Notícias Redação 7 de maio de 2012 (0) (113)

Cruce de los Andes

Há alguns anos comecei a namorar a Cruce de los Andes. Mas apenas em 2011 consegui reunir um grupo na nossa assessoria em Campinas, que na verdade se tornou 9 duplas D-Run, e fomos conhecer e participar desta prova na Patagônia chilena e argentina. Éramos duplas que gostariam de buscar um bom resultado e outras mais para estilo turismo, onde terminar a prova, independentemente da posição, já seria o máximo. Eu e minha parceira, Cyntia Terra, conseguimos ficar em 11º lugar no geral e 2º na categoria (mistas) e todas as outras duplas completaram sem problemas.

Voltamos lá em fevereiro último, na 11ª edição do evento, porque os participantes da equipe estavam muito interessados, assim como vários outros brasileiros. Representamos o maior grupo do país na prova, com 15 duplas, entre mistas, masculinas e femininas, algumas estreando na Patagônia.

A prova acontece em 3 dias, variando a quilometragem entre 25 a 40 km por dia, em trilhas, muito morro para cima e para baixo, passagem por rios etc. A dupla é obrigada a correr e caminhar junto o tempo todo e principalmente finalizar junto. Por se tratar de verão, a temperatura durante o dia é quente, porém à noite cai bastante, chegando a zero grau. Este ano fez bem menos frio que em 2011, o que foi bom para nós, brasileiros.

Em síntese, os 3 dias foram assim:

1º dia: A tão esperada subida ao vulcão El Mucho, saindo de 500 m de altitude e chegando a 2.100 m, num total de 39 km.

2º dia: Começo com trilha, depois estrada com pouca subida e descida, novamente por trilha de aproximadamente 11 km. No final, 4 km de costeira totalizando 45 km. Este dia foi o grande diferencial do Cruce, pois além de mais longo, muitas bagagens não chegaram, devido à quebra da balsa que faria esse transporte para o ponto de apoio, e consequentemente vários participantes tiveram hipotermia. Mas com a solidariedade de todos, conseguimos contornar este problema. Por outro lado, muita gente desistiu devido à essa falha.

3º dia: Em função do problema no dia anterior, a organização decidiu reduzir de 26 para 21 km o percurso, em estrada de terra. Aliás, o trajeto do Cruce de los Andes sofre sempre pequena alteração, a cada ano. A chegada final foi muito emocionante e a equipe D-Run fez uma grande festa em San Martin de los Andes.

Mais uma vez, consegui um bom resultado, 3º lugar na categoria mista e 8º no geral, com a companheira Cilene da Silva. Outro destaque da nossa equipe ficou para a dupla Alexandre Calabria e Diones Godói, ex-obesos e ex-sedentários, que ficaram em um honroso 4º lugar na categoria homens 80 a 100 anos (soma das idades dos dois participantes). Outros destaques brasileiros foram José Virgínio de Moraes e Iazaldir Feitosa Santana, vice-campeões gerais; Cris Carvalho e Rosália de Camargo, 1ª em duplas femininas, e Zé Caputo e Caco Alzugary, também campeões em sua categoria.

A infraestrutura da prova conta com barracas que a partir deste ano foram cedidas pela organização, fato que aumentou nosso tempo de descanso, pois ao terminamos cada etapa, as tendas já estavam montadas, um alivio para todos nós. Em compensação, a inscrição por atleta subiu de 500 para 700 dólares. O investimento total (viagem, hospedagem, alimentação e inscrição) fica em torno de 3.500 reais por pessoa.

Devido à grande procura, as inscrições foram antecipadas para o mês de junho e podem ser feitas pelo site www.columbiacruce.com. Cada país tem um limite de inscrições, daí ser importante que os interessados fiquem atentos.

O Cruce é uma prova com muito trekking (caminhada em percursos com aclives e descidas), corridas em terrenos acidentados, tudo com uma enorme e magnífica paisagem, especialmente para os brasileiros. Aliás, talvez seja este o ponto forte do evento, que tem atraído número crescente de corredores do país para cruzar os Andes, da Argentina para o Chile. 

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