Ao saber da realização da 2ª São Silvestre de Buenos Aires, também no último dia do ano, fiquei interessado em participar e avaliar mais uma opção de corrida para os leitores da CR. A vontade surgiu assim que pesquisei na internet e fiquei impressionado com o convidativo vídeo exibido no site da prova.
Também contou na decisão a boa organização da meia e da maratona da capital portenha, que tem atraído os brasileiros, com 1.800 lá fazendo os 21 km em setembro, e 644 concluindo os 42 km, em outubro, a maior participação de corredores do país no exterior no ano passado, ajudando a transformar a Maratona de Buenos Aires na maior da América do Sul.
No dia 30 fui retirar o kit numa barraca instalada no parque principal da cidade; não me identifiquei como jornalista, peguei a fila, apresentei o comprovante e não acharam a minha inscrição. Uma falha logo de cara, mas rapidamente deram uma solução, me perguntando que tempo eu tinha nos 10 km. Em seguida recebi o kit, que continha uma camiseta, número, chip, bandana, munhequeira, porta chaves com zíper, toalhinha, uma latinha de vaselina e a pulseira que definia minha baia na largada, em função do ritmo que informei ser capaz. Ou seja, preocupação com uma largada organizada.
LARGADA QUENTE. A saída, às 16 horas, não é nada favorável e o calor estava bem forte, com sol queimando os corredores. Para compensar, havia farta distribuição de água mineral em copo ou garrafinha. Após um breve show, foi dada a largada.
A São Silvestre portenha tem um percurso fácil e simples, o que faz dessa competição uma prova muito rápida, além de bonita, ao passar por importantes pontos turísticos da cidade. Hidratação a cada 2 km, sendo dois de repositor energético; após a chegada voluntários retiram os chips e colocam a medalha no pescoço de cada atleta sem aglomerar, com perfeita dispersão.
Também rápida foi a distribuição de prêmios, três troféus por categoria. Lógico que é uma corrida bem menor. Aproximadamente quatro mil corredores largaram às 16 horas na principal avenida do país, um destaque para os diferenciais proporcionados pela organização como o show musical e a abertura de uma bandeira gigante estendida acima dos corredores enquanto se executava o Hino Nacional argentino diante do marco principal da cidade.
Os campeões foram os argentinos Luis Molina, em 24:26, e Michelle Vidal, em 29:45. A premiação em dinheiro é baixa, com direito a um par de tênis da marca que patrocinava o evento, enquanto nas faixas etárias apenas troféus para os 3 primeiros de cada categoria.
BRASILEIROS. A São Silvestre argentina contou com mais de uma centena de corredores de 19 países, sendo a maioria turistas de passagem pela Argentina. Desses estrangeiros, 29 eram brasileiros, entre eles o mato-grossense Alex Ingold, estudante de medicina e iniciante nas corridas. "Essa é a minha segunda corrida; estou em excursão para Ushuaia e quando soube que aqui também tinha São Silvestre consegui modificar a agenda e passar uns dias em Buenos Aires para poder participar. Uma corrida sem defeitos, gostei!" .
De São Paulo, a psicóloga Mariana Farinas e o engenheiro Alfredo Azcuaga (foto), foram um dos casais de brasileiros que não perderam a oportunidade de correr essa São Silvestre. "Treinamos de quatro a cinco vezes por semana e queríamos correr aqui", observou Mariana. "Quando posso acompanho ela nas corridas, e com esse calor resolvemos correr juntos", disse Alfredo.
Dois brasileiros, da categoria deficiente visual, subiram ao pódio: Rita Praxedes Pereira, de Brasília, e Francisco de Lima Souza, de Goiânia. Vicent Sobrinho concluiu na 150ª posição, com o tempo de 33:07, ritmo de 4:08/km, 5º estrangeiro e 1º brasileiro.