Blog do Corredor Impulso Perfil Luciano Martins 17 de junho de 2019 (0) (597)

Saiba como a cientista Ana Gorini concilia seu trabalho com seus treinos

Gosto muito de buscar histórias legais que mostrem e inspirem a todos e que reitere que rotina dura de trabalho não é desculpa para deixar o treino de lado. Sei que muitas vezes é difícil fechar a planilha semanal que o treinador envia. Mas se não tiver um esforço por parte do atleta, o treinamento não vira um hábito.

Tendo em vista estas dificuldades fomos procurar uma história que pode ser bastante utilizada como motivação. Conversei com a cientista Ana Beatriz Gorini da Veiga, residente em Porto Alegre. Ela possui uma carreira bem consolidada com destaque  ao longo da carreira acadêmica, como o Prêmio Jovem Cientista do CNPq em 2005, algumas outras menções científicas no Rio Grande do Sul tendo seu trabalho reconhecido nos Estados Unidos. No esporte não foi muito diferente: obteve algumas medalhas na natação, troféus de bodyboarding, além de muitas medalhas e troféus na corrida.

Ana Gorini foi a primeira sul-americana na Maratona Internacional de Paris em 2002, primeira colocada na Maratona Internacional de Punta Del Este 2010, primeira brasileira na Maratona de New York em 2015,  tetracampeã da WineRun Vale dos Vinhedos (ganhou as quatro provas das quais participou), foi convidada pela Nike para as duas primeiras edições do Desafio 600K SP-RJ e  foi primeiro lugar Indomit Vila do Farol 42K. Essas são algumas das qualificações dela.

Ana era muito ativa, mas não corria. Pegava onda, fazia aeróbica, ballet, natação. Mas em 1992 foi fazer intercâmbio em Utah e ganhou muito peso. “Uma amiga alemã nos inscreveu (eu e ela) no grupo de Track and Field Cross Countrydo colégio, e dia 1º de março de 1993 fui para minha primeira rodagem oficial. Odiava. Tinha que correr entre 3 e 5 km e eu me sentia um saco de batatas tentando sair do lugar. Aos poucos, fui perdendo peso e isso me estimulou a continuar no grupo”, comenta Ana. quando voltou ao Brasil tinha que escolher entre handebol, aeróbica ou atletismo para a aula de Educação Física no último ano do colégio. Sua escolha foi óbvia pelo atletismo, o que mais tarde virou um hábito que entrou em sua vida. E já são 26 anos de corrida. Como gosta tanto de correr não existe um prova que ela prefira.

A cientista afirma que correr faz parte de sua vida. E que começou a correr muito antes de surgir esse ‘mundo da corrida’. “Tenho mais anos de vida correndo do que não correndo”, relata ela.

Fiz uma pergunta para ela: “viajar para correr ou correr para viajar?”. Sua resposta foi a seguinte: “Nem um, nem outro. Sempre gostei muito de viajar. Conheci mais de 40 países, sempre corri nas viagens, mas poucas foram as vezes que viajei especificamente para participar de alguma prova”, disse, especificando que ao longo de tantos anos, viajou para correr algumas provas em Santa Catarina como Volta à Ilha, Desafio Mountain Do, Indomit, interior do Rio Grande do Sul como Winerun, uma ou outra em São Paulo (Nike 600km, K21 Maresias), Rio de Janeiro (Rocky Man, Meia-maratona internacional do Rio), 10 Milhas da Garoto no Espírito Santo e Maratona de Punta Del Este. “Também participei de provas no exterior porque coincidentemente estava em alguma cidade onde haveria uma corrida. Morei nos Estados Unidos (1 ano em Utah, 7 meses em Montana, mais de 1 ano em Washington DC e 1 ano em New York City), então participei de algumas provas por lá. Na Europa, mesma coisa: deu a coincidência de estar em cidades em dia de alguma prova e acabar participando.”

Sua  motivação ou objetivo surgem mais do dia a dia do que o foco em uma prova específica. Porém, este ano começou a treinar com a orientação de um profissional, tendo planilha, treinos intervalados etc. para desta forma  participar de algumas provas de pista (meio fundo, principalmente). E achou  divertido.

Algumas pessoas não conhecem a cientista Ana Gorini por seu nome e sim por ‘Algoz’. Então desta forma questionei a atleta sobre isso. Como surgiu o termo Algoz?. “Essa história é bem bacana! Tem que perguntar pro Harry Thomas Jr., jornalista de São Paulo (criador do primeiro site brasileiro sobre maratonas e corridas de rua). Foi durante a primeira edição do Desafio 600K da Nike. Ele até escreveu textos sobre o fato que deu origem a esse termo que ele usa pra mim”, comenta ela.

Sempre questiono como a pessoa concilia a rotina de treinos com o trabalho, e sua resposta foi a seguinte: “Acho que quem corre por obrigação arranja a desculpa de que não tem tempo pra correr. Quem corre por paixão e tem a corrida como condição para ser feliz e pleno, arranja espaço na agenda. Às vezes realmente é difícil, mas sempre dá-se um jeito. Disciplina, foco e, acima de tudo, vontade, são algumas das palavras que me acompanham desde pequena, e acho que isso ajuda muito”, finaliza a corredora.

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