A desclassificação da atleta paralímpica espanhola Elena Congost, de 36 anos, na maratona classe T12 nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024 tem gerado grande repercussão. A catalã, que é cega, terminou a prova em terceiro lugar (3:00:48), mas perdeu a medalha de bronze após ter soltado a corda que a conectava ao seu guia, Mia Carol, a poucos metros da linha de chegada. O gesto, que tinha a intenção de ajudar seu guia, que estava exausto e sofrendo para terminar a prova, violou uma regra que exige que os atletas e seus guias permaneçam conectados durante toda a prova, para que não haja nenhum tipo de vantagem, o que claramente não foi o caso.

Ao saber da desclassificação, a atleta expressou tristeza e frustração, mas afirmou que não se arrepende da atitude. Em declarações ao jornal espanhol “Marca”, ela explicou que está mais tranquila, especialmente após o apoio recebido de pessoas de todo o mundo.

O Comitê Paralímpico Espanhol (CPE) anunciou que apresentará recurso à World Para Athletics, pedindo que a medalha de bronze seja devolvida à atleta e seu guia.

Campeã paralímpica nos Jogos do Rio 2016, Congost interrompeu sua carreira para se dedicar à maternidade, tendo quatro filhos nos últimos seis anos. Ela retornou à competição e conquistou a vaga para Paris 2024. Agora, além de perder a medalha, ela também ficará sem a bolsa paralímpica que a ajudaria a continuar competindo.

“Dizem que vale mais ter humanidade e valores do que uma medalha no pescoço. Muitas pessoas comentam que às vezes ganha-se perdendo. Ontem passei o dia todo emocionada, com lágrimas nos olhos, ouvindo as pessoas afirmarem que me aplaudem pela minha humanidade. Isso não tem preço”, disse a atleta ao jornal “Marca”.

A marroquina Fatima El Idrissi foi medalha de ouro com recorde mundial (2:48:36), seguida da compatriota Meryem En-Nourhi. A japonesa Misato Michishita, que terminou a prova mais de três minutos após Elena Congost, herdou a medalha de bronze.

Foto capa: Comité Paralímpico Español