Com o objetivo de desbravar novos cenários e culturas regionais, a primeira das duas etapas da edição 2023 Bota pra Correr, da Olympikus, projeto da marca que começou em 2019, foi realizada desta vez na Costa do Conde, na Paraíba.

A novidade em relação às etapas anteriores foi a transformação do evento numa espécie de festival de corrida, de dois dias, contemplando uma programação recheada de ações, com direito a shows, exposição fotográfica, experiências gastronômicas locais e bate-papos com especialistas.

Em sua 6ª edição, o evento foi ainda ampliado para receber um número maior de participantes, além de ter a inclusão do percurso de trilha e a opção de quatro distâncias (21 km e 11 km no asfalto e 15 km e 5 km em trilha), oferecendo a oportunidade para corredores de vários os níveis de performance.

Aproveitando o feriado prolongado de 7 de setembro, essa edição do BPC foi realizada nos dias 8 e 9 de setembro, atraindo corredores de todas as partes do Brasil. No total, foram 1200 inscritos, sendo a região do Nordeste a que mais marcou presença, com 634 corredores, seguida pelas regiões Sul, Sudeste, Centro e Norte do país.

Além de local para a entrega de kit, a Vila BPC Olympikus, montada no local de chegada de todas as distâncias, serviu também de palco para várias atrações e atividades, como a Clínica do Corre, da Care Club, a exposição “Olhos que Correm” para mostrar o trabalho audiovisual das edições anteriores do evento, customização de tênis, loja da Olympikus, apresentações musicais e culturais locais, além de bate-papo com profissionais e congresso técnico, para explicar detalhes sobre a prova e o percurso.

A marca aproveitou ainda a ocasião para levar para a Costa do Conde o medalhista olímpico de maratona Vanderlei Cordeiro de Lima, novo contratado da Olympikus, que correrá a Maratona de Atenas no dia 12 de novembro, 19 anos após os Jogos Olímpicos. Ele participou de um bate-papo na sexta, véspera da prova, junto com o técnico Ricardo D’Ângelo, distribuiu autógrafos e ainda correu os 21 km no sábado. As provas de asfalto largaram às 6h da manhã e as de trilha às 8h. Embora todos esperassem dias quentes para o feriado prolongado, o que se viu na região foi uma temperatura não muito quente, que alternava com momentos repentinos de chuva.

O evento contou com a presença dos atletas Giovani dos Santos, Jéssica Ladeira, Raisa Marcelino e Geilson dos Santos, patrocinados pela marca, que correram de forma apenas participativa, com a missão de incentivar os corredores ao longo do percurso. Sendo assim, a festa do pódio ficou para os amadores, com premiação especial para os cinco melhores das categorias geral, máster 50+ e PCD, contemplados com uma xilogravura com a ilustração da região feita por artistas locais. Confira abaixo os resultados.

EXPERIÊNCIA DIFERENCIADA

A atleta Jessica Ladeira viveu uma experiência bem diferente de quando participou pela primeira vez de uma etapa, no ano passado, na Chapada dos Veadeiros, GO, e venceu os 10 km. Na Paraíba, ela correu os 21 km no asfalto com uma GO Pro na mão e o objetivo de incentivar os corredores. “Foi uma experiência incrível e única poder correr junto com a galera, incentivando e sem aquela pressão de prova, curtindo muito a natureza. São coisas que não conseguimos observar muito quando estamos competindo. Foi a primeira vez na vida que participo de uma prova me divertindo muito. Nossa vida de atleta profissional é de muita pressão e cobrança e o BPC nos ofereceu poder curtir esse momento único”, conta a atleta, que no dia anterior aproveitou ocasião até para “tietar” o ídolo Vanderlei Cordeiro de Lima e entrar na fila para ganhar dois pôsteres autografados, um para ela e outro para seu pai, fã de carteirinha do medalhista olímpico e seu grande incentivador.

Jéssica, que estreou na maratona este ano no Rio de Janeiro, se prepara para fazer sua segunda prova na distância em Curitiba, no dia 20 de novembro, e está se dedicando e com foco direcionado para isso. Antes, ela corre a Meia maratona de Salvador, no dia 24 de setembro.

QUASE UM SIX STAR FINISHER

Uma das características do evento é que quem participa uma vez quer voltar para reviver a experiência. É o caso do publicitário paulista Thiago Mota, que já participou de 5 s 6 etapas do BCP. “

“Fiz quase uma Six Majors do circuito. Das 6 provas existentes abertas ao público que já tiveram até agora, participei de 5 edições”, diz o corredor, que não fez apenas a primeira, no Jalapão, mas viu uma cobertura de um canal de Youtube resolveu investir na experiência.

Thiago correu os 21 km no asfalto e acredita que até agora foi a prova mais desafiadora que participou. “Tinha muita altimetria, era bem paredão mesmo, em que a gente reduz o ritmo, mas não para. Além de sol, chuva e ventania.”

Mas, como para a maioria, esse tipo de prova para ele não é sobre fazer tempo. “É sobre correr e viver a experiência com os olhos. Sempre tem visuais únicos e vamos durante o percurso conhecendo histórias de outros atletas amadores apaixonados pela corrida”, conta Thiago, que já está de malas prontas para a próxima etapa, no Vale dos Vinhedos, RS, em novembro.

CORRIDA, DIVERSÃO E VISUAL

A personal trainer Talitha Gentil, que é natural de Cabo Frio, RJ, mas mora em Recife, PE, escolheu a etapa da Costa do Conde para estrear no BPC. “Fiquei apaixonada pela estrutura do evento. É uma proposta totalmente diferenciada das demais, levando a corrida para diversos cartões-postais do Brasil”, conta a carioca, que ano passado ia participar da etapa de São Miguel dos Milagres, mas perdeu o período de inscrição. “Este ano prometi a mim mesma, que não ia perder essa corrida por nada. Assim que divulgassem o local, eu faria a inscrição. Dito e feito. Assim que liberou, corri para o site para garantir minha vaga.”

Por gostar de fazer trilhas com seu grupo de corrida, @largadasevestidas, Talitha vem se arriscando cada vez mais nas corridas de aventura e por esse motivo escolheu os 5 km de trilha. “Fiquei apaixonada por tudo, desde da estrutura do evento, até o kit e o café da manhã. O que mais me motivou a participar foi a particularidade de ser única e super-limitada, fazendo com que o evento seja ainda mais especial. A junção de corrida ‘por diversão’ com locais paradisíacos do Brasil deu certo demais.”

INCENTIVO DOS ALUNOS

Também de Recife, PE, a treinadora Ayla Luana Silva foi incentivada a participar pela primeira vez do BPC por um casal de amigos, e alunos, que já haviam participado. “Isso me despertou a curiosidade de conhecer. Tive o prazer de estar com alguns alunos da assessoria que faço parte como professora e tenho certeza que foi incrível para todos”, conta Ayla, que fez os 11 km no asfalto.

“O BPC vai muito além da corrida. Ele traz muitas relações, com pessoas de vários lugares, cultura, superação, alegria e determinação. Foi um evento muito marcante. Quem ainda não teve a oportunidade participar, recomendo.”

DESBRAVANDO O DESCONHECIDO

Francisco Spinosa, de Natal, RN, também estreou no BPC. Ele optou pelos 21 km no asfalto. Sua principal motivação para participar é a possibilidade desbravar terrenos poucos conhecidos. “Isso nos proporciona uma experiência ímpar na nossa vida corrida. As paisagens do litoral paraibano são surpreendentes. Foi diferente de tudo que já vivi na corrida. A altimetria da etapa Costa do Conde surpreendeu até quem é da região nordeste”, diz o corredor, lembrando também que nessa edição o tempo chuvoso foi um aliado aos participantes. “Com sol, faríamos uma prova completamente diferente. Minha prova foi tranquila. Com essa altimetria, quem tem bastante tempo nesse corre não arriscaria fazer nenhuma estripulia faltando sete dias de uma prova-alvo, que é a Meia do Sol. Espero poder participar das próximas edições.”

BOTA PRA CORRER EM CASA

O criador de conteúdo Rodrigo Tucano correu pela segunda vez uma etapa do BPC. “Por indicação de amigos, participei do Bota Pra Correr de São Miguel dos Milagres, ano passado. Como moro em João Pessoa, não poderia ficar de fora da edição paraibana do evento”, diz o corredor, que correu os 15 km de trilha.

“Se em Milagres o evento se destacou pela ótima estrutura de pós-prova e a festa à noite, com o show pocket surpresa da cantora Iza, na Costa do Conde, o melhor foi a corrida propriamente dita. O percurso estava bem sinalizado, com pontos de hidratação em lugares de maior fadiga e staffs em todas as bifurcações que pudessem confundir o corredor.”

Para ele, a única crítica mesmo ficou para o pós-prova, mas só por conta do comparativo de quem esteve em Milagres. “Fiquei um pouco decepcionado, mas muitos amigos adoraram. Na festa à noite, faltou energia no gerador do palco e não tinha gerador reserva. Porém, para quem já estava eletrizado por toda a experiência do final de semana, cantou e pulou na frente do palco, ao som da zabumba e triângulo do trio de forrozeiros locais. Ano que vem, espero que a Olympikus faça novamente um BPC no Nordeste. Irei a todos.”

A CONVITE DA MARCA Fui convidada pela Olympikus para prestigiar o evento e correr a prova. Por estar com volume baixo de treino, optei pela distância mais curta, os 5 km, e parti então para a “press trip” rumo a Costa do Conde, a 30 km de João Pessoa.

Na largada, em conjunto com os 15 km em trilha, um misto de temperatura que ora chovia ora fazia sol. Nem deu a largada e já começou uma subida forte, bem íngreme, em paralelepípedo e que parecia sem fim. Pelo mapa altimétrico mostrado um dia antes no congresso técnico, sabia que seria este o ponto de mais dificuldade da prova. O restante parecia ser bem tranquilo, como foi, pelo menos na prova dos 5 km.

Larguei correndo, mas preferi caminhar no ponto mais íngreme da subida, assim como boa parte dos que ali estavam. Logo viramos à esquerda para entrar na trilha e nos separamos dos corredores dos 15 km. Veio o primeiro quilômetro, desviamos de algumas poças de água, passamos por alguns trechos de via única, onde não era possível ultrapassar, e veio o primeiro posto de água e depois o segundo. Para não produzir lixo no percurso, o Bota pra Correr ofereceu no kit um copo de silicone retrátil, com tampa e uma pulseira para levar pendurado ao pulso. Tudo muito prático e fácil.

Após a corrida na trilha relativamente tranquila e bem sinalizada, com vários staffs no percurso, entramos na praia para correr o último km na areia, com direito a muito vento contra e uma travessia de rio com água acima do joelho. Uma aventura à parte, sem muita dificuldade, com ajuda dos staffs apontando o caminho mais fácil para atravessar pela água. 

Foi uma experiência divertida e única, num evento muito bem organizado e que rendeu até um quinto lugar no pódio da categoria máster. Nada mal para quem esperava apenas uma medalha participativa.

por Fernanda Paradizo

PRÓXIMA ETAPA. O próximo Bota Pra Correr acontece nos dias 17 e 18 de novembro, no Vale dos Vinhedos, Rio Grande do Sul, e as inscrições já estão encerradas.

RESULTADOS

TRILHA

5km – Masculino
1. Rogério Carlos da Silva – 00:20:07
2. Rodrigo Quevedo – 00:20:51
3. Lucca Zagari – 00:27:27
4. Eric Gunnar dos Santos Silva – 00:29:34
5. Bruno Norte – 00:31:52

5km – Feminino
1. Geiziana dos Santos Silva – 00:26:00
2. Joely do Nascimento Santos – 00:26:44
3. Shaiane dos Santos – 00:32:28
4. Denise Kubo Saito – 00:34:01
5. Barbara Machado Carrion – 00:34:03

15km – Masculino
1. Brendon Bressan – 01:06:20
2. Daniel Gomes dos Santos – 01:09:02
3. Eronildo José Santino Filho – 01:15:10
4. Ademir Paulino – 01:15:48
5. Danilo Tomasella – 01:19:10

15km – Feminino
1. Elisandra Nunes dos Santos – 01:26:58
2. Jamile Chaves – 01:27:58
3. Cleide Miranda da Rocha – 01:29:42
4. Mariana Balestra – 01:33:22
5. Alic Viana – 01:33:23

ASFALTO

11km – Masculino
1. Valdemir Borge de Sousa – 00:41:52
2. Itanicio Vicente da Silva – 00:41:58
3. Josivaldo Manoel da Silva – 00:43:31
4. João Victor Diodato da Silva – 00:45:28
5. Cesar Henrique Pereira – 00:46:34

11km – Feminino
1. Cynthia Daniella Marcone Araújo – 00:53:14
2. Maria Mônica Elias de Matos – 00:55:48
3. Angélica Marcela da Silva Lima – 00:56:38
4. Jaqueline Alves da Silva – 00:57:09
5. Sandra Iria Ferreira dos Santos – 00:57:16

21km – Masculino
1. Alexsandro Tenório da Silva – 01:19:13
2. Adriano Profirio de Freitas – 01:27:41
3. Wesley Hobby de Oliveira Campos – 01:32:32
4. Emanuel Santos – 01:34:14
5. Roger Ferrão Weber – 01:34:41

21km – Feminino
1. Valéria Mello Suzuki – 01:42:09
2. Kananda Michelle Fernandes da Silva – 01:45:44
3. Swara Barreto – 01:48:52
4. Tacyane Virgilia Mendes Ribeiro – 01:51:44
5. Rita Abero – 01:55:35