A pernambucana Érica Sena (Pinheiros) e o brasiliense Caio Bonfim (CASO-DF), as grandes estrelas da modalidade, venceram na manhã deste domingo (dia 16) as provas dos 20 km da 31ª Copa Brasil Caixa de Marcha Atlética, realizada em um circuito de 1 km, na Avenida dos Reitores, em frente à Concha Acústica da Universidade Federal de Pernambuco, no Recife.
As provas começaram às 6h20, com 27 graus, e a temperatura aumentou até os 31 graus, com períodos de garoa e de sol firme.
Érica, que não participava da competição havia nove anos, voltou em grande estilo. Venceu com o tempo de 1:37:06 e teve apoio de muitos familiares. “Estava numa grande expectativa. É extraordinário marchar em casa e eu não tinha tido essa experiência. Foi bom competir com o apoio de meus familiares, amigos e ex-companheiros de marcha no Recife.”
A marchadora, quarta colocada no Mundial de Doha, no Catar, viaja logo após a competição para Cuenca, no Equador, onde mora com o marido e treinador Andrés Chocho. “Vou ver como volto aos treinos e decidir se vou ao Sul-Americano do Peru. Temos este ano, além dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, o Mundial de Minsk, na Bielorrússia. São os dois grandes objetivos da temporada”, afirmou Erica.
Já Caio Bonfim conquistou o título da competição pela nona vez consecutiva, com 1:25:46. O marchador teve o apoio do pai João Sena e da mãe Gianetti Bonfim, além da mulher Juliana, do filho Miguel e dos companheiros de equipe. “Marchar no Brasil no verão e ainda mais no litoral é muito difícil. Quando o sol sai, esquenta e quando encobre abafa, mas gostei de meu resultado aqui”, disse o atleta de 28 anos, depois de comemorar a vitória com a mãe e o filho.
“Agora temos em casa 17 títulos de Copa Brasil, os nove meus e os oito da minha mãe”, lembrou Caio, que marcha desde criança por influência da mãe atleta e do pai treinador.
Qualificado, assim como Erica para o Mundial de Minsk e para os Jogos de Tóquio-2020, ele não sabe qual será sua próxima competição. Caio garantiu vaga para o Sul-Americano de Lima, no início de março, mas gostaria de participar do Campeonato Asiático, dia 15 de março, no Japão. “Vamos ver se aceitam a minha inscrição no Asiático e, só depois, vamos decidir”, completou o ganhador da medalha de bronze no Mundial de Londres-2017.
Nas provas dos 35 km, disputadas no lugar dos 50 km, uma surpresa no masculino e uma favorita ratificou a sua condição no feminino. Max Batista dos Santos (CASO-DF) venceu a prova, com 2:54:45. Foi a primeira vez que disputou uma competição acima dos 20 km. “Em conversa com os meus treinadores, decidi depois do Troféu Brasil do ano passado arriscar em provas mais longas. Agora vejo que é possível. Vou treinar ainda mais para o Sul-Americano”, disse Max, após ter chorado abraçado a Caio Bonfim, seu ídolo e companheiro de treinamento em Sobradinho (DF).
No feminino, Viviane Santana Lyra (AEFV-RJ) confirmou o favoritismo ao ganhar os 35 km com 3:12:13. Qualificada para os 20 km e os 50 km do Mundial da Bielorrússia, ela disputará os 50 km do Sul-Americano de Lima e já decidiu por essa prova para o Mundial. “Foi uma prova boa em que consegui marchar bem”, disse a atleta carioca, que não estranhou muito o calor de mais de 30 graus nos últimos 10 km.
Viviane treina na Comissão de Desportes da Aeronáutica (CDA), no Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro. “Lá também é quente e conto com uma boa estrutura”, concluiu a marchadora, que optou pelas provas mais longas há dois anos.
Nos 10 km sub-20 masculino, Kauan da Silva Domingues (Memorial-SP) ficou surpreso com a vitória. Ele voltou aos treinos há 17 dias, depois de dois meses parado por lesão. “O objetivo é para brigar para ficar entre os três primeiros colocados e fui além”, disse o atleta de 18 anos, que passou os últimos 17 dias treinando com Luís Paulo Porto, marido e técnico de Viviane Lyra, na CDA. “Vou voltar para lá para aproveitar a boa estrutura de preparação.”
FOTO: Wagner Carmo/CBAt