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Performance e Saúde Redação 12 de julho de 2011 (2) (98)

Corrida não é garantia de emagrecimento rápido

Numa conta bem simples é muito fácil o corredor engordar e/ou não conseguir emagrecer. Querem ver? Existem muitas fórmulas para se calcular o gasto calórico da corrida; a mais simples é esta: peso do corredor x km percorrido = Kcal queimadas. Assim, uma pessoa de 80 kg gastaria em torno de 400 calorias numa corrida de 5 km (80 x 5 = 400), a depender do ritmo empregado. Se levarmos em conta que o ser humano precisa em média 2200 calorias apenas para se manter vivo, esta pessoa gastaria 2600 calorias nos dias que fizesse aquele treino. Caso durante o dia a ingestão de calorias ultrapassar esse total, o resultado será o ganho de peso.

Entendida essa matemática, fica claro também que se podem mudar os fatores dessa conta, ingerindo as mesmas calorias, porém com maior queima. Nesse sentido, duas são as opções: aumentar a quilometragem diária ou a intensidade da corrida. Só que muita gente erra por aplicar as duas variáveis ao mesmo tempo.

A quilometragem semanal não deve ser aumentada em mais do que 5%. Ou seja, se o indivíduo está correndo 5 km, na semana seguinte deve passar para mais 250 metros apenas. É pouco? Pode até parecer que sim, mas é uma regra de segurança. A maioria quer logo chegar aos 6 km. Aumentar 5% por semana garante depois de algum tempo emagrecimento mais rápido porque cada vez mais nosso corredor vai poder gastar mais calorias, principalmente quando chegar à marca dos 10 km em 15 semanas e ele não terá mais os seus 80 kg, ficando inclusive cada vez mais fácil correr.

 

A AJUDA DA MUSCULAÇÃO. Essa fase inicial é bem difícil e uma das opções para aumentar o gasto calórico sem riscos de lesões, e com a vantagem de não perder massa muscular, é incluir a musculação no mesmo programa. Já está bem estabelecido pela ciência que a musculação aumenta a chamada Taxa Metabólica em Repouso (TMR). Ou seja, aquelas calorias para manter as funções vitais e estando o corpo com mais músculos ele gasta mais calorias, mesmo parado.

Pesquisas comparando grupos que faziam apenas corrida + dieta com grupos que faziam corrida + musculação + dieta, revelaram melhor resultado para estes. Além disso, a musculação em si ajuda a aumentar o tempo que o corpo continua consumindo oxigênio e calorias acima do normal, depois da atividade física, e que é conhecida como EPOC do termo (Excess Post Oxigen Consumption). A outra situação que aumenta o EPOC é a intensidade elevada na corrida, mas como nessa fase a corrida deve ser moderada, a musculação é a melhor opção.

Outro assunto que costuma povoar e confundir a cabeça das pessoas é a questão do peso ideal. Muitas tabelas e números mágicos existem e também muitos métodos para se determinar o percentual de gordura corporal. Entretanto, o mais prático e usual é o IMC (Índice de Massa Corpórea) cujo resultado é obtido da divisão do peso em quilos pelo quadrado da altura em metros. Vale lembrar que essa equação não se aplica ao atleta porque o peso nominal da balança se deve à massa muscular e não à gordura corporal. Digamos que o nosso corredor de 80 kg meça 1,70 m. Temos 80 : 2.89 = 27,6 indicando sobrepeso.

De acordo com o resultado, o IMC enquadra-se em categoria diferenciada determinando os graus de obesidade a saber: Desnutrição, abaixo de 14,5 – Abaixo do peso, até 20 – Peso normal, 20 a 24,9 – Sobrepeso, 25 a 29,9 – Obeso, de 30,0 a 39,9 – Obesidade Mórbida, de 40 em diante. Academicamente, aceita-se como normal e fora de riscos cardiovasculares um IMC de 20 a 25 e até 27 para os idosos.

Leia mais:

Calorias gastas em uma corrida de 40 minutos

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2 Comments on “Corrida não é garantia de emagrecimento rápido

  1. Boa tarde,

    Não entendi a frase (sôbre o IMC) :”Vale lembrar que essa equação não se aplica ao atleta porque o peso nominal da balança se deve à massa muscular e não à gordura corporal”.

    Obrigado,

    Flávio

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