Os 300 m não são uma distância olímpica, mas o resultado do sul-africano Wayde van Neikerk na prova, disputada ontem, no Meeting da IAAF de Ostrava, na República Checa, é marcante. Ao vencer em 30.81, ele não apenas bateu o recorde mundial de 17 anos do norte-americano Michael Johnson (30.85), que durava desde 2000, como superou o recorde da competição, do jamaicano Usain Bolt (30.97).
O que chamou a atenção também foi o desempenho dele na raia 5 em Ostrava, correndo como um legítimo velocista dos 200 m e não dos 400 m, a “então” especialidade. Será que o sucessor de Bolt nos 200 m vem da África do Sul? “Ele mostrou que ele está pronto. Definitivamente está no bom caminho”, responde o próprio Usain Bolt, que competiu nos 100 m em Ostrava.
Claro que o sul-africano já é um dos grandes nomes do atletismo. Aos 24 anos, detém os títulos olímpico e mundial dos 400 m, mas mantém os pés no chão. Diz estar apenas começando. “Estamos fazendo tudo passo a passo. Agora, posso dizer que tenho oficialmente os recordes dos 400 m e dos 300 m. São meus. Algo que posso me orgulhar. Mas tenho muito mais a fazer na minha carreira. Muito mais a conseguir”, diz o velocista.
E os números estão a favor de Wayde van Neikerk. Ele é o primeiro homem da história a ter sub 10 nos 100 m (9.94), sub 20 nos 200 m (19.84), sub 31 no 300 m e sub 44 nos 400 m (incríveis 43.03).
No dia 6 de julho, o sul-africano estará competindo na etapa de Lausane (Suíça) da Liga Diamante. Mas não esconde que a meta é repetir Michael Johnson com o ouro duplo nos 200 m e 400 m no Mundial de Londres, em agosto (o norte-americano obteve as conquistas por duas vezes, nos Mundiais de 1995 e 1997). Alguém duvida?