A seleção brasileira masculina do 4×100 m conquistou neste domingo (dia 12) um resultado histórico: foi campeã mundial de revezamentos em Yokohama, no Japão. A equipe formada por Rodrigo Nascimento, Jorge Vides, Derick Souza e Paulo André de Oliveira venceu a final do Mundial, com o tempo de 38.05, a melhor marca do mundo nesta temporada.
A vitória não foi fácil. Os brasileiros superaram os Estados Unidos, que tiveram Michael Rodgers, Justin Gatlin (atual campeão mundial dos 100 m), Isiah Young e Noah Lyles – todos atletas com tempos abaixo dos 10.00 -, por 2 centésimos de segundo (38.07). A Grã-Bretanha ficou em terceiro, com 38.15.
Treinados por Felipe de Siqueira da Silva, os jovens velocistas brasileiros acertaram nas passagens de bastão e Paulo André novamente fechou muito bem a prova, assegurando a histórica vitória na linha de chegada.
Os quatro atletas, com bandeiras do Brasil, comemoraram muito a conquista na pista do Estádio Internacional de Yohohama, o mesmo que foi sede de outra conquista: o pentacampeonato mundial de futebol de 2002.
“É muita alegria. Vocês não têm noção do que a gente passa para estar aqui. A gente merecia muito, muito mesmo. Somos campeões mundiais”, gritou Paulo André, de 20 anos, em entrevista dada a Carlos Gil, do SporTV. “Estamos muito felizes, muito felizes mesmo. A gente treinou, passou muito tempo fora de casa. A gente é campeão mundial e ninguém tira isso da gente”, continuou. “Vem outro Mundial por aí. Viemos aqui para buscar a vaga e conseguimos sair com o título mundial. Falo para todos: depositamos nossa confiança em Deus e deu tudo certo”, completou, referindo ao Mundial de Atletismo de Doha, no final de setembro e começo de outubro.
Derick, também de 20 anos, destacou a troca de bastão “A parte técnica foi boa, muito boa. Nós vimos o vídeo da qualificação e acertamos os detalhes que faltavam e conseguimos ficar com o título. Agora é trabalhar para baixar os tempos individuais mais ainda”, disse Derick.
Jorge, de 26 anos, agradeceu ao treinador. “A gente tem um grupo muito qualificado e tudo graças à confiança que a Seleção teve em nós e ele (o técnico Felipe de Siqueira) depositou em nós. Ele é o cara!”, concluiu, seguido do coro: “Felipão, Felipão, Felipão”, feito pelos atletas.
Já Rodrigo, de 24 anos, fez questão de mandar um recado. “Hoje é Dia das Mães no Brasil e quero agradecer a todas as mães por torcer pela gente. Feliz Dia da Mães”, afirmou. O quinto homem da equipe foi Vitor Hugo dos Santos.
MULHERES EM QUARTO. No 4×100 m feminino, a equipe formada por Ana Carolina Azevedo, Lorraine Martins, Franciela Krasucki e Vitória Rosa terminou na quarta colocação, com 43.75, ficando atrás somente dos Estados Unidos (43.27), Jamaica (43.29) e Alemanha (43.68). Na eliminatória, Andressa Fidélis correu no lugar de Ana Carolina.
“A gente fica triste porque o quarto lugar dói, fica perto da medalha. Estamos com uma equipe nova. É a primeira vez que a gente está correndo com essa formação e ainda temos muito a evoluir”, comentou Franciela.
Com o resultado, o Brasil volta a figurar entre as grandes equipes. Os quartetos nacionais têm três medalhas olímpicas: prata em Sydney-2000, bronze em Atlanta-1996 e bronze em Pequim-2012; e duas em Mundiais: prata em Paris-2003 e bronze em Sevilha-1999.
Na final do 4×400 m misto, prova que o Brasil disputou pela primeira vez na categoria adulta, a equipe formada por Lucas Carvalho, Tiffani Marinho, Cristiane Silva e Alexander Russo terminou em sexto lugar, com 3:20.71, não melhorando o recorde sul-americano estabelecido no sábado (dia 11), com 3:18.26. Os Estados Unidos foram os campeões (3:16.43), seguidos do Canadá (3:18.15) e do Quênia (3:19.43).
“Nossa expectativa de tempo era outra, mas a gente só tem a agradecer. Não dá para reclamar de nada”, disse Tiffani. “Conseguimos a classificação para o Mundial, o principal objetivo da equipe. Para Doha vamos treinar mais ainda, entrosar mais ainda o revezamento, estar preparado para entrar e brigar por medalha”, completou Alexander. Geisa Coutinho não competiu por estar lesionada.
Na classificação geral, com apenas três equipes, o Brasil terminou em sexto lugar, com 16 pontos, ficando à frente de equipes tradicionais como a China, Itália, França e Grã-Bretanha. Os Estados Unidos levaram mais uma vez o “bastão de ouro”, com 54 pontos, seguidos da Jamaica e do Japão, ambos com 27.