A magia da Disney em Orlando, nos Estados Unidos, contagia tanto adultos quanto crianças. Não há como deixar de se emocionar com o mundo mágico dos personagens que permeiam o imaginário infantil, os desenhos, os filmes e os quadrinhos. Esse espírito é transposto para a corrida, na meia e na maratona. A organização consegue manter a áurea de entretenimento sem esquecer o conceito básico de que se trata de um esporte que precisa ser valorizado como tal.
São duas provas rápidas, propensas à quebra de recordes pessoais. A maratona ficou um pouco mais difícil este ano, devido ao trajeto sinuoso e com maior elevação altimétrica nos 7 km finais. Se você pretende apenas curtir, correr fantasiado ou fazer a festa com os personagens, amigos e parentes durante o percurso, também tem espaço. Porém, saiba que se estiver abaixo do ritmo previsto para conclusão (3h30 e 7h, respectivamente nos 21 e nos 42 km), será "cortado" no meio do caminho, como prevê o regulamento, e que foi aplicado neste ano (leia boxe).
O evento cresce edição após edição e em 2012 bateu o recorde de concluintes, com 43.806 – destes, mais de 7 mil estiveram no Desafio do Pateta, que consiste em correr a meia no sábado e a maratona no domingo. Com a maratona completando 20 anos, o percurso foi especial, tendo a inclusão de um autódromo, de um estádio de beisebol e da pista de atletismo do complexo da ESPN, local também da entrega dos kits e da expo. Um dado novo é que, pela primeira vez, o total de mulheres concluintes foi superior ao de homens na maratona (10.619 a 10.061), fator que já ocorre nas meias norte-americanas há bastante tempo. Na Disney, foram 9.998 homens e 13.128 mulheres finishers nos 21 km, uma realidade absolutamente distinta da brasileira, onde elas não costumam passar de 25%, e na maratona ficam em torno de 15%.
Segundo a organização, foram 52 mil inscritos, incluindo-se as provas infantis e a Family Run de 5 km realizada na sexta-feira, que não tem chip nem classificação por tempo, sendo somente uma corrida festiva, dentro do Epcot Center, com a presença de diversos personagens da Disney. Esses números puderam ser confirmados no segundo dia do evento, na sexta-feira, com a Expo completamente lotada e alguns expositores já sem produtos devido à grande procura. No primeiro dia de entrega dos kits houve movimentação intensa, mas sem filas. Na sexta e sábado, o ambiente ficou completamente lotado, sendo difícil caminhar entre os estandes. Para 2014, mantida a evolução, talvez seja necessário um espaço maior.
LARGADA EM 8 ONDAS. Tanto no sábado quanto no domingo, a organização destaca-se nos mínimos detalhes. São 8 ondas de largada com uma baia cada (definidas por letras no número, de A a H), sendo 7 minutos a diferença média entre elas. Sempre com o staff fazendo uma fiscalização rígida – há quem burle o esquema, mas uma minoria. A intenção é obrigar que cada um possa correr no ritmo previsto desde o início. Os tempos são pedidos na inscrição online e podem ser atualizados na entrega dos kits – basta levar um resultado válido, em prova oficial, impresso, para melhorar a posição na largada.
"A organização é espetacular. Nunca tinha feito uma prova nos EUA e me surpreendi positivamente. Chama a atenção o número de voluntários envolvidos. Sempre prontos a ajudar. Seja na entrega dos kits ou no dia das corridas", afirmou Juliano Mazzo, de São Paulo, que fez o Desafio do Pateta. "Só fico pensando que, com a largada às 5h30, deve ser muito mais frio normalmente do que ocorreu neste ano, com a temperatura bem agradável", completou. A largada cedo ocorre para não atrapalhar o movimento dos parques da Disney, que abrem às 9h. "Os percursos são bem planos, mas a maratona pesa um pouco no final com a passagem por algumas pontes. E é preciso sempre tomar cuidado ao correr dentro dos parques para não se empolgar com o ambiente e sair do ritmo", comentou Juliano.
Comparando as duas corridas, a maratona é superior. Tanto na organização geral quanto no percurso, que passa por mais parques temáticos da Disney. As mudanças no trajeto deste ano, com a entrada no autódromo cheio de carros reais e dos desenhos animados, no estádio de beisebol lotado e com o narrador falando o nome e a cidade dos corredores (com um enorme telão ao fundo), e na pista de atletismo sintética (uma volta de 400 m) da ESPN receberam inúmeros elogios. Quem já participou do evento afirma que essas alterações foram altamente positivas, porém destaca também que a prova ficou um pouco mais dura. Há várias subidas, mas nada que assuste, além de uma chegada com várias curvas dentro do Epcot.
Na meia-maratona, devido ao número maior de participantes, houve afunilamentos no acesso aos currais de largada (são cerca de 2 km de caminhada do estacionamento/parada dos ônibus até o ponto de início das provas). No dia da maratona, por outro lado, tudo transcorreu com tranquilidade. Nos dois casos, chegando próximo aos pontos de largada, tudo fica sossegado, havendo até espaço para aquecer. O guarda-volumes não exige mais do que 30 segundos para entregar os pertences e retirá-los ao final da corrida. Sempre, nas três provas, a medalha é colocada no pescoço, logo após cruzar o pórtico de chegada.
"Para a gente que corre no Brasil, chama a atenção como tudo funciona como um relógio. Muita tranquilidade para chegar até o local de prova, seja de carro ou de ônibus. O percurso da meia é bem sossegado, mas na maratona pesa depois do km 35, com uma subidinha e no final sinuoso já dentro do Epcot Center", disse Paulo Roberto Martin, de São Paulo, que, mesmo fazendo o Pateta, bateu o recorde na maratona, com 3h32. "Hoje avaliando, até dava para ter ido um pouco mais rápido. É uma prova que realmente vale a pena correr."
ABASTECIMENTO PERFEITO. A hidratação é abundante, sempre com isotônico primeiro e depois água em todos os pontos. Em copos abertos e em temperatura ambiente. Há ainda inúmeros postos médicos com vaselina e um creme para relaxar a musculatura, além de banheiros químicos, durante todos os percursos. Voluntários de diversas idades solícitos e animados, bandas, DJs e caixas de som completam os atrativos.
Nas duas provas, a largada ocorre no escuro, às 5h30, em uma autoestrada. Na meia, quem completa o percurso acima de 1h40 pega o amanhecer. Antes disso, os concluintes correm o tempo todo de "noite". Há pontos um pouco escuros, mas como o asfalto é um tapete não há risco de quedas. Os parques, com a iluminação, ficam ainda mais atraentes. A visão do castelo da Cinderela, todo colorido pelas luzes, emociona até os corações mais duros! Na maratona, você corre no escuro até um pouco depois das 7h, quando o dia começa a amanhecer. E dependendo do clima, pode pegar calor na parte final, como ocorreu neste ano com uma temperatura bem acima da média para o período do ano, de inverno no Hemisfério Norte.
MUITO LENTOS SÃO CORTADOS
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om o crescimento do número de participantes e ainda com a diferença das largadas dos 8 currais subindo para 7 minutos (no ano passado foi de 5 minutos), os organizadores, que têm o compromisso com o horário de abertura dos parques temáticos, pela primeira vez aplicaram a regra de corte, que diz "qualquer um que não conseguir manter o respectivo pace pode ser retirado e transportado para o final". E foi exatamente isso que aconteceu.
A paulista Flavia Cristina de Andrade, de São José dos Campos, que disse controlar o ritmo pelo Garmin para não estourar, foi cortada logo no início da meia-maratona, com 4 milhas de prova, e impedida de terminar. "Era meu sonho. Na hora de preencher o formulário, eu me comprometi a fazer a prova no ritmo máximo, ou seja, terminar em 3h30. Quando eu estava na milha 4, ainda dentro do ritmo, eles fecharam a pista e todas as pessoas que estavam ali, independentemente do curral que largaram, foram retiradas da prova", conta Flávia, que foi colocada junto com todos os corredores que ali estavam em ônibus e transportados para a chegada.
"Quando descemos do ônibus, eles nos deram a medalha, mas essa medalha não me pertence. Virou questão de honra. Ano que vem volto aqui para ganhar a medalha a que tenho direito", que diz ter acontecido atraso na largada e talvez por isso tenha estourado o pace que acreditava estar dentro. A amiga Ligia Gaioso, também de São José, foi cortada no km 15 na meia-maratona. "Eles levaram as pessoas em cerca de 6 ônibus. Algumas ficaram indignadas e quiseram furar o bloqueio. Uma americana foi até presa por desacato à autoridade."
Também de São José dos Campos, Silvia Carlos Martins, inscrita no Pateta, completou os 21 km no sábado e acabou impedida de ir adiante na maratona do domingo, um pouco depois de passar pela marca dos 21 km, com cerca 3h40 e já fora do tempo estabelecido pela organização. Os procedimentos foram os mesmos. Silvia foi levada de ônibus para o final e recebeu a medalha do Mickey, mesmo não completando a prova.
O último corredor dos 21 km cruzou a linha de chegada com 4:41:51 no tempo bruto. Na maratona, o tempo total do relógio foi de 8:09:40. Nos dois casos, como em vários outros que chegaram bem ao final da prova, não foram computados os tempos de chip. Considerando que a diferença de largada do primeiro curral para o último tenha sido cerca de 50 minutos no relógio, ainda assim houve uma tolerância na chegada de cerca de 10 minutos para a meia e 20 minutos para a maratona. (Fernanda Paradizo)
DE NOVO BRASIL!
Na comemoração dos 20 anos da Disney, um pódio recheado de brasileiros e a volta ao topo do maior campeão da prova. Adriano Bastos agora é octa!
Mais uma vez os brasileiros se sentiram em casa na Disney. O evento, de 10 a 13 de janeiro, contou com recorde de corredores do país (1.325 inscritos) e colocou quatro no pódio da maratona. Adriano Bastos foi o destaque, faturando o oitavo título dos 42 km. Sua sequência de vitórias na terra do Mickey havia sido interrompida pelo paulista Fredison Costa, vencedor em 2011 e 2012. A disputa entre os dois brasileiros foi acirrada. Depois de correrem ombro a ombro por todos os parques e atrações do percurso, Bastos definiu a vitória quando faltavam 800 metros para a chegada, dentro do Epcot Center.
"Naquele momento, percebi que o Fredison deu uma aliviada no ritmo. Foi aí que forcei tudo que podia numa estratégia suicida mesmo, pois o máximo que aconteceria seria ele reagir e eu ser segundo novamente. Aumentei o ritmo e vi que ele não veio junto. Cresceu dentro mim uma força ainda maior, que não sei explicar. A única coisa em que eu pensava é que precisava aguentar aquele ritmo até a chegada. Deu certo", conta um aliviado Bastos, que cruzou a linha de chegada em 2:21:16, só 16 segundos à frente de Fredison, com 2:21:32. O americano Matt Hensley chegou em 3º, com 2:24:58.
Apesar da vitória no final, no decorrer da prova Bastos disse que sentiu o tempo todo que seu adversário estava correndo com uma facilidade bem maior. "Todas as vezes que tentei forçar o ritmo para assumir a liderança, ele respondia imediatamente com um ritmo mais forte e assumia a ponta novamente. Corri sempre apenas tentando acompanhá-lo e em alguns momentos com bastante dificuldade."
Com a vitória, Bastos chega ao oitavo título da prova e agora segue firme novamente na perseguição das tão almejadas 10 conquistas. O atleta paulista não esconde que essa vitória tem um gostinho muito especial. "Tem sabor de ter dado a volta por cima e recuperado algo que estava interrompido há dois anos. Foi uma emoção gigantesca. Muita gente ainda acreditava em mim. As pessoas vinham me acompanhando diariamente e estavam na expectativa enorme para que eu vencesse novamente. Fica a satisfação de ter dado este presente a quem acreditou e, claro, de poder retomar a meta das 10 vitórias, que ficou mais perto e acessível."
Na comemoração do final, o atleta, que sempre faz uma surpresa no traje que veste na prova, correndo este ano com o chapéu do Pato Donald, não se continha de tanta alegria. Apesar de ser um momento único para ele, preferiu dividir com Fredison a comemoração da vitória, em um gesto que arrancou aplausos da plateia e uma participação improvisada dos personagens, que entraram na festa e comemoram juntos com campeão e vice. De mãos dados, os dois atletas correram em direção às arquibancadas, repleta de brasileiros, para agradecer ao público o apoio e a torcida.
"Eu queria mostrar a todos que não existe rivalidade entre nós. Não é porque corremos pela mesma meta que devemos ser inimigos. Somos apenas dois atletas lutando pelos mesmos objetivos. A rivalidade existe apenas no momento da competição. O mais importante naquele momento era o fato de serem dois brasileiros novamente no pódio, não importando as posições. Eu venci, mas ele mereceu ser tão aplaudido pelo público quanto eu. Foi também uma forma que encontrei de mostrar meu respeito e amizade por ele. Posso dizer que tive ao meu lado um grande adversário, no qual precisei dar além do meu máximo para superá-lo", conta Adriano, que saiu da Disney não apenas com o troféu da vitória. Os organizadores souberam que dois de seus troféus tinham sido roubados e homenagearam o atleta com mais vitórias na história dos 20 anos de Disney com uma réplica dos dois troféus.
DERROTADO, MAS FELIZ. Apesar da derrota, Fredison Costa deixou Orlando feliz, embora tenha ficado insatisfeito com o tempo final de prova, já que esperava algo melhor que o ano passado, quando venceu com 2h19, e com sua oscilação de ritmo ao longo do percurso. "Eu acreditava num tempo inferior ao do ano passado. Ditei o ritmo da prova o tempo todo e em alguns momentos até pensei em me distanciar. Mas oscilei demais no ritmo, mesmo me sentindo muito bem a prova inteira. No final, acabei não suportando e senti muita dor muscular. Foi quando o Adriano avançou e eu não consegui reagir. Infelizmente, em maratona você tem altos e baixos. Meu baixo veio exatamente no final", conta Fredison.
Quanto à mudança de percurso, o atleta destaca que ficou muito mais emocionante, principalmente na hora em que o trajeto passa pelo ESPN Wide World of Sports, um complexo esportivo dentro da Disney, onde também acontece a Expo e as corridas infantis. "Eu e o Adriano entramos sozinho na pista de atletismo para correr na raia 1. Foi muito bacana. Era como um tiro de 400 metros." Fredison destaca também a passagem pelo estádio de beisebol, onde a arquibancada estava lotada de gente torcendo e aplaudindo e havia até um locutor para animar o público. "Chegou um momento em que até esqueci que estava na prova. O estádio estava lotado e tinha muita gente vibrando e torcendo. Ouvir o locutor falando que eram dois brasileiros ali correndo foi maravilhoso", destaca Fredison, que lembra com emoção do momento em que ele e o Adriano foram comemorar com o público. "Foi muito legal. Apesar de não conseguir a vitória, foi uma das edições mais emocionantes e deixo Orlando muito satisfeito."
Fredison comemorou também o fato de ter conhecido Joan Benoit Samuelson, primeira campeã olímpica da maratona feminina, em Los Angeles-1984, no café da manhã pós-prova. Samuelson correu a meia-maratona no sábado em 1h33, sendo campeã da sua categoria (55-59 anos). "Foi uma emoção muito grande. Ela perguntou como eu tinha ido na prova e parabenizou os brasileiros. Foi uma surpresa. Ainda não estou acreditando. Tirei foto com ela e é uma lembrança que vou guardar para sempre para contar para meus filhos e netos."
DUAS BRASILEIRAS NO PÓDIO. Se a prova masculina teve uma disputa acirrada do começo ao fim, a batalha feminina foi definida logo após o km 16, quando a atleta da casa, Renee High, forçou o ritmo em cima da brasileira Bernadete Lins (inscrita como Antonia Silva, primeiro nome e último sobrenome) e começou a se distanciar na liderança. A americana cruzou a linha de chegada em 2:48:30.
Mesmo com uma temperatura mais quente em Orlando do que nos anos anteriores, Bernadete, que é de Fortaleza e tem 35 anos, sentiu um pouco a temperatura e também as intermináveis curvas no percurso. "A informação que tinha era de que a prova era rápida. Mas havia muita curva e algumas subidas também", comenta a atleta, que, apesar de ter no currículo o título da Maratona de Porto Alegre de 2011, com 2h48, e a 5ª colocação na Maratona do Rio de Janeiro de 2010, com 2h49, não tem nenhum patrocínio e arcou com todas as despesas da viagem. Independentemente do título, a atleta tinha uma expectativa muito grande de baixar seu tempo de maratona em Orlando.
"Não deu. Senti a prova, principalmente no final. Larguei de luva e achei que jogaria fora depois, mas senti muito frio nas extremidades. Minhas pernas ficaram dormentes, meu quadril travou por causa das curvas. No km 37, percebi que já não faria o tempo que planejava", explica a corredora, que finalizou os 42 km em 2:59:30 e por muito pouco não perdeu a 2ª colocação para Claudia Dumont, de Belo Horizonte, 3ª na disputa e que chegou apenas 6 segundos atrás da vice-campeã, com 2:59:36. Claudia, que já havia sido 6ª colocada no ano passado, compôs o pódio feminino da Maratona da Disney, que nada dá de prêmio em dinheiro (daí nunca contar com atletas de elite), apenas troféu do Mickey aos três primeiros colocados, concedendo a passagem e hospedagem para o próximo ano ao campeão. "Nem acreditei quando falaram que eu tinha sido a terceira. O percurso deste ano ficou mais difícil", disse Cláudia.
SÓ AMERICANOS NOS 21 KM. Na meia-maratona, destaque para a brasileira Giovanna Martins, de São Paulo, que foi a 4ª colocada no geral e campeã da categoria 30-34 anos, com o tempo de 1:19:54. O pódio feminino e masculino da meia-maratona foi composto apenas por americanos. Entre as mulheres, Melissa White foi a vencedora, com 1:14:56, seguida de Ariana Hilborn, com 1:17:48, e Megan Curham, com 1:18:40. No masculino, Mike Morgan venceu a prova com 1:05:26, seguido de Brendan Martin com 1:06:38. O triatleta olímpico Hunter Kemper ficou na 3ª posição, finalizando os 21 km em 1:09:50.
A prova contou com a participação da triatleta olímpica brasileira Carla Moreno, que correu pela primeira vez uma meia, fora das provas de triatlo, e finalizou em 1:26:17, em 2º lugar na categoria 35-39 anos.
MEIA NO SÁBADO, MARATONA NO DOMINGO
Participei do Desafio do Pateta neste ano. Fui o sorteado no grupo de jornalistas do Desafio Pharmaton, que teve a conclusão da segunda edição na Disney, com a presença de um corredor de cada uma das oito assessorias participantes e dos respectivos treinadores.
Eu tinha a intenção de correr em um ritmo mais conservador nas duas provas, porém, a temperatura muito agradável, os percursos rápidos e o ambiente geral contribuíram para a mudança de planos. Assim, corri bem abaixo do previsto tanto na meia quanto na maratona, terminando ainda o Desafio com a sensação que poderia ter ido ainda um pouco melhor.
Fechei a meia para 1:27:57 (correndo sempre pensando na maratona de domingo, o que acaba sendo um freio, principalmente nos quilômetros finais) e 3:05:19 na maratona (com uma leve queda no final). Na sexta-feira, ainda dei duas voltas no percurso de 5 km da Family Run.
Para quem pretende correr em 2014, algumas dicas. Prefira chegar mais em cima da data das duas provas, deixando para fazer turismo e passear nos parques depois. Caso contrário, o "sofrimento" nas pernas será maior. Sem contar que a gastronomia americana não é das mais propícias para quem pratica esporte.
Os dois maiores fatores de cansaço no Pateta são o fuso horário de três horas menos em Orlando e o fato de ter de acordar às 3h (ou até antes) nos dois dias de corrida. Se fizer a Family Run, então, terá de pular da cama às 4h30 na sexta (a largada ocorre às 6h30).
Quem se hospeda nos hotéis do complexo da Disney tem transporte gratuito para a retirada dos kits e expo e de ida-volta para as três provas, o que facilita muito a logística. Vale levar isso em conta na hora de definir a viagem. Caso opte por alugar um carro, o estacionamento no local das corridas é muito grande, com toda orientação do staff, porém é preciso levar em conta um tempo maior de deslocamento.
Os produtos oficiais das provas não estavam tão atraentes este ano, como em edições passadas. Além disso, devido à numeração americana, fica a dica de pedir sempre um número menor. Se usa M, escolha a P e assim por diante. (André Savazoni)