20 de setembro de 2024

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Sem categoria admin 4 de outubro de 2010 (0) (128)

Brasileiros de ouro, prata e bronze

O Atletismo é um dos esportes com mais medalhas ganhas em Jogos Olímpicos, com 13 pódios (3 de ouro, 3 de prata e 7 de bronze). O iatismo tem 14 medalhas, mas um dos expoentes destes esportes, Lars Grael, garante que "nada se compara a um pódio atlético". Sete atletas do país ganharam medalhas em provas individuais: Adhemar Ferreira da Silva, Joaquim Cruz, Nelson Prudêncio, João Carlos de Oliveira, Robson Caetano da Silva, José Telles da Conceição e Vanderlei Cordeiro de Lima.

Adhemar Ferreira da Silva. O maior atleta olímpico da história do Brasil é Adhemar Ferreira da Silva. Ele começou em meados dos anos 40 no São Paulo FC e na década de 50 competiu também pelo Vasco da Gama. Cinco vezes ele estabeleceu o recorde mundial do salto triplo: 16,00 (1905), 16,01 (1951), 16,12 e 16,22 (1952) e 16,56 (1955).

Os recordes de 16,12 e 16,22 Adhemar alcançou em plena disputa dos Jogos de Helsinque em 1952. Ovacionado, deu a volta completa na pista do Estádio, inventou a "Volta Olímpica" e trouxe da Finlândia a primeira medalha de ouro do atletismo nacional. Quatro anos depois, em Melbourne, voltou a subir no ponto mais alto do pódio. Marcou 16,35, recorde olímpico.

Adhemar, que em toda a carreira treinou com Dietrich Gerner, foi também tricampeão pan-americano: Buenos Aires (1951), Cidade do México (1955) e Chicago (1959). Foi eleito um dos cinco melhores triplistas da história, no Jubileu de Diamantes da IAAF em 1987. A marca de 16,56 permaneceu como recorde brasileiro até 1968, quando Nelson Prudêncio saltou 17,27 na cidade do México. Adhemar morreu em São Paulo, aos 73 anos, em 2001.

Joaquim Cruz. Um meio-fundista voltou a levar o Brasil à medalha de ouro olímpica nos 800 m. Foi em Los Angeles, em 1984, quando o "menino de Brasília", de apenas 21 anos, superou atletas legendários, inclusive o recordista mundial da prova, o britânico Sebastian Coe. Joaquim manteve a prova sob controle o tempo todo e foi à frente no momento combinado com o treinador Luiz Alberto de Oliveira. No final, Joaquim marcou 1:43.00, recorde olímpico.

Joaquim esteve perto de conquistar o bicampeonato olímpico em Seul, quatro anos depois. Ele liderou a prova, a partir dos 600 m e até a metade da reta final. Neste momento, a menos de 50 m da linha de chegada, foi ultrapassado pelo queniano Paul Ereng. Joaquim, que fez a prova em 1:45.90, 45 centésimos atrás de Ereng, deixou em 3º lugar o marroquino Said Aouita. Favorito nos 1.500 m e nos 5.000 m, Aouita preferiu correr os 800 m, marcou 1:44.06 e ficou com a medalha de bronze.

Joaquim Cruz vive há 25 anos nos Estados Unidos. Atualmente, ele mora na cidade de San Diego, na Califórnia.

Nelson Prudêncio. Das 13 medalhas do atletismo nacional em Jogos Olímpicos, 11 foram ganhas em provas individuais. Destas, a maioria absoluta (6) veio do triplo. Três atletas foram os autores das conquistas: Adhemar Ferreira da Silva (2 de ouro), Nelson Prudêncio (1 de prata e 1 de bronze) e João Carlos de Oliveira (2 de bronze).

Prudêncio ganhou prata na cidade do México em 1968. Então com 24 anos de idade e apenas há quatro treinando, ele chegou a bater o recorde mundial da prova na final, ao saltar 17,27. O recorde seria depois ultrapassado pelo soviético Viktor Saneyev. Mas o garoto de Lins, que cresceu em Jundiaí, e que treinava com Clovis Nascimento, já estava na história. Mas ele faria mais, voltaria ao pódio em 1972, quando ganhou bronze com 17,05.

Desde 1969, ele é professor de atletismo na Universidade Federal de São Carlos (SP). Em 2007, sua tese de doutorado sobre treinamento de salto triplo foi aprovada na Universidade de Campinas (Unicamp).

João Carlos de Oliveira. O sargento do Exército João Carlos de Oliveira nasceu em Pindamonhanga, na região paulista do Vale do Paraíba. Em 1975, João Carlos foi aos Jogos do México, e em 15 de outubro saltou espetaculares 17,89. Logo, ganhou
o apelido de "João do Pulo". Na história do PAN, aliás, João ganhou 4 títulos em 1975 e em Porto Rico, em 1979. Nas duas edições da competição, ele foi campeão do triplo e do salto em distância.

Nos Jogos Olímpicos, João ganhou bronze em Montreal em 1976 e nos seguintes, em Moscou. Ele ganhou também o triplo nas três primeiras edições da Copa do Mundo de Atletismo: Em Düsseldorf, em 1977, em Montreal, em 1979, em Roma, em 1979. Seu recorde mundial vigorou até 1995, quando o norte-americano Willie Banks saltou 17,97 em Indianápolis. A esta altura, o brasileiro já estava afastado das pistas desde 1981, quando sofreu um acidente automobilístico, que levaria à amputação de sua perna direita no ano seguinte. João foi deputado estadual por dois mandatos, até 1994, e morreu em São Paulo em 1999, aos 45 anos.

Robson Caetano. O carioca Robson Caetano da Silva nasceu em 1964 e foi a grande revelação do Pentatlo Nacional, programa patrocinado pela Coca-Cola, em 1980. Depois de começar treinando o salto em distância, definiu-se pelas provas de velocidade. Foi recordista sul-americano dos 200 m (19.96) e dos 400 m (45.06). Ainda hoje é recordista dos 100 m, com 10.00, obtido no campeonato Ibero-Americano da Cidade do México em 1988.

Ganhou bronze nos 200 m nos Jogos Olímpicos de Seul e oito anos depois fez parte da equipe brasileira que conquistou o 3º lugar no 4×100 m nos Jogos de Atlanta, em 1996. Robson ganhou ouro nos 100 m e nos 200 m no PAN de Havana, em 1991, e foi campeão dos 200 m no IAAF Grand Prix de 1989. Assim como João Carlos de Oliveira, Robson ganhou o tri na Copa do Mundo: em Camberra, em 1985, em Barcelona, em 1989, e em Havana, em 1992. Atualmente Robson mora no Rio de Janeiro e trabalha como comentarista esportivo na Sportv.

José Telles da Conceição. Nos anos 50, apenas um atleta chegava perto da fama de Adhemar Ferreira da Silva: José Telles de Souza, que competia no Rio de Janeiro. Eclético, José Telles conseguia bons resultados nos 100 m e 200 m, nos 100 m com barreiras, no salto em distância e no salto em altura. E foi no salto em altura, em 17 de julho de 1952, em Helsinque, que ele deu ao Brasil, a primeira medalha – de bronze – no torneio olímpico de atletismo. Três dias depois, Adhemar ganharia ouro no salto triplo.

José Telles ainda foi finalista em Melbourne, nos Jogos Olímpicos de 1956, quando ficou em 6º lugar nos 200 m. Um ano antes, no PAN, na cidade do México, ele foi duas vezes ao pódio, com a medalha de bronze no salto em altura e nos 200 m. Atleta que levou a tocha no Estádio do Pacaembu, na abertura do PAN de 1963, em São Paulo, José Telles da Conceição morreu no Rio de Janeiro, em 1974, aos 47 anos.

Vanderlei Cordeiro de Lima. Na história dos Jogos Modernos, um dos grandes heróis é o brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima. A saga do atleta paranaense começou no km 37 da maratona, última prova dos Jogos de Atenas, em 2004. Até então, ele liderava tranquilamente a prova, com reais chances de confirmar a vitória e ganhar o ouro olímpico. Porém, naquela altura, foi empurrado por um cidadão irlandês, que levava nas costas um cartaz com uma mensagem confusa de teor religioso.

Vanderlei voltou à prova, foi superado pelo italiano Stefano Baldini, que ganhou o ouro, e pelo norte-americano de origem eritréia Meb Kaflezighi, que ficou com a prata. Imediatamente, o brasileiro se tornou celebridade mundial e pouco pode competir depois. Mas já garantiu um lugar na história como o grande nome brasileiro na maratona. Antes, ele conquistara o bicampeonato pan-americano, em Winnipeg em 1999 e em Santo Domingo, em 2003.

Revezamento 4×100 m. Depois de participar da final do 4×100 m nos Jogos de Moscou em 1980 e de Los Angeles em 1984, o Brasil chegou finalmente ao pódio em Atlanta, em 1996. Com os veteranos Arnaldo de Oliveira e Robson Caetano, o quarteto foi completado por dois velocistas mais jovens: André Domingos da Silva e Edson Luciano Ribeiro. Claudinei Quirino, estreante nos Jogos e nome praticamente certo na equipe, contundido, acabou fora. O Brasil fez a final em 38.41, recorde sul-americano.

Em Sydney, nos Jogos do ano 2000, o 4×100 m nacional obteve a conquista mais significativa de toda a delegação do Brasil, ao terminar em 2º lugar, com 37.90. Claudinei Quirino foi o 4º homem e teve presença fundamental na final. Ele pegou o bastão em 3º lugar, conseguiu superar o representante de Cuba e se aproximou bastante do representante dos Estados Unidos, que teve a equipe campeã. Também foi boa a participação de Vicente Lenilson, que largou muito bem, passou a Edson Luciano, que entregou a André Domingos, 3º da equipe.

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