20 de setembro de 2024

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Blog do Corredor André Savazoni 17 de setembro de 2012 (13) (132)

Como fazem falta realmente parques para treinarmos

Sábado fui à USP. A Cidade Universitária, ao lado do Ibirapuera (este mais nos dias de semana), é o ponto de treinamento dos paulistanos. Estava lotada. Raramente treino lá. Os percursos são realmente excelentes. Os dois treinões coletivos, do Desafio Pharmaton e da Adidas, foram muito legais. Deveriam ser repetidos o ano todo. Porém, o espaço segue dividido com carros e ônibus. Em duas rotatórias, tive de reduzir (e muito) para cruzar. Como fazem falta realmente parques para treinarmos.

Já comentei aqui no blog sobre o Central Park, em Nova York. A prioridade é dos corredores e ciclistas. Há horários em que veículos automotores não circulam em algumas ruas. Os longões são feitos sem qualquer preocupação extra. E, juntamente, crianças jogando beisebol, famílias passeando, mulheres batendo uma bolinha (lá, o futebol é delas)… Sensacional. A USP é legal? Claro. Mas não é dos corredores ou ciclistas. Somos estranhos no ninho lá. O Central Park é do povo. Ah, então, o Ibirapuera? Tá bom, vai lá fazer 27 km, 30 km e 32 km na sequência da preparação para a maratona. Haja cabeça! Sem falar na confusão que fica.

Outro dia, antes da Olimpíada de Londres, vi um especial no Sportv sobre os parques olímpicos. O abandono em Atenas, onde quase tudo foi perdido, contrastando com Sydney, onde os australianos deram um exemplo. Claro que muitas instalações foram desmontadas, mas o local que abrigou as competições tornou-se um parque para a população. A piscina dos recordes mundiais está aberta a quem quiser. Só ir lá e pagar 7 dólares para nadar… Mas o mais legal foi a ciclovia de 30 km, dividida com os corredores. Ou seja, longão para a maratona? Uma volta. Tudo arborizado, sensacional. Por que não temos algo nem parecido aqui? Será previsto isso para o Rio de Janeiro? Duvido.

Voltando aos treinões de sábado. Tomara que espalhem-se pelos país e que, ao mesmo tempo, sejam copiados em São Paulo. O do Desafio Pharmaton reuniu cerca de 300 corredores das assessorias participantes. O grupo percorreu o trajeto da Volta da USP, prova marcada para dia 21 de outubro. Além de tudo, um reconhecimento do percurso de luxo. Com direito a chip e café da manhã. Para ser 100% perfeito, só faltaram os marcadores de ritmo. Fica a sugestão para o próximo encontro.

O da Adidas, idem. Este, aberto a quem chegasse. O Felipe Formiga estava lá, conversando com os corredores, fazendo o teste de pisada. O percurso era de 6 km. O destaque? A possibilidade de testar produtos da marca. Algo totalmente diferente de você ir em uma loja, calçar o tênis e dar meia dúzia de passos, ou basear-se nos comentários de outros corredores. O amigo Alex Sant’Anna, por exemplo, pegou um tênis, o novo Adios, correu 6 km. Bateu um papo com a gente. Foi lá, escolheu outro modelo e mais 6 km. Passa a ter uma noção exata para fazer sua escolha. Nem que seja um tênis de outra marca. A jogada de marketing da Adidas foi bem feita. E muito. Fica a dica.

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13 Comments on “Como fazem falta realmente parques para treinarmos

  1. Valeu André! Na verdade, fiz 10k subindo a biologia com o Adios 2 e depois fiz a troca para o Tempo 5, para uma volta “curta” de 6k. Nunca tinha usado um Adidas, e gostei bastante da oportunidade de poder testar “de verdade” os dois num dia só. é Bem diferente de só calçar na loja. Ponto para eles. Abraço!

  2. Olha André, neste ponto aqui em Brasília somos privilegiados.
    Temos o Parque da Cidade que tem pista de corrida/caminhada com 3 caminhos alternativos, 4km, 6km e 10km.
    O Parque Olhos D’água com 2km com subidas e descidas
    Além do famoso Eixão, pista que liga a Asa Norte a Asa Sul de Brasília, com cerca de 15km, que fecha somente para o lazer todos os domingos e feriados das 06:00 às 18:00
    Será que seria impossível em SP por exemplo fazer algo assim?

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    Então, Sandro, difícil não é. Há até algumas alternativas, com pistas mais curtas. Essa de fechar o Eixão é legal demais mesmo, já vi. Percursos até mais curtos, de 3 km, é possível achar, mas o legal mesmo seria algo assim, de 15 km, 20 km, que ajudam muito. Como a Reserva Ecológica, que citei aqui no blog na semana passada, localizada em Buenos Aires, a 10 minutos a pé do Centro!

    Abraço
    André

  3. Eu gosto de fazer meus treinos longos na USP, Parque do Carmo e Parque Ecológico do Tietê, percursos de 10 km, asfalto e terra batida, boas subidas para treino. Algumas vezes vou ao Ibira, mas enjoa fácil.

  4. Andre , venha para o parque do carmo excelente para treinos todos os tipos de desafio , subidas ladeiras etc,..não esquecer que o horário é das 6.00 as 18.00 horas , um abraço

  5. Boa matéria. No Br é muito difícil treinar longas. Em Aju, só 2 parques decentes: Sementeira – volta de 1 milhas e Cidade 2,3Km. porém atento com a segurança. Mulher sozinha é sinal de abordagem. O resto é treinar na rua.

  6. De fato, nas grandes cidades brasileiras não existem parques com dimensões apropriadas para um treino longo, seja de corredores ou ciclistas. Fora isso, as chamadas cidades universitárias (campus), são tomadas por veículos, sem falar na distância, pelo menos em BH, já que a UFMG, fica na Pampulha, tendo que se cruzar a cidade para chegar lá. Pelas ruas, o desrespeito dos motoristas é comum, num trânsito que é caótico mesmo nos finais de semana. Para tudo usa-se o carro, afinal, é algo cultural, sinal de status social. O brasileiro, aliás, conta sua história de vida e ascensão pelos carros que teve, e não pelos lugares ou bairros onde morou. É curioso!

  7. Pois é. Aqui em Floripa o que tem é a Beira Mar. Serve pra quebrar o galho, mas quando tem vento fica quase impossível fazer um treino de ritmo por ali.

  8. Parque do Carmo

  9. Realmente, André.
    Eu sempre comento isso com o pessoal de Campinas, como somos carentes de estrutura básica.
    Vc costuma fazer treino longo em Jundiaí?
    Brasília é demais mesmo, o eixão é tudo de bom, e os parques são ótimos.

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    Então, Felipe, em Jundiaí, fazemos os longos pelas ruas e também em um condomínio, a Malota, onde é possível o acesso. Não é grande, temos de sair dele, para esticar, porém, quase não tem carros, vários corredores e acaba sendo muito legal. Porém, nada de plano, com elevações sempre.
    Abraço
    André

  10. Apesar da corrida ser uma das modalidades esportivas que mais cresce no Brasil, nós corredores, ainda somos muito Negligenciados, apesar da força que poderíamos exercer enquanto grupo.

  11. Lagoa da Pampulha!!! 18 km sem interrupção! Plano! Sou um privilegiado!

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    Com certeza, Leo. Ajuda e muito para vocês. É disso que falo, temos alguns parques, mas normalmente com percursos curtos, de 2,5 km ou 3 km, por exemplo. Fazer 32 km nesses casos é um sofrimento…

    Abraço
    André

  12. Curitiba agora tem o Parque Barigui com um circuito de 5.350m. E dá para esticar um pouco (mas incluindo subidas e pistas com asfalto ruim).

  13. Tudo eh questao de percepcao e cabeca. Ja corri 28km num trecho na base aerea em guarulhos onde a volta tinha 1.5km…e quanto a espaco…se o pq ecologico do tiete e o do carmo tivesse metade do dinheiro q a prefeitura gasta no ibirapuera seriam imbativeis…mais a galera da zona sul tem preconceito e nao frequenta e a prefeitura e empresas nao investem…triste realidade…investimento so em propaganda…pra mim os dois estao abandonados…

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