Brasil leva três atletas ao pódio na SS: Núbia de Oliveira, Tatiane Raquel e Johnatas Cruz


A 99ª edição da Corrida Internacional de São Silvestre trouxe uma alegria especial para os brasileiros. Após ficarem fora do pódio em 2023, os atletas do país retornaram às primeiras posições, em uma prova marcada pelo domínio queniano, com as vitórias de Agnes Keino e Wilson Too.  

Núbia de Oliveira: melhor brasileira com o 3º Lugar

No feminino, Núbia de Oliveira conquistou a terceira colocação. A baiana de apenas 22 anos mostrou força e resiliência ao buscar uma melhor posição no momento decisivo da prova, na subida da Avenida Brigadeiro Luís Antônio.


“O tempo todo eu estava visualizando a estrangeira na minha frente. Ela estava a uns 100 metros de distância. No começo da subida da Brigadeiro, vi que ela estava ficando um pouco para trás e percebi que naquele momento seria possível chegar nela. Quando cheguei, logo avistei a entrada para a Avenida Paulista e aquilo me deu uma força muito grande para finalizar a prova”,  conta a atleta, que diz ainda que o incentivo do público ajudou bastante naquele momento.  

Apesar da pouca idade, essa foi sua terceira participação na São Silvestre. Em 2021 ela foi 10ª colocada e em 2022 a 9ª.

Depois de vencer praticamente tudo o que disputou na temporada, a atleta finalizou 2024 com um contrato com a Asics, que nesta edição também foi a marca patrocinadora da prova.  Ela aproveitou a coletiva pós-prova para falar da importância de ter o suporte de uma marca para sua carreira.

“Dá mais tranquilidade para competir e treinar. Não vou mais precisar me preocupar em comprar uma passagem ou tênis, por exemplo. Isso dá muito mais segurança para continuar crescendo e conquistando cada vez mais.”

Feliz com o resultado e o sonho realizado, a atleta aproveitou para reafirmar sua confiança em, no futuro, conseguir chegar ao lugar mais alto do pódio na principal prova do país.

“Estou muito feliz de poder subir no pódio da São Silvestre e ser a melhor brasileira. Foi um sonho realizado, que vai ficar marcado para sempre em nossas vidas, na vida do meu treinador professor Ferreirinha e do meu clube EAF (Escolinha de Atletismo Flamengo). Acredito muito que vou vencer ainda uma São Silvestre. Não sei quando, mas vou trabalhar com muita força, garra e paciência pra chegar lá.”

Tatiane Raquel da Silva: 5ª colocada na sua segunda SS

A paranaense Tatiane Raquel da Silva, atleta com duas participações em Jogos Olímpicos nos 3000m com obstáculos, fez uma prova um pouco mais cadenciada no início e teve forças no final para buscar o quinto lugar.



“Eu tinha o objetivo do pódio. Achei difícil acompanhar o ritmo que elas saíram no começo. Sabia que os 5 km iniciais eram mais fortes, mais rápidos e então eu preferi administrar. Elas se distanciaram. Acredito que foi bom porque consegui buscar o pódio. É a minha segunda participação e sair com um pódio na São Silvestre é importante. E colocar duas brasileiras entre as cinco foi um dia especial”, conta Tatiane, que diz que o clima quente no final começou a pesar.

“A partir do km 13 ficou bem difícil pra mim. Qualquer ponto de água que tinha eu aproveitava para me hidratar. Cheguei na Brigadeiro com a Núbia e buscando a Anastácia, que era a terceira colocada. Infelizmente não consegui brigar até o final e elas se distanciaram.”

Apesar dos bons resultados na rua, a atleta deve retornar às pistas, onde tem resultados expressivos, mas já avisa que aumentará seu tempo de preparação visando melhorar sua performance na 100ª edição da São Silvestre.

“Fiz uma preparação boa, fiz uns treinos ótimos, aumentei muito o volume de treino e me desafiei, tanto que hoje sou a quarta no ranking de meia maratona. Venho numa constância muito grande em provas de rua e fazendo um bom trabalho, mas quero voltar para a pista, que é onde domino mais. Mas no ano que vem vou aumentar um pouco os meses de preparação para a São Silvestre para melhorar esse pódio e quem sabe ganhar.”

Johnatas Cruz: melhor brasileiro e primeiro pódio na SS


No masculino, Johnatas Cruz foi o melhor brasileiro, terminando na quarta posição. No ano passado, ele também foi o melhor atleta nacional na disputa, mas terminou fora do pódio, com a sexta posição.



Para este ano, com uma estratégia bem calculada, ele manteve um ritmo constante e foi ganhando posições ao longo da prova. “A estratégia era sair devagar e cadenciado para depois ir buscando.  A parte mais dura foi a partir da metade da prova. Tive que ter cabeça para ganhar posições, mas o mental estava muito forte”, afirmou.

Sobre a hegemonia dos africanos na prova, Johnatas acredita que o Brasil está chegando cada vez mais próximo. “A gente mostrou que está mais perto, mais próximo de quebrar essa hegemonia. Tem que galgar pouco a pouco, degrau por degrau. E não só comigo, mas com o Fábio, o Ederson, o Wendell e outros.  Temos que torcer para o nosso país não só no masculino, mas também no feminino.”

Johnatas também ressaltou a necessidade de preparo completo do atleta: “Hoje tem que estar bem fisicamente, mentalmente e espiritualmente. Não é fácil competir em uma prova com tanta pressão como a São Silvestre.”

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