Notícias admin 19 de janeiro de 2017 (0) (130)

Atletismo, o destaque da Paralimpíada

O atletismo comandou a melhor campanha da história do Brasil em uma edição dos Jogos Paralímpicos, no Rio de Janeiro. No total, foram 72 pódios no geral (o recorde anterior eram 47, de Pequim-2008), sendo que o atletismo foi o responsável por 33 medalhas (8 de ouro, 14 de prata e 11 de bronze), ou seja, 45,9% das conquistas brasileiras. O país esteve representado no pódio em 13 esportes, sendo quatro de forma inédita (canoagem, ciclismo, halterofilismo e vôlei sentado).
O interessante é que as conquistas de medalhas foram abertas e encerradas pelo atletismo. Logo na primeira manhã dos Jogos, Odair Santos ficou com a prata nos 5.000 m T11 (deficiência visual total, cego) e foi o primeiro brasileiro a subir ao pódio (ele ainda ganharia outra prata, nos 1.500 m). Em seguida veio o primeiro ouro, com Ricardo Costa no salto em distância T11. No total, 28 atletas receberam medalhas no Estádio Olímpico (Engenhão). E o 72º pódio foi na maratona feminina classe T12 (para deficientes visuais), com o bronze de Edneusa Dorta, justamente na última prova da competição. Assim, no geral, o Brasil fechou a Rio-2016 com 14 ouros, 29 pratas e 29 bronzes, na oitava colocação na classificação geral.
Edneusa migrou para o esporte adaptado em 2012, fazendo a estreia em Paralimpíadas no Rio de Janeiro. Ela nasceu com baixa visão por problemas na gestação; a mãe teve rubéola enquanto estava grávida. Ela completou os 42 km em 3:18:38 (o melhor tempo dela no ano é de 3:03:07).
"O mais difícil foi manter o ritmo até o final. Foi emocionante sentir a torcida me empurrando. Eu não podia fazer nada a não ser dar tudo o que eu tinha", afirmou Edneusa. "Só de disputar essa prova já foi uma honra. Nunca tinha disputado uma maratona desse nível antes." A vencedora foi a espanhola Elena Congost, com 3:01:43. A prata ficou com a japonesa Misato Michishita (3:06:52).
A evolução do atletismo foi impressionante, com a melhor campanha da história. De Sydney-2000 até agora, as conquistas da modalidade praticamente quadruplicaram. Na Austrália foram 9 pódios; em Atenas-2004 subiu para 16, em Pequim-2008, foram 15, em Londres, 18 e agora, no Rio, 33.
Um dos destaques brasileiros no atletismo foi a dobradinha no pódio no salto em distância feminino na classe T11. Saltando para 4,98 m, Silvânia Costa foi ouro, enquanto Lorena Spoladore garantiu o bronze, com 4,71 m.
Na nova geração, brilhou Verônica Hipólito, de 20 anos, com duas medalhas. Ela foi prata nos 100 m e bronze nos 400 m, ambos na classe T38 (atletas andantes com paralisia cerebral). "Isso é esporte de alto rendimento. É querer sempre mais. Sei que esse tempo foi só o início, pois estou treinando há pouco na seleção brasileira. Sei que agora tenho muito a melhorar", afirmou a garota, já fazendo planos para Tóquio-2020.
Entre os velocistas, quatro medalhas para Felipe Gomes: três de prata nos 100, 200 e 400 m T11 e o ouro no revezamento 4×100 m. Já Petrúcio Ferreira foi medalhista de ouro e recordista mundial nos 100 m e prata nos 400 m na T47 (atletas amputados), além de outra prata no revezamento 4×100 m.
No total, em todas as modalidades, 183 recordes mundiais ou paralímpicos foram estabelecidos no Rio. Na classificação geral do quadro de medalhas, a China ficou em primeiro lugar, com 239 pódios: 107 de ouro, 81 de prata e 51 de bronze. Em seguida veio a Grã-Bretanha com 147 pódios, a Ucrânia com 117, os Estados Unidos com 115 e a Austrália com 81. Com as 72 conquistas, o Brasil terminou na oitava posição.

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