Tinha corrido apenas uma prova da Iguana, a SP City Marathon, em 2018, quando consegui entrar raspando no Ranking da CR. Confirmei, então, a excelência de sua organização, que ficou absolutamente reiterada na minha segunda experiência, neste domingo (06/02), durante a Athenas Run Faster, na capital paulista.
Já na entrega do kit, em uma loja da Decathlon, absolutamente nada de filas ou burocracia, mas com a comprovação de estar vacinado, ou, dito de outra forma, de ter se comportado civilizadamente e com responsabilidade com a própria saúde e a dos outros. Nesse momento fiquei impressionado com número de pessoas envolvidas com a prova, na medida em que eram mais de metade do público presente.
Um kit sumário, constituído apenas de número de peito e camiseta, de certa forma revelando uma postura da organizadora, como a dizer que seu propósito era promover uma corrida e não uma venda de kit. E isso ficou bem claro no dia seguinte.
Apesar dos mais de 4 mil participantes, tudo fluiu sem qualquer lentidão na área de concentração (Parque do Povo) e na da largada (Marginal do Rio Pinheiros). A maioria chegou de carro e estacionou em um shopping bem ao lado, sem cobrança extorsiva e sem o incômodo dos “guardadores”. Por incrível que pareça, havia uma bateria de banheiros químicos sem filas!
Caminhava-se então para a largada, que como estava montada com saídas espaçadas de alguns minutos, estimulava um comportamento civilizado, de se posicionar na baia correspondente, por sua vez definida na inscrição, ao se escolher livremente um dos 5 pelotões de ritmo.
Dessa forma, as largadas foram sem atropelo e sem lentidão desde o início, para um percurso plano, com placas imensas de km e água (gelada!) a cada 2 km, aproximadamente. Me chamou a atenção o número insignificante de participantes sem número de peito, que até pareciam correr envergonhados de sua postura. Acredito que isso seja resultado da história da Iguana, que oferece uma estrutura no evento, que justifica a cobrança da inscrição e que pouco tem a ver com os famosos kits, hoje hiper valorizados, a ponto de ao invés de aparecer a expressão “Inscreva-se!”, surge “Compre!” ou “Invista!”.
A outra surpresa foi o igualmente pequeno número de corredores com meia de compressão, talvez porque tal acessório deixou de ser reconhecido como algo que ajude efetivamente na performance, aliás, fato que nunca conseguiu ser comprovado pelas chamadas “pesquisas científicas”.
Foram 3 distâncias (devidamente aferidas), com as largadas a partir das 6h30 estabelecidas não pelas provas, mas pelo ritmo que cada um definiu como previsto (ou desejado…). E curiosamente houve uma distribuição bastante equilibrada entre elas, como revela o número de concluintes: 1.276 nos 5 km, 1.213 nos 10 km e 1.563 nos 15 km. Elogiável a disponibilidade dos resultados na internet, sem qualquer dificuldade ou restrição, uma transparência não vista em algumas organizadoras, que assim agem para não revelar o total de participantes, que divulgam com dados exagerados, para parecer que o evento foi um grande sucesso.
Como eram percursos de ida e volta, com retorno exatamente na metade da distância, os participantes se distribuíram pela Marginal do Rio Pinheiros, sem qualquer aglomeração. Depois da chegada, uma pequena caminhada até o Parque do Povo, para o recebimento do lanche e medalha, com o detalhe muito importante de restrição de acesso aos corredores não inscritos, mas sem uma atitude policialesca.
Vale ainda destacar que a organizadora tem tido a preocupação em prestigiar os participantes mais competitivos, ou que se dedicam com mais afinco aos treinamentos, até porque se trata de uma competição e não uma reunião festiva. Dessa forma, os 200 mais rápidos recebem um tratamento especial e tem a regalia de largar na frente nas próximas etapas.
Aliás, aqueles que quiserem comprovar a excelência da Iguana no atendimento respeitoso aos participantes e seu rigor nos detalhes técnicos do evento, podem agendar suas próximas corridas, na capital paulista: a Seven Run, dia 27/03, também com 3 distâncias (7, 14 e 21 km) e uma voltada ao público feminino, a Venus dia 24/04, com opções de 5, 10 e 15 km. Mais detalhes e inscrições em www.iguanasports.com.br
Os campeões da Athenas Run Faster foram: André Antonio (46:45) e Paula Moreira (1:03:19) nos 15 km, Jucimario Melo (32:30) e Iara Daltro (38:45) nos 10 km, e Anderson Teles (16:24) e Emily Barbosa (19:11) nos 5 km.
Eu consegui meu objetivo, que era correr a 7 min/km, fechando os 15 km em 1h44, na 9ª posição entre os 15 com 70 anos ou mais. Um detalhe é que nos resultados divulgados aparece “velocidade” de cada concluinte, quando na verdade deveria ser “ritmo”.
No dia 27/03 deverei estar fazendo os 21 km da Seven Run, dentro da preparação para a Maratona de Porto Alegre, dia 12/06, ou a do Rio de Janeiro, no domingo seguinte.
Foto: Tião Moreira