Ultramaratona – Tomaz Lourenço
A revista publicou várias matérias sobre a Comrades nos últimos anos, através de relatos de assinantes participantes, e nos primeiros meses deste, dando detalhes dessa que é a ultramaratona mais famosa do mundo, e lançando o desafio aos leitores de enfrentar os 89 km, lá na África do Sul, até para acompanhar o editor da CR. O resultado foi o número recorde de 50 brasileiros inscritos. A seguir, o relato do editor.
Eu imaginava mais ou menos o que iria encontrar por lá, ou seja, uma prova dura, devido à longa distância e à dificuldade do percurso, mas também uma prova festiva, pela quantidade de participantes e pelo público ao longo do trajeto. Mas na realidade a Comrades é muito mais que uma ultramaratona. É uma prova única!
O sofrimento é grande, mesmo para quem vai para lá bem treinado, o que, aliás, deve ser a maioria. Quase nada dos 89 km são planos, mas o clima que envolve a prova, as pessoas ao longo da estrada, só com palavras de incentivo, muita música, tudo isso torna a corrida menos sofrida, mais prazerosa.
Para quem já correu algumas maratonas, que já teve o prazer de enfrentar e vencer os 42 km, em poucas palavras posso dizer que a Comrades é tudo em dobro, isto é, a necessidade de preparação, o sofrimento e a alegria no dia (e depois…). E acho que dá pra dizer que não deve existir nada parecido no mundo em termos de corrida.
Enfim, nenhuma outra ultramaratona tem 12 mil corredores, nenhuma outra tem milhares de pessoas ao longo do percurso apoiando, oferecendo carinho e coisas de comer e beber (além dos postos de abastecimento), provavelmente nenhuma outra seja tão dura, seja nos anos pares (em subida) como nos ímpares (em descida).
Saída na madrugada
A maioria dos brasileiros, e dos corredores em geral, saíu de Durban nos ônibus da organização, a partir da 3 da madrugada, para uma viagem de 1h30 até Pietermaritzburg. Eu e mais os assinantes Maria Eugênia Zahagoff, Zancopé, Regina e Agnaldo optamos por ir dormir já lá em cima, para ganhar algumas horas a mais de sono, o que obviamente não se concretizou como esperávamos, dada a ansiedade, mas deu para descansar.Aliás, no próximo ano a saída é mais tranqüila, às 5 horas, de Durban, que dispõe de uma ótima e ampla rede hoteleira.
Largada emocionante
Já imaginava uma largada emocionante, pois ninguém naquele momento tem absoluta certeza que irá terminar a prova. Antes, quando caminhava para a baia, junto com Maria Eugênia e mais uma multidão, começamos a ouvir um cantor puxa um refrão no som e milhares de corredores começam a cantar junto “Shosholoza”, uma canção popular, que fala algo como “temos que ir para a frente, pelas montanhas”. Foi de arrepiar! Depois o hino nacional, a tradicional “Carruagens de Fogo”, o cantar do galo e o tiro de largada.
Os primeiros quilômetros, ou melhor, as primeiras horas, passam muito rápidas, talvez pela prova começar à noite e pela multidão correndo. Como a saída é bem organizada em baias, os corredores vão caminhando para a linha de largada (eu, que estava na penúltima baia, demorei 5 minutos para passar no tapete do chip) e então começam a correr, mas numa boa, mesmo porque ao lado se tem corredores do mesmo nível técnico e atrás os mais lentos.
A corrida é tranqüila desde o começo, sem atropelos, pois todos têm consciência que se trata de uma prova de resistência. Quando se nota, descobre-se uma placa enorme com a marca de 70 km, ou seja, que já se correu 19 km e que só “falta” aquela distância.
Minhas “duas” corridas
Quando saí para os 89 km da Comrades não tinha uma estratégia rígida, apenas de correr numa boa o tempo todo, sem forçar. Meu maior longo tinha sido de 8 horas e estava relativamente confiante que terminaria entre 10h30 e 11 horas, se não acontecesse nenhum problema sério, como uma dor no joelho, na coluna ou as sempre temíveis câimbras.
E assim foi, correndo tranqüilo toda a primeira metade, sem caminhar, mesmo nas subidas, que fazia num trotinho lento, mas mesmo assim passando um monte de gente, porque quase todos (do meu nível) caminhavam nesses trechos. A metade da prova foi passada em 5h05, o que me deixou confiante para a segunda parte, ainda mais que sabia que nesta havia o predomínio de descidas.
Foi tudo bem até (acho) a placa dos 29 km (ou seja, a distância que faltava), quando as câimbras chegaram. Enfim, as pernas tinham todo o direito de reclamar daquele sobe e desce, mesmo que relativamente devagar, após 60 km. Então, naturalmente passei a caminhar para ver se elas iam embora, mas a caminhada só piorava as coisas e por isso decidi que procuraria manter a corrida, apenas mais lento ainda.
As placas de km, que no começo nem via e quando via ficava surpreso sobre como elas passavam rápido, agora demoravam uma eternidade. E não é força de expressão. Houve vezes que me animava achando que alguma tinha caído ou não colocada, daí a demora em aparecer, esperando então encontrar a, por exemplo, 24 km, mas quem aparecia era mesmo a de 25 km.
Estes últimos 29 km foram mesmo muito longos, ao contrário dos primeiros 60 km que passaram rápidos. Além do desgaste físico, eles acabaram também me trazendo um grande desgaste psicológico.
Sub 11 horas?
Aquela minha passagem pelo km 44,5 km (metade da Comrades) em 5h05 tinha me dado confiança que terminaria facilmente em menos de 11 horas, com direito então à medalha de bronze. Só que com o advento das câimbras e a redução do ritmo essa vantagem foi se diluindo.
Aí começaram a pipocar na minha cabeça dois pensamentos, especialmente nos últimos 10 km. Um dizia para seguir numa boa, andando até, e completar no tempo que fosse, já que não havia risco de ultrapassar o limite das 12 horas.
O outro pensamento falava: você já correu 80 km, se esforçou e agora não vai se empenhar para fazer estes últimos quilômetros de forma a terminar em menos de 11 horas?
E este pensamento tinha razão, já que tinha 1h05 para fazer os últimos 9 km, ou seja, quase 7 min / km. Mas o outro contra-argumentava que as medalhas eram praticamente iguais e que não valia a pena. Aí decidi que o melhor era continuar correndo sempre, até com medo que as câimbras viessem mais fortes se começasse a caminhar por muito tempo.
Mas para piorar, descobri que tinha desligado o cronômetro sem querer (coisas que acontecem depois de 80 km) e que então precisava fazer as contas pelo relógio mesmo. Como tínhamos largado às 5h30, precisaria terminar antes de 16h30, só que me lembrei que quando foi dada a largada o relógio da torre da prefeitura marcava um pouco menos, assim como o meu.
Dessa forma, na dúvida, achei melhor correr para chegar uns 2 ou 3 minutos antes das 16h30, o que significou um ritmo que não sei de onde consegui tirar para os 4 ou 5 km finais. Apenas quando cheguei ao lado do estádio ouvi no som que faltavam 7 minutos para a prova completar 11 horas e pude relaxar um pouco, fazendo os últimos metros bem tranqüilo, para fechar em 10h54. Mas as pernas me cobrariam depois, pelos dias seguintes, dores musculares como há muito tempo não me acontecia.
No ano que vem, em subida
Terminada a prova e recepcionado pela Cecília, que tinha acompanhado os ponteiros no carro de imprensa, fui encontrar os outros brasileiros na área reservada aos estrangeiros. Muita confraternização, mas o cansaço era grande e então fomos caminhando para o hotel (a pouco mais de 1 km).
No caminho falamos de nossas experiências naquele domingo tão especial e naturalmente surgiu a questão: 1ª e única Comrades? Ou voltamos no ano que vem?
Pelas dores, fiquei inicialmente com a primeira opção, mas depois, lembrando da maravilha que é a prova e até de que a corrida “em subida” deverá ser menos sofrida porque não há a batida das pernas nas fortes descidas (além de 2 km a menos no percurso), me peguei pensando lá estar novamente no dia 22 de junho, na largada em Durban às 5 da manhã. E para ganhar a medalha especial back-to-back, para quem faz duas Comrades seguidas e, dessa forma, me tornar um “conradeiro” completo.
boxes
Vale a pena?
Vale!!! Assim como a 1ª maratona ninguém esquece, a Comrades é inesquecível, pelo grande esforço que se faz para completá-la, pelas dores no dia (e nos seguintes) e principalmente pela sensação de vitória, de se ter conseguido correr 89 km de sobe e desce.
Mas como se consegue? Obviamente treinando bastante, mas depois, durante a prova, tudo fica mais “fácil”, pelas pessoas aplaudindo, gritando, pela massa de corredores que lhe acompanha, até a chegada. É incrível, mas se corre o tempo todo com muita gente ao lado.
Os “ônibus”
Imagine você estar a 10 km da chegada, super cansado, procurando força para completar e aí encosta em você um grupo de uns 50 corredores, cantando! Isso mesmo, cantando! Lógico que você se junta a eles e logo descobre que acabou de entrar num “ônibus”.
É assim que são chamados os puxadores de ritmo na Comrades. Alguns vão cantando ou usando expressões africanas típicas, que são repetidas pelos demais, inclusive pelos estrangeiros que “embarcam” no ônibus, sem entender nada, mas achando tudo maravilhoso.
No meu caso, peguei o ônibus da sub 11 horas, cujos líderes cantavam, caminhavam durante a passagem pelos postos de abastecimento e seguiam em frente. Mas soube de outros ônibus, em que os líderes paravam para alongamentos, recomendavam caminhada nas subidas mais fortes etc.
As famosas 5 subidas
A revista deu destaque para as 5 grandes subidas (e descidas) da Comrades, ou seja, Polly Shorts, Inchanga, Bothas Hill, Fields Hill e Cowie´s Hill. Elas existem, é verdade, mas não são nada do outro mundo, ou melhor, são um pouquinho piores do que as dezenas de outras pelo percurso.
A primeira delas (Polly Shorts) só fui descobrir que tinha passado alguns quilômetros depois, e mesmo a mais famosa, Inchanga, fiquei em dúvida se estava em cima dela.
Roupa pelo caminho
A largada nos anos ímpares acontece às 5h30 em Pietermaritzburg, sempre com baixa temperatura, pelo horário e por ser uma região montanhosa. Neste ano devia estar uns 10 graus e quase todos largam com algum agasalho na parte de cima. Depois, conforme vão passando os quilômetros, as pessoas vão se desfazendo de blusas, luvas e gorros.
E isto também já é uma tradição, fazendo com que muita gente fique pela estrada à espera desse descarte. Durante os 89 km, como são vários os trechos em sombra, cada um deixa para se livrar do agasalho quando acha que já é demais. Eu, por exemplo, só tirei a blusa de manga comprida depois de 4 horas de prova. Na chegada, em Durban, ao nível do mar, a temperatura ainda continuava agradável, qualquer coisa em torno de 25 graus.
Número diferente
Os relativamente poucos estrangeiros participantes acabam recebendo uma atenção especial da platéia. Únicos a usarem números azuis, com o nome em destaque (os demais também têm seus nomes impressos), toda hora somos lembrados pelas pessoas, perguntando de onde viemos (o nome do país aparece muito pequeno), se estamos bem, se queremos alguma coisa e uma expressão que emociona: Esperamos vê-lo aqui no ano que vem! Onde mais acontece algo parecido?
Também para os estrangeiros é oferecido um passeio pelo percurso na sexta-feira, com visita ao museu da prova, em Pietermaritzburg, a uma escola (no trajeto) para crianças deficientes que recebe ajuda da organização, além de uma parada no muro da fama onde os participantes que desejam podem encomendar a colocação de uma placa com seu nome, desde que termine a Comrades. É um passeio interessante, mas não imprescindível, em minha opinião.
Na realidade, não há muito o que visitar em Durban (lógico que pode-se fazer um safari a 3 horas de distância da cidade) e dessa forma chegar na quinta ou mesmo na sexta é uma opção mais econômica.
Celular e churrasco
Nas nossas corridas até que por vezes encontramos alguém com celular, mas lá na Comrades é relativamente comum. Os corredores recebem chamados e vão conversando, falando como estão e que horas devem passar em determinado ponto. Um participante de ascendência indiana falou durante vários minutos com alguém, sempre correndo, discutindo o que parecia ser um negócio; depois encontrei com ele novamente e ele continuava no telefone, não sei de desde aquele momento…
O que também chama a atenção na Comrades são as famílias pelo percurso, meio que acampadas (alguns dormem lá, em barracas, para esperar a corrida passar), com cadeiras, churrasqueiras etc. A impressão que dá é que são pessoas aguardando a passagem de amigos, familiares, vizinhos, colegas de trabalho. Como são uns 10 mil sul-africanos participantes, pode-se imaginar os milhares que se posicionam pelo percurso para recepcionar e animar os conhecidos. E essa postura significa ficar horas na espera, desde a passagem dos ponteiros até a chegada dos amigos; como exemplo, alguém que se posicione lá pelo km 70 da prova, significará que ele verá os primeiros colocados passarem às 10 h da manhã e seus conhecidos talvez só as 2 ou 3 h da tarde.
O abastecimento de cada um
A revista procurou saber o que alguns dos brasileiros iriam levar consigo durante a prova, ou seja, alimentos, suplementos e eventualmente medicamentos. O editor da CR decidiu nada levar (como já faz em maratonas), até para poder avaliar o abastecimento no percurso, e constatou que é possível fazer a prova apenas com o que é oferecido, ou seja, água, coca-cola, isotônico, banana, laranja, chocolate, batata salgada, biscoitos.
Marcos Hofig – 12 sachês de carboidrato, 20 comprimidos de BCAA e 4 analgésicos
Aurélio Zancopé – 8 sachês, 1 analgésico, 4 BCAA, 4 sachês de sal
Sérgio Quaresma – 12 sachês, 1 barra de cereal, 3 sachês de mel, e analgésicos
Maria Bernardino – 4 sachês
Ederaldo Telles – 5 sachês, 5 BCAA, 3 barras de fruta, 3 barras de cereais, amêndoas salgadas, 1 barra protéica, 3 analgésicos
André Arruda – 15 sachês, 4 BCAA, 4 tabletes de sal + potássio, 2 analgésicos
Tatiana Cremonini – 18 geis com BCAA, 3 pílulas de sal
José Vitorino – 12 sachês, 8 cápsulas de sal, 12 BCAA
Regina Gastaldo – rapadura em pedaços
Agnaldo Oliveira – 6 sachês, analgésico em spray
Tomaz Lourenço – nada
O abastecimento no percurso
São 50 postos de atendimento aos corredores no percurso, o que dá 1 a cada 1,8 km. Nos números informados pela organização aparecem:
1.100.000 sachês de água
390.000 sachês de isotônico
50.000 litros de Coca-Cola
400 caixas de banana
480 caixas de laranja
600 kg de batata
100 caixas de biscoito
Em 8 dos postos havia atendimento fisioterápico, com massagistas, ambulâncias em vários locais e até um helicóptero de plantão.
Banheiros químicos no percurso – 120.
Muito pouco para a quantidade de participantes e para a distância percorrida.
Muitas mulheres, poucos novatos
Dois dados impressionam na Comrades. O grande número de mulheres (18%), que aliás só foram autorizadas a participar em 1975, assim como os negros. E o pequeno contingente de estreantes, somente 16% este ano. Ou seja, as pessoas são fiéis à prova.
Neste ano, 483 corredores estavam correndo sua 10ª Comrades, em busca do “green number”, enquanto outros 1.665 já estavam com o número verde. 84 estavam fazendo sua 20ª Comrades e 179 já tinham superado esse número. 26 inscritos tinham feito mais de 30 provas, 3 mais de 40 e 1 estava na sua 43ª Comrades!
Também são poucos os estrangeiros. Este ano eram 446 (de um total de 11.927 inscritos), sendo 96 de países africanos e 350 de fora do continente.
A revista noticiou que os brasileiros eram o maior grupo estrangeiro presente, mas na verdade foram o segundo, com 50 participantes, contra 84 da Grã-Bretanha, ao se considerar ingleses, escoceses, galeses e irlandeses do norte.
Várias provas longas na África do Sul
A participação de 12 mil corredores na Comrades a cada ano é um fato logicamente impressionante, pela distância e pela altimetria do percurso. Como pode tanta gente se aventurar nesse desafio? A melhor resposta é que provas longas são relativamente comuns na África do Sul, daí milhares de corredores estarem acostumados a enfrentar grandes quilometragens.
Em um material de divulgação recebido no kit, aparece uma listagem de competições que são qualificatórias para a Comrades e também para a Two Oceans, corrida de 56 km muito popular na Cidade do Cabo. Apenas nessa lista especial, estão 24 maratonas, 4 de 100 km, 3 de 160 km, 2 de 80 km, 2 de 50 km e 2 de 52 km, mas muitas outras acontecem de distância similar ou de “apenas” 21 km.
Mais brancos que negros
Apesar da população sul-africana ser 70% negra, na Comrades eles são minoria; talvez não passem de 20 ou 25%. O que mais se vê são sul-africanos descendentes de holandeses e ingleses, mas também de indianos.
Uma característica curiosa é a participação de casais, correndo juntos. Na hora das subidas, eles dão as mãos e seguem em frente.
A nota triste deste ano foi a morte de dois corredores, fato que não acontecia há muito tempo. Um teve uma síncope bem próximo da chegada, sendo carregado até a linha final por outros corredores, onde teve atendimento médico, mas já sem sucesso. O outro foi levado para o hospital, onde acabou morrendo.
50 brasileiros. 43 completam
A delegação brasileira foi muito bem na Comrades. A absoluta maioria dos 50 integrantes era de estreantes (na véspera, Cadu Zahran conseguiu a façanha de se inscrever) e apenas 7 não conseguiram completar, ficando nos cortes do caminho..
Essas barreiras (5 no total) acabam tendo seu lado positivo por não se criar expectativa de chegada, para quem não estão em condições no dia. Informados de terem ultrapassado o tempo-limite para aquele ponto, os corredores são direcionados para vans, que os levam para a chegada.
Esse sistema funciona tão bem, que são pouquíssimos os que chegam até a linha final depois das 12 horas e consequentemente não recebem medalha. Dessa forma, o tão esperado encerramento da prova, com a platéia gritando em contagem regressiva os segundos faltantes para as 12 horas, não chega a ser uma cena desesperadora, porque poucos corredores completam perto do limite, ou melhor, os últimos se esforçam para não passarem por esse risco de serem desclassificados por 1 ou mais segundos.
A mesma situação de contagem regressiva acontece quando a prova vai completar 9 horas e 11 horas, em que os participantes vão em busca respectivamente das medalhas de prata/bronze e de bronze. Aí a concentração de corredores é bem maior, mas não há o desespero que eventualmente pode se ver nas 12 horas.
Vitória com recorde
Como tem acontecido nos últimos anos, atletas russos dominaram os pódios da 82ª edição da Comrades, com recorde no masculino. Leonid Shvetsov marcou 5:20:49, superando a marca que vinha desde 1986, 5:24:07, pertencente ao mais famoso participante da Comrades, o sul-africano Bruce Fordyce, 9 vezes campeão. Na Comrades em subida o recorde é do russo Vladmir Kotov, 5:25:07, em 2000.
Já no feminino venceu a russa Olesya Nurgalieva, em 6:10:10, seguida de sua irmã gemêa Elena (6:10:39). O recorde no sentido Maritzburg / Durban é 5:25:33, e 6:09:24 em subida.