
O Rio de Janeiro viveu no domingo (22/06) o encerramento da maior edição da história da Maratona do Rio. Com largada às 5h no Aterro do Flamengo e temperatura amena, os 42 km fecharam com chave de ouro os cinco dias (de 18 a 22/06) de celebração da corrida de rua na cidade. A maratona teve 13.132 concluintes, um recorde absoluto para o evento, com 9.353 homens e 3.779 mulheres cruzando a linha de chegada.

Em comparação com 2024, quando foram registrados 9.812 concluintes na distância, o aumento foi de expressivos 33,8%, reforçando a consolidação da prova como a maior da América do Sul e uma das maiores da América Latina, com mais de 54 mil completando as quatro distâncias.


Vitória africana
Na elite masculina, Joshua Kipkemboi Kogo venceu a prova com 2h14min18s, seguido pelo compatriota e recordista do percurso, Josphat Kiprotich, com 2h15min14s. O brasileiro Justino Pedro da Silva, bicampeão em 2021 e 2022, garantiu o terceiro lugar com 2h19min35s, seguido por Ederson Vilela Pereira (2h21min38s) e Givaldo Sena (2h23min22s).


No feminino, a etíope Zinash Debebe Getachew foi a campeã com 2h34min58s. Amanda Aparecida de Oliveira, novamente a brasileira mais bem colocada, terminou em segundo com 2h39min18s, à frente da queniana Naum Jepchirchir (2h39min45s). O top 5 feminino teve ainda a queniana Rael Boiyo (2h43min11s) e a brasileira Rejane Bispo (2h45min37s).
Cinco dias de evento, quatro corridas, festa e desafios de estrutura
Somando todas as distâncias, o evento teve 54.528 concluintes oficiais nas quatro dias de prova, número que confirma o impacto esportivo e turístico da Maratona do Rio. Foram 27.047 mulheres (49,6%) e 27.481 homens.
- 5 km (quinta): 7.618 concluintes
- 10 km (sexta): 10.078 concluintes
- 21 km (sábado): 23.700 concluintes
- 42 km (domingo): 13.132 concluintes
| Distância | Concluintes | Homens | Mulheres |
|---|---|---|---|
| 5 km | 7.618 | 3.141 | 4.477 |
| 10 km | 10.078 | 4.054 | 6.024 |
| 21 km | 23.700 | 10.933 | 12.767 |
| 42 km | 13.132 | 9.353 | 3.779 |
| Total Geral | 54.528 | 27.481 | 27.047 |
Projeção internacional e impacto econômico
Além dos números impressionantes de corredores, o evento movimentou a economia carioca em pleno feriado de Corpus Christi, com 85% dos participantes vindos de fora da capital e um impacto econômico direto e indireto que deve superar os R$ 350 milhões, gerando milhares de empregos temporários e consolidando o Rio como um dos principais destinos do turismo esportivo mundial.
Em 2025, a prova foi reconhecida como a 11ª maratona mais forte do mundo pelo estudo “Marathons 50 2025”, realizado pela consultoria britânica Brand Finance, superando eventos icônicos como as Maratonas de Tóquio e Chicago e sendo a única brasileira entre as 15 mais bem colocadas — um reconhecimento atribuído à sua localização privilegiada, à conexão com a comunidade e à experiência envolvente que oferece aos corredores.
Crescimento exige ajustes para as próximas edições
Mas nem só de festa e performance foi feita a edição 2025. O crescimento evidenciou pontos críticos na operação do evento.
Já na entrega de kits, filas longas se formaram, mesmo com horários previamente agendados.
Nos 5 km, a falta de pódio – e troféu – para os campeões gerou frustração entre os atletas de elite.
Outro problema que marcou a semana foi a falta de água na meia-maratona, dia de mais calor. Muitos corredores relataram que os staffs de hidratação não conseguiam repor a tempo os copos nas mesas de abastecimento, principalmente entre o km 8 e o km 15.
A sinalização insuficiente também foi motivo de reclamação. Corredores relataram dúvidas na identificação de áreas de largada, chegada e arena.
Na largada da meia-maratona, por exemplo, o formato em ondas espaçadas acabou gerando saídas muito tardias, o que expôs corredores mais lentos ao forte calor da manhã carioca, já que a prova se estendeu por mais tempo.
Apesar de algumas falhas de operação, o saldo é extremamente positivo em termos de participação, engajamento de atletas e impacto para a cidade. A festa à beira-mar, com shows gratuitos, ativações culturais e o clima vibrante nas ruas, segue como um grande atrativo.
Para as próximas edições, fica o desafio: a Maratona do Rio cresceu e se tornou uma potência. Agora, precisa ajustar a operação logística, a estrutura de atendimento ao participante e os detalhes técnicos para que o tamanho do evento não comprometa a experiência de quem faz tudo isso acontecer: o corredor.
Resultados 42 km – Top 5
Feminino
- Zinash Debebe Getachew (ETH) – 2h34min58s
- Amanda Aparecida de Oliveira (BRA) – 2h39min18s
- Naum Jepchirchir (KEN) – 2h39min45s
- Rael Cherop Boiyo (KEN) – 2h43min11s
- Rejane da Silva (BRA) – 2h45min37s
Masculino
- Joshua Kipkemboi Kogo (KEN) – 2h14min18s
- Josphat Kiprotich (KEN) – 2h15min14s
- Justino Pedro da Silva (BRA) – 2h19min35s
- Ederson Vilela Pereira (BRA) – 2h21min38s
- Givaldo Sena (BRA) – 2h23min22s
Veja também:
– Maratona do Rio 2025 – 5 km e 10 km: festa, superação e desafios logísticos nos primeiros dois dias
– Vitória africana, recorde histórico e 23.700 concluintes nos 21 km da Maratona do Rio 2025



