Até 10 ou 15 anos atrás a corrida era uma atividade geralmente mais praticada por pessoas sem grande poder aquisitivo, até mesmo pelo baixo custo: bastava um par de tênis (simples, diga-se de passagem) e… pé na estrada. Hoje o que vemos são provas bem-estruturadas e corredores com maior nível sócio-econômico, que pagam para estar nesses eventos e consomem dos últimos lançamentos de calçados a pacotes de viagens para provas no exterior. Teria, então, a corrida se transformado em um esporte de elite, ocupando até mesmo o “glamouroso” lugar que já foi do golfe ou do tênis?
“Virou uma coisa chique correr, talvez pela superação pessoal que o esporte represente, o que causa admiração. Mas também acho que mais pessoas passaram a descobrir a facilidade de se praticar a atividade: não precisa ser sócio de clube, não requer equipamentos, dá para realizar em qualquer lugar e horário”, argumenta a jornalista Isabel Amorim. O empresário Marcelo Vasconcelos complementa: “É uma maneira simples de cuidar da saúde. E ter boa saúde, sim, dá status.”
Os grandes desafios, no entanto, exigem uma série de “extras”: tênis e roupas especiais, acompanhamento de um treinador ou assessoria esportiva, suplementação nutricional e a viagem em si – investimentos que saem do bolso do próprio atleta. “Isso custa caro”, constata o triatleta Eduardo Gasperini. “Conheço muitos corredores que, infelizmente, não conseguem realizar alguns sonhos por não terem condições financeiras”, diz o empresário pernambucano Júlio Cordeiro.
E você, o que acha? A corrida de rua ganhou status? É caro correr hoje em dia?
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Olá pessoal,
Realmente a prática da corrida tornou-se algo bem mais estruturada. Antigamente, isso pelo que ouço de meus colegas corredores há mais tempo, não se via tantas corridas organizadas, popularizou-se e ainda sim contamos com esse caráter elitista no esporte. Para correr com um mínimo de segurança necessário os equipamentos básicos de boa qualidade.
Boas corridas
Corrida é um dos esportes mais democraticos que existe. Temos corredores de todas as classes. Porém concordo em dizer que hoje é moda entre os mais ricos a corrida de rua! Eles que sejam bem vindos 🙂
Eu não creio que tenha elitizado o esporte e sim, melhorado a divulgação. Existem muito mais provas de rua hoje, do que a anos atrás, isto acaba atraindo um público que antes não tinhas estas opções. Cidades como Porto Alegre onde moro, tem várias corridas durante o ano, cada uma com suas atrações e organização cada vez melhores.
Acho sim, que os produtos “top de linha” são caros, mas não precisa ter o último modelo de tênis ou monitor cardíaco pra correr bem.
Em termos, pois se comparado ao tênis ou golfe, esses sim, são realmente elitizados enquanto a corrida ainda segue a velha máxima (e quase derrubada): “é só pegar seu tênis e pé na estrada”. Porém, o alto custo dos equipamentos e acessórios expostos no mercado voltado para a linha “runner” faz com que apenas pessoas com um bom poder aquisitivo possam usufruir de tais vantagens sem passar por dificuldades financeiras. Além do quê, ser visto com um produto de uma grande marca além de dar status passa a falsa ideia de que o atleta é de alto nível e tem a necessidade de um equipamento de ótima qualidade.
Acredito que o crescimento do número de participantes atraiu o interesse de empresas com interesse no lucro. Isso gerou a “oferta” de eventos diferenciados, mais caros. Ninguém é obrigado a correr todas as provas, nem a pagar as mais caras. O problema é o consumismo, querer ir nas mais badaladas, ou correr todo fim de semana. Enquanto existirem opções mais acessíveis, as “corridas artesanais”, acho que está valendo. E acho que as “maiores” não vão “sufocar” as “menores”, pelo contrário: as maiores criam novos corredores, que um dia podem se interessar pelas menores.
Realmente, eu acho que hoje em dia mais pessoas aderem à corrida diariamente, por ser um esporte que não tem horário fixo, não depende de outras pessoas, ou de um local apropriado. Eu só acho que as incrições para as corridas estão um pouco caras. Eu entendo que os organizadores tem muitos gastos com elas, mas nos preços que estão, eu acho que cada vez, mais e mais pessoas vão participar delas sem fazer as incrições, e acabam usufruindo de todo o apoio dado nos percursos, sem ônus nenhum, o que acabam encarecendo para os organizadores.
O que vem acontecendo é que cada vez mais as corridas tem ganhado mais divulgação na mídia e aparecendo mais eventos, por ser um esporte que não requer muito investimento inicial, vem ganhando um grande número de adeptos. A corrida é o esporte mais recomendado pelos médicos para aqueles que querem emagrecer e praticar alguma atividade física. O que me preocupa é que cada vez mais vejo pessoas despreparadas e mal informadas correndo desesperadamente afim de melhorar condicionamento físico e perder peso sem os cuidados básicos e necessários como procurar um médico e fazer exames cardíacos para saber se tem realmente condições de praticar a corrida. Há também a falta de cuidados para evitar lesões e o exagero para alcançar melhores resultados no menor espaço de tempo em corridas. Existem pessoas que participam de corridas quase todos os fins de semanas e vivem a base de antiinflamatórios e analgésicos mas não perdem um evento, será que isso é saúde?
Não, não virou esporte de elite. Mas agora tem gente da elite praticando esse esporte. Mas continua sendo esporte de todos.
Concordo que a prática de corrida de rua vem crescendo muito em nosso país, mas há espaço para todos. Todos os tipos de pessoas e de bolsos também. Alguns eventos são realmente muito caros e muitos corredores deixam de participar devido ao valor alto da incrição, que muitas vezes precisa ainda ser somado aos gastos com deslocamento. Alguns organizadores chegam a cobrar mais caro que a própria corrida São Silvestre, que é a mais tradicional e importante do país! Não acredito que a corrida de rua esteja se tornando esporte de elite, e sim, que alguns organizadores gostaria que assim fosse e, dessa forma, selecionam o tipo de público participante através do valor das inscrições.
As corridas de rua atraem a todos, os mais ricos e os mais pobres. O problema é o consumismo que engloba isso tudo. Querer ter o tênis último modelo, o monitor cardíaco e etc e tal… Mas mesmo assim ainda é o esporte mais democrático de todos. Basta ter um tênis e sair correndo!
Não é que virou esporte de elite, acho que a questão é que surgiram circuitos de provas, que visam as pessoas com mais condições financeiras, que aceitam pagar um alto preço pela inscrição. Mas o esporte continua democrático, há provas “fashion” e provas “de verdade”…
Acho que a corrida ainda é um esporte relativamente barato e como já escreveram democrático.
Mas sem dúvida nenhuma, houve uma mudança muito grande no público das corridas, posso afirmar isto, pois corro desde 1995. Hoje em dia as provas estão muito maiores em número de corredores e acho (sem nenhum embasamento científico) que aumentou justamente entre os corredores de melhor condição social.
Além do mais, existem provas onde os valores de inscrição são restritivos às pessoas de menor renda.
Mas o legal, é que ainda existem muitas provas boas e “baratas”, inclusive, algumas gratuitas.
Aliás, está para ser confirmada uma prova de 10K em Guarulhos (06/12) em comemoração ao aniversário da cidade que acontece dois dias depois.
Sem contar, que para correr num parque e nas ruas não precisamos pagar nada.
Abs;
Giba
Olá pessoal.
Não acho esporte de elite. Nunca será.
A tecnologia chegou forte, tênis avançados, relógios GPS, camisetas com tecnologia, produtos de ponta etc. Mas conheço inúmeros altletas que treinam aqui em Guarulhos que não usam essa tecnologia, por não poderem mesmo, não por não querer, e fazem ótimos tempos e tem boas colocações nas provas de “elite” onde as inscrições chegam a 70, 80, 150 reais. Acho a corrida a melhor forma de integrar todos, sem levar em conta de qual classes social você veio. Abraços!
De todos os temas que a revista Contra-Relógio tem abordado, um dos mais interessantes ao meu modo de ver é o que pergunta se as “AS CORRIDAS VIRARAM UM ESPORTE DE ELITE?”. Quem corre a mais de (30) anos como eu, talvez me dê razão.A eletização não esta tão somente nas estruturas das provas, mais em especial nos seus praticantes. Voltemos um pouco no tempo (20 anos).
PRIMEIRO – não tinhamos a mídia (TV RADIO, jornal muito raro)
SEGUNDO – Raras eram as empresas que investiam algum centavo neste esporte
TERCEIRO – Poucos tinham acesso à materiais esportivos para este seguimento
QUARTO – a grande maioria dos profissionais de ed. fisica não se aventuravam nesta area, por falta de conhecimento, ou por acharem que não tinha nenhum retorno. Enfim. hoje é chique dizer que é atleta amador ou não – aquele lado do romantismo deste esporte já se foi a muito tempo. Hoje o que se ve são corredores de alto poder aquisitivo, ávidos por consumir produtos ligados a esta área do esporte. As empresa investem pesadamente em midia para atrair o consumidor e assim por diante. Para comprovar tudo que disse basta verificarmos nas corridas o seguinte: o tenis que as pessoas estão usando, suas roupas , e por fim o carro em que ele vai embora. Estas pessoas hoje representam 80% dos corredores, o que significa dizer que os corredores que treinam regularmente para subir ao podium, estão perdendo espaço, pois não tem como arcar muitas das vezes com os custos de sua prática esportiva e os patrocinadores e organizadores ja enchergaram isto. Tanto é verdade que hoje, nas maioria das provas pelo Brasil, pouco se preoculpam com o indice técnico das provas, mais sim, com a quantidade. Basta vermos quantos atletas de bom nivel técnico tinhamos a (20) anos atrás,e quantos temos hoje. Repetindo a frase da revista: Hoje é chique correr. No meu tempo, o que ouvíamos nas ruas quando saíamos para treinar é impublicável.
Parabéns à revista pela abordagem desse assunto.
É, realmente, virou negócio correr. Hoje qualquer corridinha o pessoal tá cobrando 30 reais, e só dá uma medalhinha e uma camiseta fureca. Muitos de nós não tem nem alimentação balanceada, quanto mais como pagar estas corridas. Isso fora o deslocamento de um lugar para outro…