:26:32, meu melhor tempo, mas ainda com gás (porém, nesse caso, teve os dois primeiros quilômetros bem lentos, o que modificou tudo).

Então, quis dividir a dúvida: dá para bater um recorde pessoal correndo em ritmo “moderado”?

Veja também

13 Comments on “Dá para bater um recorde pessoal correndo em ritmo “moderado”?

  1. Eu não consigo. No meu atual nível, pra sair recorde pessoal, tem que ser quase morrendo/morrendo. Ritmo moderado só se o antigo recorde for muito alto.

    Espero no futuro desenvolver uma capacidade melhor e conseguir correr rápido sem morrer tanto. Por enquanto, pra mim, não dá. Mas, respondendo a pergunta: dá.

  2. Para atletas que nao sejam de ponta, nao acredito que se desejarem fazer sub 40 nos 10, sub 1:30 na meia ou abaixo de 3:15 em maratona consigam estes tempos em um ritmo moderado, estes tempos são para ritmo forte
    dalton

    ———————–

    Dalton, tendo a confiar nisso também.

  3. Atualmente corro 10Km e ainda tenho tempos muito altos. Até tentei fazer treinos para baixar tempo, mas a sensação de morrer não me agrada. Hoje corro em ritmo confortável e vou esperar a evolução acontecer naturalmente.

  4. Moderado aqui seria um conceito relativo (logo, não absoluto), certo? Vendo o Kawauchi, ou os Ekiden colegiais e universitários japoneses (até aqui, todos os citados são amadores), que desabam após cruzarem a linha de chegada ou passarem a faixa de revezamento, eu diria que o Haile Gebrselassie, Bolt ou a Isinbayeva quebraram recordes mundiais, e muitos outros deixaram marcas de destaque, competindo moderadamente.

  5. Parabéns campeão, pelas excelentes matérias e pelos tempos feitos nas corridas. Tá voando heim!

  6. Eu acho isso um pouco confuso. Acredito que o moderado a que ele se referiu, esteja mais relacionado a estratégia que à sensação de esforço. Concordo que para conseguir quebrar marcas pessoais, temos sempre de correr mais forte que nas provas anteriores.
    Eu entenderia como um split negativo. Fazer a primeira meia moderadamente, e a segunda, principalmente depois do km 30, acelerar. hehe
    Abraços

  7. Ainda sou iniciante… mas acredito que um indice que antes era quase impossível passe com o tempo (e muito treino) a ser moderado. Porém para bater recordes pessoais a gente tem sempre que estar saindo da zona de conforto.
    Abraços!

  8. Dá, mas se bater o recorde pessoal significa que dava pra fazer mais rápido ainda ;-).

    Se bem que nos últimos 10 km a sensação foi menos desesperada do que no penultimo, e também foi mais constante e com FC média menor (corri de garmin), além de ter baixado 2 min.

    Ou seja, sei lá hahaha.

  9. Eu acho que ele quis dizer que uma maratona é feita em ritmo moderado. Se um atleta corre 10 km num ritmo de 03:50 min/km, ao correr os 42 km a 04:06 min/km, obviamente estará em ritmo moderado. Mas ao final o esforço é gigantesco e vai chegar no limite do esforço físico. Pode ter certeza, o gostinho de que era possível ter feito mais rápido é apenas um lapso de falta de memória! Abcs.

  10. Parabéns André Tarchiani Savazoni, pelas excelentes matérias e pelos tempos feitos nas corridas, principalmente na Maratona de P Alegre 2012 (quase sub 3h). Eu de Brasília-DF e os meus amigos Eduardo Portz e Jonathan Grahl de Nova Petrópolis-RS estaremos em Buenos Aires (7 OUT) para fazer/tentar sub 3h pela 1ª vez e para bater esse recorde pessoal não poderá ser em ritmo moderado; teremos que dosar durante a corrida por causa do final! Abraços e até B. Aires. Ronaldo (maratonista e assinante da CR desde 2010).

  11. Boa tarde, Andre. Um. Depende dos objetivos de cada um. No caso de aletas que se preparam focados, em provas-alvos, o ritmo pode ser um. Moderado ou forte vai depender da preparação, treinos, sensação pessoal de esforço. No meu caso em particular, não tenho foco em uma prova (maratona) específica. E vou sempre com a tática de fazer a primeira parte (21 Km) em ritmo moderado e a partir daí tentar um split negativo. Em 7 maratonas que fiz ano 4 foram em split negativo, e das 14 do total que fiz até agora, umas 9 consegui isso. Terminando não com a sensação de que poderia ter feiro mais, porém com o sentimento de estar inteiro para a próxima prova. 2) Depende das circunstâncias. Como no teu caso da Tribuna, 10 Km, correndo sem alguma preocupação, às vezes se conseguem resultados inesperados. No meu caso foi na maratona do Rio este ano. estava vindo da maratona de SP, 3 semanas antes, com 04h58, muito mal, com cãibra a partir do Km 26. Não esperava nada no Rio, corri ao lado de amigos e aquela chuvinha fria que ajudou. Resultado: 04h25, o meu 4.o melhor tempo em maratonas. É isso aí. Abraços

  12. André,
    ritmo moderado quando se compara com o passado era o ritmo forte, ou estou enganada?
    Para mim, isso é evolução. Mas o que você quer dizer é que correr sem compromisso – no ritmo moderado – pode nos trazer boas surpresas. Se você não estiver no seu melhor dia, duvido que isso aconteça.
    Estou invejando demais seus ritmos moderados.
    Abraços!!

    ——————–

    Ana, é bem isso. Independentemente de o ritmo de cada um. A maratona, confesso, é um caso a parte. Mas tenho a sensação assim: se correr e terminar uma prova em um ritmo moderado, chegar bem, com gás, e bater seu recorde pessoal, penso que em algum momento (na hora, um pouco depois ou no dia seguinte), você terá uma “frustração”, caramba, poderia ter ido um pouco mais rápido… cheguei “bem” demais. Tinha o que gastar.

    Abraço
    André

  13. André, já adotei com olema para as maratonas: se não vou bater meu recorde pessoal, então o jeito é chegar bem, sem me matar no meio da prova. Já cheguei em várias com a sensação de ter podido fazer melhor, baixado 3 ou 4 minutos, mas não frustrado por conta disso.
    Claro, teu caso é diferente, tu estás atrás de um sub 3h… mas creio que o MPR quis dizer que para conseguir um bom tempo é preciso dosar as energias pelo menos até o km 30. Depois, no final, com gás, arrisca-se um recorde.

Leave a comment