A edição de 2017 da Maratona de Boston tem dois aspectos a serem analisados. O primeiro que está comprovadamente ficando mais seletiva, ou seja, não adianta apenas fazer o índice, é preciso baixá-lo e bem. A segunda é o crescimento amplo do número de interessados aqui no Brasil, mesmo com a questão financeira sendo um problema pelo câmbio bem desfavorável na comparação com períodos anteriores. Há um recorde absoluto de 199 brasileiros inscritos oficialmente neste momento.
Na questão do índice, alguns fatores mostram que, depois do corte de 2:28 para a edição deste ano com a procura maior por causa da edição de número 120, houve uma seleção da seleção por causa da redução do índice em 2:09, como foi confirmado hoje pela Boston Athletic Association (BAA), responsável pela maratona.
O que justifica isso? Por exemplo, a Maratona de Boston é a que mais qualifica para Boston. Meio que óbvio, certo? Porém, neste ano, devido ao clima seco e calor, as condições para correr foram bem ruins e, por isso, o índice de requalificação para Boston foi o segundo menor da década (só perdeu para o calor absurdo de 2012). Ou seja, se Boston tivesse sido fria e perfeita, como a de 2015, o corte no índice seria maior e, sinceramente, arriscaria algo perto ou superior aos 4 minutos.
Sem falar que outras maratonas que classificam muitos atletas nos EUA também tiveram climas adversos.
Dessa forma, fica a dica: começa agora a janela para a edição de 2018 de Boston. Quer correr a prova (e vale demais, em todos os sentidos, é uma experiência única)? Trabalhe com 5 minutos do índice (vejam abaixo como isso se torna cada vez mais real). Não tem como. Se é 3h15? Foque no sub 3h10. Se é 4h05, pense no sub 4h. Homem ou mulher.
Gosta de números, veja os da edição de 2017:
During the registration period, the breakdown of accepted Qualifiers was as follows:
Por sinal, essa última na relação era o meu objetivo, pois com 10 ou mais Bostons seguidas, você passa a ter a vaga para sempre. Porém, não me inscrevi neste ano pelas mudanças na vida, depois de cinco consecutivas, provavelmente (existe uma possibilidade ainda mais para frente), vou quebrar a sequência.
Em relação aos brasileiros, outro ponto a se destacar. São 199 inscritos por índice nas diferentes faixas etárias (fora algum que possa entrar na elite, por caridade ou patrocinadores, além de agências de turismo), ou seja, um recorde histórico. A maior participação do País, o que comprova o que venho escrevendo há um bom tempo, o crescimento do interesse por aqui mesmo com a questão financeira sendo um grande problema.
Vamos aguardar, apenas, quando irão realmente para Boston e completarão a prova. Como comparação, neste ano, foram 155 inscritos e 132 largaram e concluíram a edição 120.
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André! Aceita…. minha terceira consecutiva! A ansiedade é a mesma.
Abraço aos 198 brazucas!
Demais, Vania, parabéns
Tô nessa!!!
Parabéns, Fernando. Viverá um momento único com o ambiente e a prova em Boston!
Abraço
André, a pergunta é: quando vão subir o sarrafo?
Com relação a 2015, me permita dar um pitaco. O clima comparado a 2016 (não fui) era muito melhor, mas perfeito eu acho que não foi. Chuva não ajuda em nada, só atrapalha.
Fez muito frio, os alertas da organização não foram à toa. E talvez pra vc que tenha ido num ritmo mais tranquilo, não tenha percebido a força que o vento fez em alguns pontos, e com uma chuva gelada caindo no rosto, era bem ruim. Chegando em Boston, a chuva apertou muito. Na chegada não conseguia me trocar, meus dedos congelaram. A própria Gi teve que ajudar uma moça a se trocar.
No dia seguinte, dois policiais vieram conversar comigo, dizendo que foi uma prova muito fria. Americanos e canadenses que correram me disseram o mesmo, que a chuva, vento e frio atrapalharam.
Foram 1300 atendimentos médicos. A maioria por hipotermia, sendo que 32 pessoas foram transferidas para hospitais.
Acho que se estivesse um pouco mais quente, sem vento e sem chuva, aí sim seria perfeita.
Abraço
Felipe, a questão do frio, para a gente (somada ao esforço que é correr uma maratona) gera esses problemas (pelo esforço deste ano, com calor, eu terminei com hipotermia e temperatura corporal baixíssima). Mas comparando as duas provas, a de 2015 foi perfeita nesse sentido em relação à deste ano! rs E os números de resultados mostram essa comparação em termos dos classificados. Quando corri em NY com temperatura negativa e sem chuva, foi igual também.
O vento em Boston, já aprendi, tem a ver também com a posição em que você está na prova. Um exemplo é 2011. O vento a favor ajudou a elite e, se você conversar com 90% dos amadores que correram a prova, perguntarão: que vento. Pois tem tanta gente, de uma certa parte para trás, que não fica nem contra nem a favor.
Mas concordo que frio e sem chuva, é muito melhor que apenas frio.
Quanto à pergunta de subir o sarrafo, essa é aquela de 1 milhão de dólares. Pelo jeito, é algo para logo… talvez para 2019 se tivermos uma “temporada” de maratonas rápidas que impactem diretamente na questão do corte nas inscrições em setembro de 2017. Uma suposição apenas, pois não falaram sobre o tema, mas se tivermos uma Boston boa de correr (e as principais classificatórias também, que enfrentaram problemas nesse ano atípico), esses 2 minutos ficarão para trás e será de 3 minutos para cima, no mínimo, o próximo corte.
Abraço
André
Fiz Boston uma única vez, em 2015, e concordo plenamente com o Felipe. O frio, a chuva e o vento, todos num pacote só, não formaram a condição perfeita. Sofri e conheço outros que também sofreram muito com o clima.
Mas, apesar das adversidades, é uma corrida única.
Agora, é treinar mais para bater o índice “linha” de qualificação.
Sim, Cesar, concordo com vocês, mas a condição perfeita para obtenção de tempos baixos, os números comprovam, pois foi uma das taxas mais altas de requalificação em Boston, enquanto em 2016, foi uma das mais baixas. Essa é a comparação que fiz no texto.
Abraço, André
E Cesar e Felipe, nos últimos 5 anos, 2015 foi disparado o melhor para correr, em minha opinião e os números me ajudam nessa análise. Agora, concordo com vocês e respeito as duas opiniões, realmente, sem vento e/ou chuva, com a mesma temperatura, seria muito melhor, por exemplo.
Abraço e bom final de semana
André