A Maratona de Berlim é um dos destaques desta edição por mais uma vez ter sido palco do recorde mundial. Mas também pelo expressivo número de brasileiros presentes (535), sem contar os que cortaram caminho, conforme se vê pela listagem no site da prova, em que esses pseudocorredores não tem o chip registrado no percurso. Apesar da flagrante falsidade dos resultados, nem todos os elementos foram desclassificados, nem advertidos ou levados a uma delegacia (como aconteceu numa maratona inglesa) para dar explicação para esse comportamento ofensivo para com os reais maratonistas e para com o público, que está lá para aplaudir os que se esforçam para superar os 42 km.
Alguns cortaram de forma discreta, entrando no percurso perto da chegada na hora de maior fluxo. Mas outros o fizeram de maneira acintosa, como duas brasileiras que tiveram a ousadia de finalizar em menos de 3 horas, chegando entre corredores de verdade, que devem ter se chocado pela presença delas terminando com aquele tempo. E depois fazendo fotos com a medalha, na maior cara de pau, sem contar os que chegaram com a bandeira do Brasil, envergonhando o país, como atestam as fotos no site do evento. Aliás, na lista dos resultados aparecem alguns desclassificados, que não se deram ao trabalho nem de largar e fizeram a chegada, pegando medalha, tirando fotos etc.
E como não foram poucos em Berlim, pode-se pensar que talvez esteja surgindo uma nova tendência entre os corredores brasileiros, de ir ao exterior participar de maratona e voltar com medalha, fotos, camiseta etc, sem necessariamente fazer os 42 km. E o pior é que a maior parte dos cortadores na maratona alemã aparece como pertencente a equipes!!!
É sabido que de há alguns anos para cá participar de maratona deixou de ter um espírito heróico, de coisa de gente abnegada, que se dedicou a treinamentos exaustivos por vários meses, mudou sua rotina de vida, emagreceu etc. Agora muitos não têm a menor preocupação com o tempo que irão fazer, e vão à prova "apenas para completar", como gostam de dizer. E dessa forma fazem os 42 km trotando, intercalando com caminhada, e naturalmente conseguem finalizar, sem problemas. Os treinos para tanto não são obviamente puxados e dessa forma a maratona vai se popularizando, o que, aliás, não é um fenômeno brasileiro, mas geral.
Agora, com o advento dos cortadores, parece que estamos chegando numa nova fase, de que não seria necessário nem uns poucos treinos para participar de uma maratona. Basta largar, trotar por alguns quilômetros, pegar um transporte ou cortar em determinado ponto, e ir para a chegada, com o detalhe importante de ser uma prova no exterior, o que sempre dá mais valor ao feito. Aliás, esse aspecto parece fundamental, uma vez que nas provas gigantes na Europa ou Estados Unidos fica mais difícil ser desmascarado e o povo de lá por certo não imagina tal descalabro.
Aí então pode ser que, a depender da demanda, comecem a aparecer equipes especializadas em dar o suporte para se conseguir esses resultados rápidos no estrangeiro, com chamadas do gênero "Você decide em que tempo quer terminar a maratona; não precisa treinar; nós garantimos sua chegada sub 3h, sub 3h30, o que quiser!" Será que vamos trilhar esse caminho, depois da atual fase de "Venha treinar conosco e complete uma maratona numa boa"?
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que coisa feia!
Numa corrida o verdadeiro vitorioso não é somente passar pela linha de chegada, oque realmente vale, e torna vc vitorioso são seus atos durante a corrida… isso sim tornará vc vitorioso, sua garra, suor…perseverança, respeito…
Marcos
Ultramaratonista
Vi essa semana: Um corredor que começou a correr a alguns meses, completou apenas uma meia-maratona, em 2:15 e seu novo objetivo agora é fazer uma maratona, no exterior, naturalmente. Já está alardeando na internet e sendo considerado herói. Isso é uma piada. Uma ofensa para com os verdadeiros maratonistas, aqueles que saem pro treino todo dia pensando na sua prova e no tempo que tentarão fazer daqui a 6 meses. Maratonista não é quem completa uma maratona. Maratonista é quem vive a maratona no seu dia-a-dia. E nem vou falar dos cortadores de caminho.
Aqui no sul aconteceu uma barbaridade o “atleta” nunca ganhou uma rústica de 10 kms,sempre entrou nas categorias,correu na praia uma distancia absurda e ainda bateu record do evento,nunca vi correr uma Supermaratona,como pode isto!!!
Esses atletas que fazem isto são oriundos de Academias,eles só querem aparecer.
Tem que ter mais fiscalização por parte dos promotores de eventos,uma vergonha para nós brasileiros,eles fazerem isto no exterior.
FORA AOS ATALHADORES DE PLANTÃO.
Correr está na moda e muita gente só participa de corridas para estar na moda, não têm o verdadeiro espírito de corredor. Toda moda passa, mas o espírito permanece para sempre. Quem é corredor de verdade não se deixa seduzir por facilidades só para colocar uma medalha no peito e sair nas fotos, porque o melhor de tudo é vencer seus próprios desafios. Quem não tem desafios próprios não merece ser chamado de corredor. Olhar para sua medalha e pensar em todo o sacrifício que fez para ganhá-la é uma sensação incomparável que um falso corredor jamais sentirá. Essa é a diferença entre o verdadeiro e o falso, o sentimento interno de cada um, e isso ninguém vê nas fotos, mas é o que conta no final.
Lamentável!
Mas já percebi sim assessorias dando “apoio” desse tipo para um determinador corredor ter destaque na categoria, em provas de revezamento, como se o “atleta” tivesse feito solo. Anos de pista e agora nas ruas, não imaginei que veria isso na minha vida! Gente até com sobrepeso e acima dos 40anos colecionando “pódios” e “troféus” Será que a falta de ética está tão enraizada em nossa cultura que começa oferecer esses frutos para uma colheita maldita e vergonhosa?! Faço Meias há 20 anos e quando me questionam o porquê não faço os 42K, recebem com desdém minha resposta de que ainda não sou maratonista!! As Ultramaratonas e as provas off road, tornaram-se opção para quem não quer o compromisso de fazer bem os 21k ou os 42k, mas sim apenas “concluir” a prova! Digo que quando fizer 3 meias abaixo de 1:40h farei os 42k! Cortador de caminho é criminoso e não atleta.
Comportamento vergonhoso, medíocre e , que dispensa demais comentários. Todos nós, atletas decentes e justos, sabemos o quanto é difícil a preparação para uma maratona. Já corri 7 maratonas e vi muitas coisas erradas. A pior de todas foi em Curitiba, 2010. Muitas pessoas se inscreveram para os 42k mas largaram do tapete dos 21k. Óbvio que fizeram tempos miraculosos. O problema foi que a cronoserv falhou e não separou quem largou do Ok ou do 21k. Na minha categoria teve uma moça que “chegou na frente” mas todos sabíamos que ela era lenta. Ela não subiu na premiação. Depois fui checar o site da cronometragem e ela tinha corrido apenas 21k. A luta para conseguir consertar a premiação (e o valor dela) junto a prefeitura foi mais sofrida que a própria maratona.
Bom-senso acima de tudo. E que prevaleça o espírito esportivo e competitivo. De verdade.
Vivian
triatleta e maratonista.
Bom, acho cortar caminho um absurdo,mas 90% das vezes não afeta em nada, pois mesmo assim não prejudicam o pódio dos outros. Só não consigo entender qual o problema de fazer uma maratona e ter como meta apenas terminar. Não interessa se é corredor de verdade ou não, o importante é correr. Eu mesmo tenho consciência de que nunca vou conseguir um pódio, mas isso pra mim não tem a menor importância, apenas gosto de correr.
Olha gente, eu concordo que correr está na moda. eu mesma fiz minha primeira meia-maratona meio que sem preparo… e sinceramente senti vergonha do meu tempo, agora estou treinando mais para melhorar os 10k e depois tentar um meia com um bom tempo, mas não acho errado uma pessoa terminar por terminar, porque só ela sabe o que passou para conseguir estar ali, nem que seja para fazer uma maratona em 5 horas, ela conseguiu se superar e isso faz bem para ela e pronto!
Quanto aos espertos o problema é a fiscalização mesmo e a consciência de cada um.
Eu comecei a correr em 2010, bem na época da moda, mas percebo que isso mudou minha vida para sempre, e quero sim um dia fazer uma maratona, digo mais, farei no ano que vem porque vou me superar e não quero saber do tempo, assim como nas minhas primeiras corridas de 5, 10 e 21, ai depois sim eu começo a pensar em melhorar o tempo, porque novamente vou querer me superar.
É isso o que eu penso. Estou aberta para uma “discussão” sobre o assunto. Só para constar eu corro sozinha 6 vezes por semana na USP.
poderiam cassar a identificaçao destes gatunos intrusos e nao mais aceitarem suas inscriçoes nas corridas,fica vergonhoso para nos corredores brasileiro,tanto aqui,como fora do pais.
Cortar caminho não é aceitável ! É falta de respeito…. Mudando de assunto, sou um atleta amador, que era sedentário até 2009, atualmente treino 5,6 vezes por semana e completo meia-maratona. O meu objetivo é o meu bem-estar. Não vejo problema em ter como meta particular terminar uma maratona em 3, 4, 5 horas ou mais. Já vi muitas pessoas emocionadas pelo simples prazer de terminar uma prova (no mesmo momento, os ganhadores já estavam no hotel). Lógico que se deve ter um bom senso, ou seja, um preparo prévio para tal meta. Se isso não é aceitável, então as corridas deveriam ser restritas a corredores cujo índice é perto do recorde da prova … Que graça teria uma maratona com 20 corredores ? Alias, já existe o espaço reservado para elite, que é lá na frente… []´s
Embora não seja o meu caso, não vejo problemas em fazer uma maratona sem se preocupar com o tempo em que irá completa-la. Sabemos da dificuldade que é, principalmente para quem corre pela primeira vez e muitos gostam de curtir a paisagem ou o lugar onde se corre. Quanto aos cortadores de caminho, eu me sentiria um derrotado e talvez tentar e não completar a maratona, seria mais digno.
abraços
Concordo com o Rodolfo em relação a meta de apenas terminar. Meu espirito tbm é o prazer de correr e quem assim procede ( conheço muitos) se dedicam da mesma forma nos treinamentos, respeitando, lógico, as suas condições e limitações. O esporte é e deve ser aberto a todos, mesmo para aqueles que não podem ter todo um acompanhamento de personal, preparadores, medicos, recursos tecnológicos etc e nem por isso devemos ser marginalizados, pois o Maravilhoso da Corrida é justamente, o fato de poder ser praticado por todos, mesmo para aqueles que não têm recursos ou patrocinio, para bancar suas despesas. CORRER É VIDA.. CORRER É SAÚDE..e as vezes não temos a dimensão da VITÓRIA daquele que pelo menos completa uma corrida, pois para muitos, COMO EU, representa Superação e Conquistas, difícil de se imaginar. Para isso, pagamos nossa Inscrição, como o Profissional, e seguimos as regras e normas estabelecidas.
Quanto a cortar caminho, aí sim, acho um absurdo e tremenda falta de respeito e educação de quem assim procede. Resta-nos o consolo, que essas pessoas, podem até enganar o mundo, mas não podem enganar a sua Consciência e no íntimo sabem que que a ” sua conquista” é Falsa e Vergonhosa e creio que as Organizadoras deveriam identificar e divulgar a Ação desse falsos esportistas.
Abraço a todos e Parabéns pela Revista.
Concordo com o Rodolfo, o que importa é correr. Quando participo de alguma prova, não fico naquela pilha de ser “sub-alguma coisa”. Quero apenas curtir o momento de bem-estar que a corrida proporciona. Isso pra mim é o suficiente.
Na questão dos fraudadores, eu acho um absurdo também.
Estamos vivendo novos desafios no que diz respeito a corrida de rua no Brasil. Faco trabalho social como guia de cego, atualmente sendo revezado, e pude observar os tais “atletas mustelas putorius furo”, vulgo “furao”, na ultima meia maratona internacional do Rio de Janeiro, e nos deixa muito impotentes saber que somos falhos em permitir tais grosserias. Correr deveria ser sinonimo de solidariedade, respeito, orgulho, congracamento entre atletas. Que bom que temos alguem com coragem pra denunciar tais “elementos deleterios”. Parabens Revista Contra Relogio!!! Eliseu de Aracaju
Fala serio, nos estamos indo ate para o exterior para fazer vexame?
Inacreditavel como tem pessoas/corredores capaz de fazer isto? Se e que podemos chama-los de corredores. Creio que nem aos 80 (oitenta anos) que e quando desejo parar de correr, nao farei uma coisa desta. Aqui em Toronto participo de varias corridas populares e algumas Meia-Maratona e eu nunca vi uma atitude desta. Vamos falar do que e bom, as corridas aqui sao otimas. Fica o convite para alguem vir correr aqui, tem um cantinho simples para acolhe-lo. Tenho que ficar aqui, mais alguns anos ainda, ate a filha terminar os estudos.
Boas corridas.
O fato da pessoa ter como objetivo completar uma prova independente do tempo de conclusão, é louvavel.As pessoas que cortam caminho, quem que elas estão enganando? Se faz necessário que as provas tenham como detectar tal fraude a fim de não prejudicar o verdadeiro corredor que está disputando um pódio/premiação.
Nossa, senti uma vergonha imensa ao ler essa matéria…
Impressionante com a famigerada Lei de Gerson contamina as mentes de muitos brasileiros, seja na vida profissional, educacional, agora até nós esportes. Quem pratica esporte por amor, não precisa provar nada pra ninguém, pratica por quer buscar realização pessoal, enfrentar os seus limites, etc. Isso na verdade é muito ignorância de uma parcela privilegiada da população, que mesmo com estudo formal e família, insistem em “dar uma de espertos”, mas no fundo são ignorantes sem personalidade. Por isso, na cabeça de um europeu isso é incompreensível.
Passei a ser leitor da revista este fim-de-semana, excelente publicação, serei um leitor assíduo. Abç
É lamentável, saber que este tipo de coisa aconteça e ainda mais com brasileiros. Envergonhando os verdadeiros corredores, que treinam cerca de 4 a 5x por semana, são regrados na alimentação e abrem mão de noitadas, por uma excelente noite de sono,para no dia seguinte estarem bem para mais um treino. As vezes dá vergonha de ser brasileira!
SE EU PAGO O VALOR DA INSCRIÇÃO PARA PARTICIPAR DE DETERMINADA MARATONA,POSSO FAZER O TEMPO QUE FOR NECESSARIO PARA TERMINAR É UM DIREITO DO PAGANTE.O QUE FAZ A BELEZA DA PROVA SÃO OS 99% QUE SÓ ESTÃO
LÁ PARA “PARTICIPAR” É INCOERENTE A REVISTA CRITICAR OS CORREDORES “SIMPLES MORTAIS” QUE CORREM APENAS PELO PRAZER DE CORRER.É ESSE PUBLICO QUE CONSOME REVISTA ESPECIALIZADA EM CORRIDA.
Concordo plenamente que é vergonhoso a pessoa se valer de golpe para ganhar medalhas e aparecer para os conhecidos. Deveria ser banidos do esporte através dos dados fornecidos nas inscrições. Agora, criticar quem entra numa prova somente para terminar, ou seja, superar seus próprios limites, é uma discriminação com os corredores amadores. Somos nós que sustetamos as corridas. Ou alguém acha que as corridas sobreviveriam sem a presençã dos amadores? Nós tambem somos atletas. não fazemos os treinos sacrificantes dos profissionais, mas fazemos sacrifícios particulares e familiares para poder participar das provas.
Berlin foi minha 2ª maratona, quando a completei em 4h33min depois de muitas passadas, água, gel, chá, dores, alongamentos no meio fio, vontade de parar depois dos 36km, algumas caminhadas intercaladas com trotes, mas ainda bem que não desisti. Corri com a bandeira do Brasil e por diversas vezes fui saudado pelos torcedores durante o percurso que gritavam e aplaudiam. Foi minha maior vitória dentre todas as corridas que participei. Lendo a reportagem desses que se intitulam “corredores” e até “maratonistas” chego a achar graça, e ridículo, a quem eles pensam que enganam? e por quanto tempo? pobres deles que ainda não sentiram o verdadeiro prazer de correr e de se superar após persistência, disciplina, investimento, respeito, sacrifícios. Esse prazer é só nosso!
“O Cortador”
Nesses tempos tão modernos em que somos surpreendidos por tantas noticias chocantes, 11 setembro,tsunami,padres pedofilos, achei que mais nada me surpreenderia, tenho tamanho respeito pelo heroismo dos atletas que disputam uma maratona, que jamais imaginei que poderia existir uma entidade alienigena que se fizesse passar por corredor para apenas ter uma medalha e uma misera fóto,agora eu irei observar nas corridas que participar e caso encontre algum individuo suspeito vou denunciar a comissão da prova e encorajarei outras pessoas a fazê-lo.Pessoas que agem desta forma, provavelmente tem traços de disturbios psicológicos e portanto devem ser desencorajados a repetir tal ato, pode-se usar a mesma arma que eles usam para pega-los: o anonimato, é isso ai ” Cortador”, fica esperto a tesoura esta na espreita para te cortar.
Prezado Thomaz Lourenço,
Nem vou entrar no mérito, do que se refere aos cortadores de caminho. Infelizmente, também venho observando esse tipo de comportamento absurdo e pernicioso ao espírito esportivo.
Entretanto, o motivo da minha manifestação é tão somente criticar a sua distinção e o comportamento da revista de não valorizar os feitos daqueles que se dedicam a completar uma maratona.
Completei a minha primeira maratona no Rio de Janeiro no ano passado. Infelizmente, tive problemas durante a prova e a preparação e terminei acima de 5 horas. Contudo, não me sinto menos maratonista porque durante a prova, tive apenas o objetivo de completar.
Não sei se vocês da Contra Relógio sabem, mas existem muitos atletas que fazem “Maratona só por completar”, porque possuem algum tipo de limitação que os impedem de atingir excelentes marcas, mas passam pelo mesmo tipo de treinamento, daqueles que vocês chamam de minoria de abnegados.
Inclusive, para que vocês tenham uma ideia, realizei todos os meus “longões” que chegaram a atingir uma distância de 34 km, sem contar os treinos semanais que superaram a distância da meia maratona. Ou seja, me submeti ao mesmíssimo treinamento daqueles que obtiveram um excelente tempo e performance.
Por fim, ao contrário do que vocês pretendem sustentar, correr por um período acima de 5 horas, é tão ou mais sacrificante, do que aqueles que terminam a prova com foco em um tempo específico. Não é necessário dizer, que se submeter a mais de 5 horas de exercício rigoroso, sofrendo a influência de calor excessivo, é verdadeiramente coisa para uma minoria de abnegados.
Espero, sinceramente, que a revista revise esse tipo de opinião e passe a valorizar e a publicar, o feito de todos aqueles que se propõem a participar e completar essa que é a distância mais desafiadora e clássica das corridas de rua.
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Ok, naturalmente que completar os 42 km é mesmo só para quem fez algum treinamento. Apenas dizemos que queremos prestigiar os que buscam não apenas completar, mas fazê-lo correndo o melhor possível. Treinar para uma maratona em mais de 5 ou 6 horas é bem diferente de treinar para completar sub 4 ou 5 horas. Tenho 65 anos e se resolver fazer uma maratona no próximo domingo faria sem problemas, ou seja, correria o quanto pudesse (acho que uns 30 km) sem forçar e depois iria caminhando. Já para fazer os 42 km em menos de 4 horas (3h59…) sei que teria que treinar firme por uns 3 meses. No ano passado não consegui esse feito o que me estimula a pensar nesse desafio este ano.
Grande abraço e bons treinos!
Tomaz
Acho um absurdo realmente ver este tipo de comportamento. Imagino que se eu fizesse isso um dia, me sentiria derrotada ou fracassada, por ter tirado “vantagem” de alguma coisa. Melhor abandonar a prova , se isso vai te incomodar, ou derrepente correr com o chip no bolso, caso não queira o compromisso de registrar seu tempo, percorrendo todo o trecho da prova e retirando a merecida medalha de participação, que indiferente de tempo, é igual para todos. JÁ SOMOS VENCEDORES PELA ATITUDE DE CORRER, e a saúde é o melhor prêmio que podemos conquistar.
Já completei 6 maratonas, entre 3h08 e 3h46. Delas apenas a de 3h08 não caminhei nenhum metro. Em todas as outras acabei caminhando trechos após chegar a uma exaustão mais mental do que física. Em todas sempre estive preocupado com o tempo (e acho que nas 3 últimas acabei sendo vencido mentalmente quando percebia que não conseguiria bater as 3h08).
Mesmo assim não vejo problemas em correr pelo prazer de chegar, sem se preocupar com o tempo. Mesmo porque acho que qualquer um que faça mais do que uma maratona sempre correrá as seguintes tentando melhorar o tempo anterior, mesmo que não pense numa sub-3 ou sub-4.
Quanto aos cortadores de caminho, é mais um reflexo da mania de levar vantagem em tudo que o brasileiro tem.
Eu não me surpreendo em nada de saber que há pessoas que fazem esse tipo de coisa. Sei de pessoas que colocam o chip no pé de corredores mais rápidos para que se registre o tempo menor, outros que pegam medalhas sem ter dado sequer um passo, enfim, bizarrices do tipo. Penso que são pessoas no mínimo equivocadas, praticantes de auto-engano, com neuroses agravadas, necessitando de tratamento. O pior, penso, é a falta de fiscalização dos organizadores que acabam por malbaratar as corridas e desestimular aqueles que se esforçam para completar todo o percurso para o qual se inscreveram. Chega a ser revoltante.
No entanto, fico mais preocupada com a posição da revista contra-relógio ao explicitamente criticar as pessoas que querem “apenas completar” uma prova. O que é isso? Pretende-se selecionar uma raça superior de seres humanos? Francamente chega a ser anti-pedagógica essa postura. Há que se considerar quantas pessoas estão iniciando no esporte e para as quais correr, seja quanto for e a que velocidade for já é uma superação fenomenal e que pode ser uma experiência de transformação da vida. Pessoas que não correm para competir com ninguém, mas para desafiarem seus limites, por puro prazer. Qual o problema? Quer dizer que a lógica competitiva de mercado agora tem que imperar também nas ruas? Tudo pelo relógio? Não, não e não. Há pessoas com os mais diferentes estímulos para correr. Os que querem ser rápidos, que sejam, mas respeitem a diversidade. Se nós, os lentos, incomodamos tanto, que criem provas apenas para os top qualquer coisa. Sejam elites, mas não nos privem de correr. A revista acaba por dar um tiro no pé ao dizer o que diz, tendo em vista que somos nós os amadores despretensiosos que mais movimentamos o mercado das corridas. Sinceramente é preocupante essa postura.
Nossa, a gente treina tanto para fazer uma Maratona no exterior, segue uma rotina dos LONGÃO SOLITÁRIOS, só para fazer bonito e poder levar a bandeira do Brasil na chegada. e poder dizer eu cumpri a minha META.
Agora isso realmente deixa a gente ENVERGONHADO.
JA CORRI 17 MARATONAS SENDO DUAS NO EXTERIOR (PARIS E CHICAGO) RECENTEMENTE FIZ UMA PROVA TREINO CORRENDO 75,6 KM E TREINO UMA MEDIA DE 100 A 115 KM POR SEMANA É INCONSEBIVEL VER UMA PESSOA QUE SE DIZ ATLETA FAZER OU MELHOR COMETER UM CRIME DESTA GRANDEZA CONTRA OS VERDADEIROS ATLETAS,CONTRA SI MESMA E A AQUELAS PESSOAS QUE VÃO PARA PRESTIGIAR UMA MARATONA CHEGANDO NA SUA FRENTE ALTERANDO A CLASSIFICAÇÃO REAL DA PROVA E NOS PREJUDICANDO TIRANDO APOSIÇÃO AINDA QUE SEJA ALGUMAS É TRISTE!BOM É SE DIVULGARMOS ESTES FALSOS ATLETAS NAS REDES SOCIAIS COM FOTO E TEMPO DOS MESMOS!
Interessante! Poderia ser uma espetacular matéria, além de uma crítica imparcial muito importante no mundo dos esportes. Porém deixa claro o ponto de vista do escritor, que tendo espaço aberto nesta revista, acaba por dar a impressão de estar representando o ponto de vista da própria revista. Espero não estar certo neste ponto. É certo que perceber outras pessoas tendo sucesso com esforço menor do que o nosso nos deixa frustrados, raivosos, com desejo de vingança por vezes. É certo que notar pessoas que querem se dar bem a todo custo nos deixa com o sangue explodindo nas veias. Acredito que mais esse exemplo do ditado que afirma que “o mundo é dos espertos” nos leve a pensar o porquê de estarmos sempre “contra o relógio” quando deveríamos estar a favor dele. Gostei muito de um leitor anterior que disse que não pretende ser “sub” de nada nem de ninguém. O fato de estarmos sempre querendo impressionar é o que faz algumas pessoas pensarem que com uma medalha na mão, uma fotografia na câmera e um tempo “aceitavel” publicado na página de determinado evento pode se considerar melhor do que outra pessoa que vê no completar, o seu desafio primordial. Particularmente quero sempre me superar, seja por tempo, por distância ou pelo estado que cheguei na última prova. Nunca pela minha posição no ranking de qualquer coisa. Sou profissional de Educação Física e treinador de corrida. Brigo com meus atletas quando eles se gabam de sua posição ao final da corrida ou de ter subido ao pódio antes dos outros. Mas respeito quem corre atrás de seu próprio crescimento. Já ouvi relatos de pessoas que iniciaram na corrida pois não tinham dinheiro para condução, outros que gostariam de emagrecer, pessoas que gostam da azaração das provas, que se sentem bem pois alí podem conversar com diversas pessoas sem ter receio de ser ridicularizado como na vida real. Correr não é um esporte, não tem regras definidas, não tem certo nem errado. E eu nunca lí em regulamento algum que somente é permitida participação de corredores que acreditam que o importante é baixar o tempo ou chegar na frente de outro corredor. Antes de tudo correr faz parte de mim, mas não é o meu todo. Sentir orgulho do meu esforço e das minhas conquistas é o que me move para frente. E acredito que essa seja a visão da maioria dos leitores da revista, visto que somente 6, das 28 pessoas que comentaram esta matéria não acreditam no esforço e na superação daqueles que correm para completar.
Sou radical contra os cortadores, realmente uma vergonha. Se não conseguem terminar a prova, treinem, façam provas menores e depois completem as de quilometragem maior. Quanto ao terminar por terminar, sou totalmente a favor, o que importa é o prazer de correr, independente do tempo, eu fico muito orgulhoso ao terminar qualquer prova em qualquer tempo, pra mim é uma festa, levo toda minha família para assistir e até mesmo alguns já participam de provas. Treino sozinho há alguns, hoje em dia faço até triathlon, e não tenho por que me envergonhar de qualquer tempo que eu faça. Embora eu treine firme e venha sempre melhorando meus tempos, pois para mim não tem sensação melhor do que participar de um evento esportivo. Vamos participar, não importa seu tempo, desde de que seja real, com todo seu sacrifício e perseverança para cruzar a linha de chegada.
Oras, deixemos só os que tem chance ao pódio então. Vamos ver quantos serão os inscritos e quais provas ainda existirão. Vocês que terminam maratona acima de 2 horas e 40 minutos, por exemplo, também nem deveriam se inscrever. Querem limitar a participação no esporte mais democrático de todos, as corridas de rua? A melhor vitória é quando superamos nossos próprios limites, e não os limites dos outros. Se a pessoa venceu um câncer, uma obesidade e quer tentar simplesmente “chegar ao fim”, qual o problema? Estar incomodado com a crescente participação dos amadores é preconceito bobo.
Realmente lastimável a estória dos “atalhadores”… Mas também muito infeliz a posição do autor em relação aos que têm como meta finalizar a prova. Eu comecei a correr ano passado na corrida dos Correios (5km) em Fortaleza, passei minha vida inteira como obeso e após fazer cirurgia bariátrica e perder 70kg completar esses 5km foi tão vitorioso pra mim quanto completar uma super maratona. Ainda estou fazendo corridas de 5km, quero estar bem para partir para as de 10km, depois 21 e depois vou para os 42km, mas em nenhum momento estou me cobrando por resultados (tempo) quero completar, quero apenas estar bem ao completar, coisa que pra mim há alguns anos era impossível… Quem tem a mentalidade igual à do autor não consegue entender isso… As vitórias dependem dos objetivos individuais, e como alguém disse acima, estão querendo restringir um dos esportes mais democráticos do mundo? Se for assim proíbam a participação dos Quenianos, a maioria não “treina” para ser corredor, eles se descobrem corredores porque correr faz parte do dia a dia deles desde a infância… E por isso eles têm menos mérito?
Não podemos nos esquecer de que estamos na terra onde a organização de uma das corridas mais tradicionais do mundo já entregou a medalha junto com o kit de participação e o número de peito. Lembram-se da S Silvestre de dois anos atrás? O vexame agora está sendo exportado…
Foi infeliz o posicionamento do autor sobre a participação em maratonas apenas para terminar, o que exige tanto sacrificio quanto aos que terminam Sub 3,4, etc… Lamentável
corro a trinta anos na epoca a muitos anos atras passava correndo e as pessoas falavam ó um louco correndo hoje é diferente passo correndo e muitas pessoas querem correr ao meu lado antigamente me preocupava com medalhas e camisetas hoje me preocupo em começar e terminar bem a acorrida com bom tempo mais sem cortar caminho mais conheço muitos que fazem isso aqui em são Paulo eu tenho dó deles são fracos de espirito.