A primeira preocupação deve ser quanto à desidratação. Corredores que transpiram abundantemente podem sofrer com maior cansaço, queda da pressão, elevação dos batimentos cardíacos, irritabilidade, secura da boca e olhos. A desidratação pode ser cumulativa ao longo de dias, o que significa que é possível se desidratar mesmo quando não se está treinando. Por isto, não negligencie sua sede e aumente o consumo de água comum, de coco, sucos e chás, neste período.
Em corridas longas o risco de hiponatremia é maior. A perda de sódio pelo suor leva a uma queda deste mineral no sangue. O sódio é importante para a manutenção da pressão sanguínea, garantindo a chegada de sangue, oxigênio e nutrientes aos músculos, cérebro e coração. Por isto, a reposição de sódio é importante durante e após as corridas. Enquanto estiver correndo você pode consumir bebidas esportivas (isotônicos) ou tabletes mastigáveis contendo eletrólitos. Uma marca popular entre corredores é a Saltstick por ser fácil de carregar no bolso do short e por poder ser consumida sem água no mesmo momento.
Após a corrida a importância da hidratação se mantém e com o calor muitos corredores dizem que uma cerveja após o treino está entres os grandes prazeres da vida. Mas essa combinação é mesmo uma boa ideia? O consumo de cerveja pode ter efeitos negativos na recuperação, quando em excesso. Porém, em moderação, pode sim contribuir para a hidratação. Também é fonte de vitaminas do complexo B, de cromo e de flavonóides. Ninguém nega a existência de formas mais eficientes para a hidratação de um corredor. Contudo, nem todo mundo quer beber algo doce, como bebidas esportivas, sucos ou vitaminas após correr.
Então o que fazer para que a cerveja hidrate melhor? Ela poderia ter menos álcool, mais água e sódio. Mas você aceitaria diluir sua bebida e acrescentar a ela um pouco de sal? Aposto que não. A alternativa é tomar sua cerveja junto a algum alimento salgado (como pão, macarrão, amendoim, arroz com feijão). E nos demais horários do dia beba bastante água.
INTOXICAÇÃO. Outro problema comum no verão é a intoxicação alimentar, acompanhada de sintomas como náuseas, vômitos, febre, diarreia ou desidratação. As altas temperaturas podem dificultar a conservação adequada de alimentos proteicos, como carnes, laticínios e ovos. Evite comida de rua e, em casa, higienize bem frutas e verduras, cozinhe bem as carnes e tome apenas água filtrada. Lave suas mãos com regularidade, especialmente antes de refeições e após usar o banheiro. Depois de comer, guarde o que sobrou na geladeira. Deixar alimentos prontos fora da geladeira propicia o aumento da multiplicação bacteriana e com isso, a produção de toxinas.
Na maior parte dos casos, os sintomas da intoxicação alimentar são suaves e desaparecem após alguns dias. O tratamento consiste na reidratação com sucos, água, também de coco e soros de reidratação oral que ajudam a repor os líquidos perdidos pelo vômito, suor ou diarreia. Deve-se dar preferência ao consumo de comidas leves.
No caso de diarreia, recomenda-se o consumo de alimentos constipantes, como arroz branco, pão branco, legumes cozidos (cenoura, batata inglesa), frango ou canja de galinha, goiaba e biscoitos de polvilho. Evite alimentos gordurosos e apimentados, e suplemente, se possível com orientação de um nutricionista ou médico, probióticos que farão a reposição da flora intestinal. Na presença de fezes com sangue, persistência dos vômitos ou febre, é indicado procurar um serviço de saúde para avaliação.
A conjuntivite também é mais comum no verão. A inflamação da conjuntiva mais comum é a bacteriana, pela propagação de microorganismo na água. Assim, a contaminação pode acontecer durante o mergulho na piscina ou no mar. Mas também pode ser transmitida de pessoa a pessoa. Por isto, evite compartilhar toalhas, colírios e óculos. Evite também apertar a mão de outras pessoas e coçar os olhos. No caso da conjuntivite bacteriana, existe a indicação de uso de colírios com antibióticos, que são prescritos por médicos. A lavagem dos olhos e compressas com água gelada ou soro fisiológico são terapias suplementares indicadas.
RESFRIADOS. Por fim, apesar das altas temperaturas, o resfriado também é comum no verão. Isto ocorre pois o sistema imunológico pode se fragilizar tanto quando o tempo está muito quente quanto na situação oposta. O treino excessivo também pode comprometer a imunidade. Para manter a saúde, é importante que a alimentação seja rica em vitaminas, minerais e fitoquímicos protetores presentes nas plantas. Aumente então o consumo de frutas, verduras e temperos naturais.
Caso esteja se sentindo mal, consulte-se com um nutricionista para melhorar a dieta. Aproveite para verificar se há deficiência de nutrientes, especialmente zinco, vitamina D, ferro, folato e vitamina B12. No caso de baixo consumo destes nutrientes ou de carência nutricional, recomenda-se a suplementação imediata.
Outra forma de melhorar a imunidade de corredores é fazer o uso de probióticos (bactérias boas presentes no trato digestivo) com frequência. Existem no mercado iogurtes e leites fermentados com probióticos. Para quem não gosta ou não se sente bem consumindo laticínios, o ideal é fazer a suplementação pelo menos uma vez ao ano. Os probióticos podem ser manipulados ou então podem ser comprados prontos em casas especializadas.